segunda-feira, 10 de junho de 2013

'UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA":CAPÍTULO 18:

Passou-se um tempo.Sinhá Estér e Isaura foram levadas para a Côrte.Alguém bate na porta.Mãe Joana abre-a,ao mesmo tempo em que Isaura e Estér descem juntas as escadas com os braços entrelaçados.Leoncio fica paralisado com a beleza de Isaura,enquanto sua mãe vai abraçá-lo.Isaura olha-o também,parada,do alto da escada,mas seu olhar é diferente do dele,pois ao mesmo tempo vem-lhe à cabeça a cena em que Leoncio roubou-lhe um beijo.
-Mas quem é esta moça tão bela aqui em nossa casa?...-pergunta,ele,sorrindo,malicioso.
-Mas é Isaura,Leoncio!-responde-o sinhá Estér.
-Tú não te lembras mais?!...-o indaga.
-Sim,sim Isaura!Sim Isaura!Evidente que recordo-me!-apressa-se em responder,deixando a mala sobre o assoalho,para abordá-la na escada.-A quanto tempo Isaura!Como vais?
-pergunta,tomando-lhe uma das mãos,querendo a uma destas beijar.
-Satisfação,senhor!-Isaura retira a sua mão das mãos de Leoncio,impedindo-lhe que a beije,guardando-as,por de trás dela.-Muito bem,obrigada!-continua a respondê-lo após cumprimentá-lo e rejeitá-lo.-Com sua licença,prazer em revê-lo...Seja bem-vindo a vossa casa...Com licença.É que estou com uma dor de cabeça,e por isso eu vou retirar-me para os meus aposentos...-prepara-se para saír,Isaura,quando Leoncio afoitamente e muito rapidamente a intercepta,quando ela desce os degraus da escada,preparando-se para roubar-lhe mais um beijo,só que agora em seus lábios.
-Não,sem antes dar-me um beijo,para matar-me as saudades!-e prepara-se para beijá-la.
-Não!-o empurra e saí correndo,trancando-se assustada em seu quarto,encostada na porta,lagrimando.Leoncio entao prepara-se para ír atrás dela,quando a mãe o agarra fortemente pelos braços.
-Seu indecente!-o dá um tapa.-Isso é para você respeitar Isaura,seu mancebo atrevido!...-o ralha de forma bastante inquisitiva contra o seu desrespeitável ato.
Desta maneira mal Leoncio chega na Côrte e vai aprontando das suas,pára logo levar da genitora,uma bofetada,para proteger a sua Isaura,que neste momento prostra-se em seu oratório,pedindo diante de sua "Nossa Senhora de Nazaré".
-Livre-me minha Mãe,deste Leoncio de alma impura e pecaminosa,em cujos olhos moram as mais pervertidas intenções para comigo!-a clama.-Livre-me deste pústula insensível,que desdenha a pureza de minha alma,desejando submeter-me aos seus mais loucos devaneios!Livra-me "Nossa Senhora de Nazaré"!Livra-me e proteja-me com o vosso manto sagrado!Faça decaír todas as indecências de seus intentos!Cegue os seus olhares vis!Torne-me invisível diante dele!Que a sua maldade não possa enxergar-me!Pelo Sinal-da-Santa-Cruz,livrai-me dos nossos inimigos!Em nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo!Amém.-benze-se,após orar,ela,pára na sequência dormir feito um "Anjo Perfeito dos Céus".
Enquanto Leoncio,após pegar um tapa da mãe decide,aborrecido,retirar-se da casa e ír para a fazenda  montando num cavalo,como ato de rebeldia.À medida em que o cavalo corre,não saí de sua mente a cena em que pôde rever Isaura e a bofetada que a mãe aplicara-lhe,após o mesmo tentar dá-la um beijo roubado.Ele pensa.
-Desta vez,Isaura,tú não me escaparás!Voltei disposto a tê-la custe o que custar,o preço que eu terei de pagar!Minha,tú serás!...-promete o pervertido,em pensamento,enquanto cavalga,e ao mesmo tempo o céu é riscado por vários raios,durante o seu trajeto até a "Fazenda Santa Estér",sabendo agora que a mesma é "Santa Genoveva".
- Mas é o nome de minha finada avó...Será que estou na fazenda de meu pai?!...-indaga-se.
-Sim,está!Mas é o senhor Leoncio.Seja bem-vindo!Bom regresso!...-o responde,o feitor Cipriano,que por de trás de Leoncio encontra-se montado em outro cavalo,e ouvíu as suas palavras.
-Cipriano!A quanto tempo!-cumprimenta-o.-Mas qual a  razão da modificação!-o pergunta.
-Simples!Seu pai trocou o nome da fazenda após uma briga com vossa mãe...Ela não lhe contou?...-indaga-lhe na sequência de uma resposta.-Não,não contou-me,ainda,pois acabo de chegar da Europa...Mal cheguei da Côrte,deixei a minha mala com os meus pertences na vivenda,cumprimentei-a rapidamente e resolvi vir...Por isso agora estou aqui...-o responde,indagando-o sequencialmente.-E meu pai Cipriano,está no engenho?Ou nao?-pergunta-lhe Leoncio.
-Está sim,seu Leoncio e bem acompanhado,viu!-o responde,Cipriano,de forma desconfiada.
-Bem acompanhado com quem Cipriano?!...-pergunta-lhe Leoncio,no que acaba por flagrar o pai com duas meretrizes em sua cama,após ter invadido o seu quarto.
-Mas Leoncio!Ponha-te pra fora daqui,seu degenerado!-exige,Comendador,furioso,com o seu atrevimento.
-Degenerado aqui é o senhor,vós mercê meu pai!Que a minha mãe traí,adulterando-a com a maior desfaçatez deste mundo!Depois não tenho a quem puxar...Com duas logo!O senhor não acha que é muita tara para um homem só?!...-o afronta,enquanto o pai continua deitado com duas mulheres-de-lupanar,em sua cama de casal.
-Seu pústula!Infame!Mil vezes maldito!Já falei!Ponha-te daqui!A fazenda é minha!Tudo é meu!Eu posso fazer o que eu quizer!O que me der na telha!Tú não és nada para me criticar!Vai-te embora daqui para o raio-que-o-parta!Antes que eu ordene a tua ida para o tronco,e te trate como a um escravo!Duvidas de mim?!Duvidas?!Seu pústula!Safado!Ordinário!-ofende-o e julga o filho Leoncio por sí próprio.A Leoncio só resta obedecê-lo...
-Parto-me,sim,mas contra a minha vontade,sem antes dizê-lo que o bom julgador julga-se por sí próprio!Portanto,também,tú és tudo aquilo que me apontastes!...-retira-se,após afrontá-lo,dando uma chicotada num vaso e quebrá-lo,após arremessá-lo ao chão.
-Safardana!Paquiderme!Verme!...-vocifera,assim que Leoncio bate a porta.Mas nem por isso,o Comendador interrompe o seu prazer,voltando a praticar de suas orgias,mostrando que o adultério é tão mais antigo quanto a prostituição,que dizem ser a profissão mais antiga do planeta...
Enquanto em antítese,ao seu ato de devassidão,em seus aposentos,na Côrte,a sua esposa Estér,reze fervorosamente em sufrágio das "Almas do Purgatório",prostrada diante de seu oratório,com seu terço de ouro nas mãos,perante a imagem de "Jesus Cristo Carregando A Vossa Cruz",com a coroa de espinhos ornando-lhe a cabeça.
-Decerto,meu Deus!A minha lealdade e a minha fé levarão-me para o Céu,enquanto a sua incredulidade e a vossa infidelidade irão levá-lo para o inferno!Pois eu sinto meu Pai,que o pústula me traí!...-confessa,Estér,após uma rápida interrupção de suas oraçoes,referíndo-se obviamente a deslealdade do marido para com o casamento,atingido por suas constantes orgias e farras.
Leoncio então na fazenda reencontra-se com Rosa e a convida pata deitar-se com ele.Ela o aceita.
Ieda Neuza escuta a indecente proposta atrás da porta.
-A fazenda da "Santa,hum, virô mais" foi Sodôma e Gômôrra...-compara.-Essa Rosa é safada!Mas eu "num tô dizendú"!Más,rapáíz!...-faz o "Sinal-da-Cruz".

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