sábado, 1 de junho de 2013

Uma Outra Escrava Isaura-Capítulo 04:

-Dê-me, sua mão -pediu-a,no que prontamente a mulher o atendeu,no que o marido beijou a sua mão,dando-lhe na sequência a resposta.-Concordo sim,Estér!Que o teu capricho seja atendido!-concordara o Comendador.
-Sim,com toda convicção!E não tenhas dúvidas que eu hei de cobrar!E como eu vou cobrar!Para que a liberdade de minha afilhada possas dar!-proferíu-o,altiva.
Eis concluída,desta forma,a verdadeira origem familiar de Isaura,que ao indagar sobre as mesmas origens familiares para Mãe Joana,esta a responde.
-U nã!Eu não sei não fiá!Nem inhá Estér,nem Comendador!Só Deus sabe a pessoa que lhe abandonou num cesto de palha na porta da fazenda do engenho!-mente.-Foi "inhá" Estér quem estava chegando de carruagem e a achou!-concluí sua mentira Mãe Joana,para que Isaura nunca saiba a verdadeira história em torno de sua origem para que ela não caía em profunda tristeza e até em possível revolta,sabendo que o próprio Comendador quem de certa forma causou a morte de sua gênitora.Só resta a Isaura lamentar.
-Eu lamento,Mãe Joana!Eu lamento...Mas o que se há de fazer se o destino quis assim,escrevendo-me linhas tão tortuosas de minha vida...-abraça Mãe Joana,que também chora e em pensamento a desabafa.
-É Isaura,minha pobre Isaura!Se "ocê" soubesse da verdadeira "disgrassa" desta história nem sei como seria a tua vida!"Intão é melhó deixá" do jeito que "tá"...Não "arriscá"...É "melhó nóis sí calá"...Um dia tú "discubrirá"...-confessa,mentalmente,a escrava velha.
-É minha fiá,"vamus enxugá" essas "lágrima",e também "deixá" de lado essas "tristeza"!Porque se por um lado o destino te abandonou,por outro ele te acolheu,te colocando nos braços da sinhá Estér,que jamais te deixou faltar nada minha fiá!-agora,para Isaura,Mãe Joana,fala.
Cabisbaixa,Isaura a diz.
-É Mãe Joana,eu sei!Disto não posso vir a reclamar...-conforma-se.-Só a minha carta de alforria!Até hoje nunca ganhei a minha liberdade...-queixa-se em choro.
-Mas isto Isaurinha é o Comendador Almeida que não quer dar!Só quando tú casar...-atenta,lhe relembra.
-E se não aparecer-me pretendente?!...-a indaga,Isaura,claramente preocupada.
-Mas como?!Quem não iría querer uma moça tão linda,pura,dos olhos azuís da cor do Céu,loura,inteligente e educada!E ainda prendada!-injeta-lhe os elogios para reforçar-lhe a esperança,intencionando despreocupá-la quanto ao vosso futuro.
-Mas que ainda não passa de uma...-Isaura abaixa-se,deitando a cabeça nas pernas de Mãe Joana que está sentada na cozinha diante do fogão.-Escrava...-reconhece,sob tristeza uma Isaura aparentemente inconformada,cabisbaixa.
Mãe Joana fazendo cafuné em Isaura enquanto lhe fala.
-Ó Isaura deixe de desesperança,fiá!Que os teus "caminho" Deus sempre há de "ilumiá",que um "hômin bão,muito bão",na tua estrada da vida,há de "colocá"!...-a tranquiliza.

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