O tempo passa,como um grande relógio,cujos ponteiros encontram-se bastante acelerados...
Ieda Neuza testemunha,escondida atrás da parede,na cozinha, quando Rosa coloca a terrível dioxina em pó(pensando,Ieda,tratar-se de um veneno mortal) no prato de comida de Isaura.Ela ouve Rosa confessar.
-Não é pra "matá" e sim pra "deixá" ela horrorosa!-balbucia,maligna.-"Êssi" veneno é pra "deixá" o rosto de Isaura deformado!-repete.-Só desse jeito ela satisfaz a grande inveja que eu sempre tive dela,me deixando "filiz di sua disgrassa"!...-revela,a invejosa.
Assim que ela retira-se da cozinha para chamar Isaura para almoçar,Ieda Neuza,mais do que depressa troca os pratos de barro.Pensando que tudo vai dar certo,é Rosa quem acaba provando do próprio veneno,o "pó deformador de faces".O efeito é rápido:ela desmaia e cinco minutos depois assiste o estrago que a tal substância quimicamente perniciosa provocou em seu rosto,em um espelho que a própria Ieda lhe entrega.
-Bem feito,"mardita"!Fui eu quem troquei "ús pratú"!Tú "quiria invenená" e "istragá" o rosto da Isaura,mas eu quem te envenenei,pra "aprendê" a não "fazê" mais "mardadis"!...-a revela,Ieda Neuza,tripudiando-a.
Rosa dá um grito furiosa,quebra o espelho,jogando-o contra a parede,pega uma faca,querendo enfiá-la em Ieda,que com um chicote a desarma,chibatando-a no braço.Isaura fica horrorizada.
-Como tua inveja é má,Rosa!Eu já a tinha perdoado e nem contentou-se em manter-se como uma escrava doméstica!Ainda queria prejudicar-me,mas eu lhe perdôo mil vezes,se assim o precisar!Porém com uma cobra não posso morar!Vá embora daqui!Já!-a expulsa, Isaura,junto a Álvaro,que acaba de chegar.
-Eu mi "vô" mesmo!Mas um dia eu hei de ver a "disgrassa" de todo mundo dessa casa!-roga praga.
-Eu não tenho medo!Praga nenhuma cairá em nossa tenda,pois 1.000 cairão à minha direita e dez mil à minha esquerda,e nós não seremos atingidos,nunca em nome de Deus,jamais,em nome também de vosso "Filho Nosso Senhor Jesus Cristo"!-rebate,fervorosa,Isaura,fazendo o "Sinal-da-Santa-Cruz",após ajoelhar-se e elevar as mãos aos "Céus".
-Isso,Isaura!A inveja dela está desconjurada e crucificada!-diz Ieda,agora com um crucifixo nas mãos,após pegá-lo da parede,onde estava pendurado.
-Agora Rosa,a feiúra da tua inveja mora na vossa própria face!Como é horrorosa!A vossa inveja e a dona dela!Agora companheiras para sempre!Só fez plantar o mal!Colheu o mal!Eis o resultado!...-completa sinhá Estér.
-Isso!A inveja é tão horrível quanto a vossa cara!Muito bem feito!Toma-te!-tripudía,sinhá Vera.
Assim Rosa vai embora,chorando de ódio,cobrindo o rosto monstruoso com um véu negro dado-lhe por Mãe Joana,mas antes dá meia-volta e ataca Isaura querendo estrangulá-la.Álvaro salva-lhe das garras da maléfica escrava,a amarra e a manda para a prisão.Assim termina horrível na cadeia.
Agora só é festejos.Pois todos,exceto os vilões,que foram duramente castigados,comemoram a felicidade coletiva em um grande baile na fazenda "Santa Genoveva",onde todos os escravos foram libertados e agora são remunerados pelo trabalho com carga horária de 6 horas por dia.Ao contrário quando eram escravos e eram obrigados a trabalhar 16 horas por dia na lavoura açúcareira.
E assim,portanto,na "Fazenda Santa Genoveva",que por presente de Álvaro,voltou a ser do Comendador Almeida e sinhá Estér,verifica-se a conclusão dos destinos das personagens,supra-citados abaixo:
Sinhá Vera aparece grávida do novo marido,o Conde Della Torre,de Portugal.Gozam de felicidade o casal.Virgi Santa,sua mucama especial,também está grávida do alforriado escravo André.Ganharam uma chácara rural da bondosa sinhá Vera.Seu Jocelino e Maria José aparecem com a recém-nascida,Eminha,que mama no peito da mãe.É a irmãzinha de Isaura.Henrique com a esposa,sinhá Altônia,a irmã bastarda de Leoncio.Ela também está gestante.A sua amiga,a portuguesa Adelaide também aparece grávida e casada com Von Giuseppe,um barão italiano do vinho.E claro,o pai e a madrasta de Álvaro,respectivamente,Ary e Iñes,que surge trazendo ao colo e amamentando o primeiro filho do marido,o pequeno Ernestito,o irmãozinho de Álvaro.Mãe Joana segura Eminha e o pequeno Tobias,e Ieda Neuza,Ernestito,enquanto a todos os casais dançam a "Valsa Vienense".
É outro dia.Isaura e Álvaro descem de uma carruagem.Ela com os olhos vendados por um lenço verde.Desvendando-lhe vossos olhos propicia-lhe a visão magnífica,deixando Isaura maravilhada.
-Minha Nossa Senhora das Belezas!Quão lindo meu amor!É um "Barco de Mármore"!...-revela o teor do presente,após suspirar diante de tanta beleza arquitetônica.
-Uma obra pequenissimamente faraônica,que eu mandei construír para ti,vós mercê,tú,você minha Isaura,amada idolatrada!-a diz,ofertando-a euforicamente romântico Álvaro,o "Barco de Mármore",literalmente erguido no "Jardim Vermelho Senhorita",de vossa "Casa-Grande",na Côrte.
Isaura agradece-o,com um forte abraço,até que para sua surpresa,Álvaro carregue-a nos braços,levando-a para cima do "Barco de Mármore" e neste Isaura tampar-lhe delicadamente os lábios do amado,com uma das mãos,quando ambos irião falar juntos,bloqueiando-o para então pronunciá-lo estas lindas e inspiradas palavras,belissimamente mencionadas abaixo:
-Amar é perdoar,se inspirar e mergulhar na alma do outro,sob a mais profunda simplicidade!-revela-o,sob a mais linda confissão,fixamente ao seu olhar.
-Eu te amo!-confessam-se ao mesmo tempo,quando Isaura tira a mão dos lábios do amado,finalizando esta história com um belíssimo beijo e bastante poético,selando-a com um tradicional final feliz.
"FIM"
terça-feira, 9 de julho de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA"-O GRANDE FINAL-PARTE II:
Até que na sequência do estrondo de um trovão,aconteça o inesperado...
-Ai!Ai!Ai!Ai!Meu Deus!Está chegando!Eu não estou aguentando!...-grita Isaura,desesperada enquanto passa as mãos no ventre.-Segurem-me, por favor!-suplica,Isaura,pegando em sua barriga,completando folhetinescamente o espetáculo,sendo acometida pelas dores do parto.
Álvaro e Virgi Santa correm para acudí-la.
Colocam-na sobre o tapete,sob o assoalho,no meio da sala.Ali todos os convidados podem ver ao vivo Isaura entrando em trabalho de parto,auxiliada por Mãe Joana,que mostra habilidade como parteira,enquanto ao mesmo tempo segura firmemente nas mãos do amado Álvaro.
Enquanto faz muita força para dar à luz,começa a caír uma chuva torrencial sobre "Campos dos Goytacazes",ao mesmo tempo que,paralelamente,sinta-se olfativamente um fortíssimo odor suavicíssimo de rosas sendo injetado e invadindo agradabilissimamente por entre os ares da cidade.Até que após muitas contrações,no mesmo momento em que a chuva cessa,vê-se a lua cheia sendo descoberta por uma grande nuvem negra,saíndo e reinando absoluta "Nos Céus",parindo em definitivo,Isaura,na Terra.
-Nascera!Nascera!Sob os maiores auspícios desta vida,eclodindo no maior espetáculo de todas as visões e satisfações!É meu filho!-chora,eufórico,Álvaro,segurando o recém-nascido aos berros nos braços,com Isaura olhando-o,chorosa,e como num encerramento de um grande espetáculo da vida real,são euforicamente aplaudidos por todos os convidados.
-Chamar-se-à Tobias...Tobias...-decide Isaura,pegando-o nos braços,enquanto lança-lhe o olhar materno.
Enquanto isto Leoncio é lançado no manicômio.
Enlouquecido,começa a ter visões irreais,sintomáticas de vossa demência.
-Receba-me Isaura,em tua alcôva,que dou-te todo o meu reinado!E assim podes transformar-me em teu escravo!O teu mais humilde escravo!-abre os braços,assim que desce da carruagem,o põem na camisa-de-força,ajoelhando-se em frente ao portão principal,como se estivesse dirigindo-se à Isaura,tendo-a em sua visão.
-Larguem-me seus condenados!Pústulas desprezíveis!Isaura!Minha rainha!Salve-me destes abutres!Decapite-os!Mande-os para a guilhotina!Ou crive vossos corpos com punhaladas!-vocifera,enquanto levam-no para uma cela do manicômio judiciário,agora passando a xingá-la.
-Isaura!Sua desgraçada!Já não é mais a minha rainha!Estás destronada!Do meu coração estás destronada!Guardas,prendam-na,na masmôrra!No calabouço!Porém não privem-na de alimentar-se e beber bastante água!Para que volte a ser a minha escrava!-pronuncía tais palavras desconexas,
comumentes a um louco perverso,obcecado pelos desejos mais obsessivamente vis deste mundo,vítima dos próprios intentos perniciosos.
Ele dá continuidade às suas desconexidades,que apesar de serem provenientes do seu distúrbio mental,não deixam,óbvio,de imprimír genialidade,visto que completa o nosso espetáculo de palavras.
-...cuja socapa um véu que encobria-lhe a face!Da próxima tú já sabes!Venderei vós mercê para o capitão-do-mato mais asselvajado destes lados:Donato!Eu estou tão fulgurado que se colocasse minhas mãos em Isaura,a daría muitas chibatadas!Deixem-me chicotear Isaura!Não!Sería muito mais fácil pedir-me para chicotear vós mercê!...Caro Álvaro,és acima de tudo um paradoxal assumidíssimo diante de todo este mar de escravismos!Elogia-o!Um pústula maligno,decerto,para todos os que representam esta sociedade escravocrata!-prossegue,Leoncio,falar a só,sintoma de seu transtorno mental.
Novo terremoto acontece na história,e desaba o manicômio judiciário,na Côrte,matando a todos ou loucos presidiários.Leoncio agora é somente um cadáver em meio aos escombros...Eis o seu trágico final.
Como o abalo sísmico só atingiu a Côrte do Rio de Janeiro,e na sua ocorrência Isaura e Álvaro estão em "Campos dos Goytacazes",como que por milagre,ao mesmo tempo que acontece a morte do crápula,seus pais sinhá Estér e o Comendador Almeida Prado,levantam-se da cama,completamente recuperados,como se suas doenças morressem junto com o maldito filho.
-Meu Deus!Madrinha está boa!Deus seja louvado!Glória a Jesus!Glória!Glória!Glória!Aleluia,Senhor!-louva e agradece,Isaura,ajoelhada,chorando de emoção,enquanto beija uma das mãos de Estér,que também ajoelha-se e abraça-se à ela,extremamente emocionada,enquanto uma das janelas do quarto é aberta por Ieda Neuza,e os raios solares iluminam o ambiente,adentrando-no iluminosamente,anunciando festas.
Até que Mãe Joana relembra,manifestando-se.
-É esse remédio que é milagroso!Divina seja a "Aguardente Alemã"!!!
-Muito auspiciosa!!!Homeopaticamente maravilhosa!-acrescenta,Isaura.
...Velório do Leôncio e uma revelação bombástica caí em um momento determinado no ambiente em que o defunto está sendo velado...
Eis que surge Camilo Castelo Branco vivíssimo,ao lado de uma linda mulata...
-Meu Deus!É um fantasma!-balbucia,Ieda Neuza,quase assustada,prestes a desmaiar,com Izaura,pondo-se atrás dela,prestes a lhe segurar.
-Não é não,senhoras e senhores,moças e rapazes...!Eis-me aqui,ressurgido das cinzas,não ressuscitado de nenhum sepulcro,nem advindo de cemitério algum,porque meu corpo,como vêem nunca havería de ter descido aquela cova,entrado naquele caixão,como este meu grande algoz(apontando para o cadáver de Leoncio) planejou,e quizera que todos pensassem!...É isto mesmo!Se alguém tivesse de fato me assassinado,este que agora encontra-se velado neste referido caixão teria sido o assassino deste vosso varão!-revela,Camilo assim que adentra a porta do salão,falando em frente ao caixão,que encontra-se ao centro do ambiente.
-Minha Nossa!Meu primo adorado,que glória de Deus não terem tido te matado!Aleluia,meu Deus!Aleluia,Jesus!Aleluia!-prostra-se aos vossos pés,chorosa e ao mesmo tempo sorridente,sinhá Vera.
-Deus de maravilhas!-exclama sinhá Estér,ao mesmo tempo que uma forte ventania abra todas as janelas,e por ali adentrem profundos raios solares.
-JESUS!CONTE-NOS CAMILO,QUE HISTÓRIA É ESTA,AFINAL?COMO VIVO ESTÁS?SE EU MESMA VI O SEU CORPO QUEIMAR E ARDER NAS LABAREDAS DE TÃO TERRÍVEL CHAMA?!...-pergunta-lhe em exclamação,Izaura.
-Não vistes não,Izaura!Ouvistes sim,não vistes nada,só ouvistes gritos lancinantes meus,que sob a mira de uma arma,fui obrigado a urrar,depois que caí naquele buraco feito atrás da porta,o Leoncio surgíu armado de uma arma...
Cenas de flash-back...
-Agora fiques calado!Se tú gritares,eu rebento-lhe o crânio,dilacero-lhe o cérebro!...-surgira o crápula,ameaçando-o com uma arma,no que após ter sido ajudado pelo jagunço Valpirâno,este tirou Camilo rapidamente do buraco,pára que na sequência um cadáver recente de um escravo fosse ali jogado no lugar de Camilo.Aí jogaram querosene em cima do mesmo e atearam-lhe fogo.
-Agora grites,seu desgraçado,para que Isaura pense que sejas tú o incendiado!-ordenou Leoncio,mirando o revólver sob a cabeça de Camilo,que assim foi obrigado a forjar gritos lancinantes,para fingír que estava sendo morto num incêndio criminoso,enquanto o cadáver de um morto é quem estava sendo realmente queimado.
Quando estavam por de trás da cabana,com Camilo amordaçado por um pano negro na boca,ainda sob a mira do revólver de Leôncio,Valpirâno espalhou querosene nas paredes da cabana,ateando fogo completamente nela,pára rapidamente entrarem num buraco ocultado por algumas folhagens,e ao descerem as escadas,Leôncio ordenou.
-Agora bebas,maldito!Bebas!-obrigando Camilo a beber um suco de maracujá misturado a sedativos bem fortes.
Assim que caíu num sono profundo.Camilo foi carregado por aquele grande corredor de um túnel subterrâneo,que o conduzia até uma outra fazenda,onde foi jogado numa carruagem e levado para um navio,e neste pôsto numa cela.Dali foi obrigado a ír para Portugal,para a província de Santiago do Cacém,onde ficou esse tempo inteiro prisioneiro como escravo branco de uma fazenda portuguesa de um amigo de Leôncio,Calisval Carvalhares.
Tempos depois,a escrava Lucélia(uma linda mulata dos olhos verdes) e ele perdidamente apaixonaram-se,que mancomunados tramaram um plano que culminou com a fuga de ambos:ela dopou a todos,misturando um sedativo poderoso no suco de laranja,que aproveitando-se do adormecimento coletivo dos dopados,obtiveram êxito na fuga.Dali o casal fugiu para Lisboa,onde Camilo possuí família e bens.Casaram-se e ele resolveu reaparecer(sem avisar obviamente a ninguém) coincidentemente justo no momento do velório de Leoncio.
-Conclusivamente,foi assim que tudo ocorreu!-concluí Camilo de mãos dadas com a esposa Lucélia na frente de todos.Munido de sua "Bíblia Sagrada",ele fala.
-Como está escrito nestas palavras,perdoai setenta vezes sete os vossos inimigos!Assim eu já perdoei este ímpio!Que não matou-me por toda a eternidade,mas sim aprisionou a minha liberdade por uma certa temporariedade!Mas graças a ele,eu encontrei de fato a minha grande amada,depois de ti,Isaura,que se acaso não tivessem forjado o meu falecimento e cerceado-me a liberdade,seria eu para ser o teu cônjuge,mas agora vejo que encontrasses também a felicidade....Já estava tudo escrito.Assim estamos felizes!Isto é o que realmente interessa!Aleluia,Jesus!Aleluia!Glórias!Glórias!Glórias aos Céus!-ajoelha-se,agradecendo ao "Deus Maior".
E assim todos os presentes acabam por dá-lo uma salva de palmas,enquanto Isaura o abraça,como forma de aceitá-lo numa grandiosa e respeitosa amizade.
-É Leoncio,desta tú escapou!Quem sabes por tú não teres te tornado um assassino,de fato,Deus não te perdôou e absolveu-te de todos os teus pecados!E que agora te encontras lá perto do nosso Criador!...-lamenta uma esperançosa sinhá Estér,acreditando na hipótese da salvação de sua alma,com um véu negro sobre a cabeça,acaricíando a face do filho sob o caixão.
-É Estér,muito difícil,Leôncio estar agora lá no Céu!Porque não foi muito bom em vossa terrestre trajetória,mas como Deus é infinitamente bom,ele deve absolver até mesmo aqueles que pensávamos estarem de certa maneira condenados...-resigna-se o Comendador diante do corpo do filho.
-Amém-balbucía,fazendo o Sinal-da-Cruz,Isaura.
Enquanto isso,Rosa tem uma lembrança maldita...
-Estás vendo este vidrinho,Rosa?...-indagara-lhe,Leoncio.
-Tô,sim!Pra "qui servi amantí"?...-respondera-lhe o crápula,momentos antes da tragédia do casamento imposto à Isaura,que culminara com a libertação da cativa,o anúncio de vossa falência e o vosso aprisionamento no manicômio judiciário.
-Ah!É veneno,"amantí"!"Prá acabá" com a vida dela!-pensou,precipitadamente,Rosa.
-Pensou errado,Rosa!É veneno sim,mas não para riscá-la do livro dos viventes e sim para matar a beleza de Isaura,para sempre!-respondera-lhe Leoncio.
-"Qui" bom,"amantí"!Mas o que é isto?-indagou-o.
-É dioxina!Uma substância que servirá para deformar o rosto de Isaura!É só misturar um pouco deste pó na comida ou na bebida da vítima!É infalível!...-a explicara,ofertando-a um plano perfeito para revitimizar a pobre escrava.
-Eu já sei como vou "acabá" com Isaura!...-malignamente,balbucia.-Vou "vingá" Leoncio,e por mim também,já que ela não merecia tanta felicidade!"Qui" ódio!...-planeja,pérfida,cortando uma maçã ao meio com uma faca.
Leoncio é enterrado.Após seu enterro Álvaro devolve aos pais do crápula tudo aquilo que lhe tomara por trâmites legais.Eles agradecem-no,bastante.
-Álvaro,vós merce é um santo!Mereces o "Céu" e toda a boa sorte de felicidade deste Universo!Muito obrigada!-agradece-lhe sinhá Estér,ajoelhada aos vossos pés.
-Ai!Ai!Ai!Ai!Meu Deus!Está chegando!Eu não estou aguentando!...-grita Isaura,desesperada enquanto passa as mãos no ventre.-Segurem-me, por favor!-suplica,Isaura,pegando em sua barriga,completando folhetinescamente o espetáculo,sendo acometida pelas dores do parto.
Álvaro e Virgi Santa correm para acudí-la.
Colocam-na sobre o tapete,sob o assoalho,no meio da sala.Ali todos os convidados podem ver ao vivo Isaura entrando em trabalho de parto,auxiliada por Mãe Joana,que mostra habilidade como parteira,enquanto ao mesmo tempo segura firmemente nas mãos do amado Álvaro.
Enquanto faz muita força para dar à luz,começa a caír uma chuva torrencial sobre "Campos dos Goytacazes",ao mesmo tempo que,paralelamente,sinta-se olfativamente um fortíssimo odor suavicíssimo de rosas sendo injetado e invadindo agradabilissimamente por entre os ares da cidade.Até que após muitas contrações,no mesmo momento em que a chuva cessa,vê-se a lua cheia sendo descoberta por uma grande nuvem negra,saíndo e reinando absoluta "Nos Céus",parindo em definitivo,Isaura,na Terra.
-Nascera!Nascera!Sob os maiores auspícios desta vida,eclodindo no maior espetáculo de todas as visões e satisfações!É meu filho!-chora,eufórico,Álvaro,segurando o recém-nascido aos berros nos braços,com Isaura olhando-o,chorosa,e como num encerramento de um grande espetáculo da vida real,são euforicamente aplaudidos por todos os convidados.
-Chamar-se-à Tobias...Tobias...-decide Isaura,pegando-o nos braços,enquanto lança-lhe o olhar materno.
Enquanto isto Leoncio é lançado no manicômio.
Enlouquecido,começa a ter visões irreais,sintomáticas de vossa demência.
-Receba-me Isaura,em tua alcôva,que dou-te todo o meu reinado!E assim podes transformar-me em teu escravo!O teu mais humilde escravo!-abre os braços,assim que desce da carruagem,o põem na camisa-de-força,ajoelhando-se em frente ao portão principal,como se estivesse dirigindo-se à Isaura,tendo-a em sua visão.
-Larguem-me seus condenados!Pústulas desprezíveis!Isaura!Minha rainha!Salve-me destes abutres!Decapite-os!Mande-os para a guilhotina!Ou crive vossos corpos com punhaladas!-vocifera,enquanto levam-no para uma cela do manicômio judiciário,agora passando a xingá-la.
-Isaura!Sua desgraçada!Já não é mais a minha rainha!Estás destronada!Do meu coração estás destronada!Guardas,prendam-na,na masmôrra!No calabouço!Porém não privem-na de alimentar-se e beber bastante água!Para que volte a ser a minha escrava!-pronuncía tais palavras desconexas,
comumentes a um louco perverso,obcecado pelos desejos mais obsessivamente vis deste mundo,vítima dos próprios intentos perniciosos.
Ele dá continuidade às suas desconexidades,que apesar de serem provenientes do seu distúrbio mental,não deixam,óbvio,de imprimír genialidade,visto que completa o nosso espetáculo de palavras.
-...cuja socapa um véu que encobria-lhe a face!Da próxima tú já sabes!Venderei vós mercê para o capitão-do-mato mais asselvajado destes lados:Donato!Eu estou tão fulgurado que se colocasse minhas mãos em Isaura,a daría muitas chibatadas!Deixem-me chicotear Isaura!Não!Sería muito mais fácil pedir-me para chicotear vós mercê!...Caro Álvaro,és acima de tudo um paradoxal assumidíssimo diante de todo este mar de escravismos!Elogia-o!Um pústula maligno,decerto,para todos os que representam esta sociedade escravocrata!-prossegue,Leoncio,falar a só,sintoma de seu transtorno mental.
Novo terremoto acontece na história,e desaba o manicômio judiciário,na Côrte,matando a todos ou loucos presidiários.Leoncio agora é somente um cadáver em meio aos escombros...Eis o seu trágico final.
Como o abalo sísmico só atingiu a Côrte do Rio de Janeiro,e na sua ocorrência Isaura e Álvaro estão em "Campos dos Goytacazes",como que por milagre,ao mesmo tempo que acontece a morte do crápula,seus pais sinhá Estér e o Comendador Almeida Prado,levantam-se da cama,completamente recuperados,como se suas doenças morressem junto com o maldito filho.
-Meu Deus!Madrinha está boa!Deus seja louvado!Glória a Jesus!Glória!Glória!Glória!Aleluia,Senhor!-louva e agradece,Isaura,ajoelhada,chorando de emoção,enquanto beija uma das mãos de Estér,que também ajoelha-se e abraça-se à ela,extremamente emocionada,enquanto uma das janelas do quarto é aberta por Ieda Neuza,e os raios solares iluminam o ambiente,adentrando-no iluminosamente,anunciando festas.
Até que Mãe Joana relembra,manifestando-se.
-É esse remédio que é milagroso!Divina seja a "Aguardente Alemã"!!!
-Muito auspiciosa!!!Homeopaticamente maravilhosa!-acrescenta,Isaura.
...Velório do Leôncio e uma revelação bombástica caí em um momento determinado no ambiente em que o defunto está sendo velado...
Eis que surge Camilo Castelo Branco vivíssimo,ao lado de uma linda mulata...
-Meu Deus!É um fantasma!-balbucia,Ieda Neuza,quase assustada,prestes a desmaiar,com Izaura,pondo-se atrás dela,prestes a lhe segurar.
-Não é não,senhoras e senhores,moças e rapazes...!Eis-me aqui,ressurgido das cinzas,não ressuscitado de nenhum sepulcro,nem advindo de cemitério algum,porque meu corpo,como vêem nunca havería de ter descido aquela cova,entrado naquele caixão,como este meu grande algoz(apontando para o cadáver de Leoncio) planejou,e quizera que todos pensassem!...É isto mesmo!Se alguém tivesse de fato me assassinado,este que agora encontra-se velado neste referido caixão teria sido o assassino deste vosso varão!-revela,Camilo assim que adentra a porta do salão,falando em frente ao caixão,que encontra-se ao centro do ambiente.
-Minha Nossa!Meu primo adorado,que glória de Deus não terem tido te matado!Aleluia,meu Deus!Aleluia,Jesus!Aleluia!-prostra-se aos vossos pés,chorosa e ao mesmo tempo sorridente,sinhá Vera.
-Deus de maravilhas!-exclama sinhá Estér,ao mesmo tempo que uma forte ventania abra todas as janelas,e por ali adentrem profundos raios solares.
-JESUS!CONTE-NOS CAMILO,QUE HISTÓRIA É ESTA,AFINAL?COMO VIVO ESTÁS?SE EU MESMA VI O SEU CORPO QUEIMAR E ARDER NAS LABAREDAS DE TÃO TERRÍVEL CHAMA?!...-pergunta-lhe em exclamação,Izaura.
-Não vistes não,Izaura!Ouvistes sim,não vistes nada,só ouvistes gritos lancinantes meus,que sob a mira de uma arma,fui obrigado a urrar,depois que caí naquele buraco feito atrás da porta,o Leoncio surgíu armado de uma arma...
Cenas de flash-back...
-Agora fiques calado!Se tú gritares,eu rebento-lhe o crânio,dilacero-lhe o cérebro!...-surgira o crápula,ameaçando-o com uma arma,no que após ter sido ajudado pelo jagunço Valpirâno,este tirou Camilo rapidamente do buraco,pára que na sequência um cadáver recente de um escravo fosse ali jogado no lugar de Camilo.Aí jogaram querosene em cima do mesmo e atearam-lhe fogo.
-Agora grites,seu desgraçado,para que Isaura pense que sejas tú o incendiado!-ordenou Leoncio,mirando o revólver sob a cabeça de Camilo,que assim foi obrigado a forjar gritos lancinantes,para fingír que estava sendo morto num incêndio criminoso,enquanto o cadáver de um morto é quem estava sendo realmente queimado.
Quando estavam por de trás da cabana,com Camilo amordaçado por um pano negro na boca,ainda sob a mira do revólver de Leôncio,Valpirâno espalhou querosene nas paredes da cabana,ateando fogo completamente nela,pára rapidamente entrarem num buraco ocultado por algumas folhagens,e ao descerem as escadas,Leôncio ordenou.
-Agora bebas,maldito!Bebas!-obrigando Camilo a beber um suco de maracujá misturado a sedativos bem fortes.
Assim que caíu num sono profundo.Camilo foi carregado por aquele grande corredor de um túnel subterrâneo,que o conduzia até uma outra fazenda,onde foi jogado numa carruagem e levado para um navio,e neste pôsto numa cela.Dali foi obrigado a ír para Portugal,para a província de Santiago do Cacém,onde ficou esse tempo inteiro prisioneiro como escravo branco de uma fazenda portuguesa de um amigo de Leôncio,Calisval Carvalhares.
Tempos depois,a escrava Lucélia(uma linda mulata dos olhos verdes) e ele perdidamente apaixonaram-se,que mancomunados tramaram um plano que culminou com a fuga de ambos:ela dopou a todos,misturando um sedativo poderoso no suco de laranja,que aproveitando-se do adormecimento coletivo dos dopados,obtiveram êxito na fuga.Dali o casal fugiu para Lisboa,onde Camilo possuí família e bens.Casaram-se e ele resolveu reaparecer(sem avisar obviamente a ninguém) coincidentemente justo no momento do velório de Leoncio.
-Conclusivamente,foi assim que tudo ocorreu!-concluí Camilo de mãos dadas com a esposa Lucélia na frente de todos.Munido de sua "Bíblia Sagrada",ele fala.
-Como está escrito nestas palavras,perdoai setenta vezes sete os vossos inimigos!Assim eu já perdoei este ímpio!Que não matou-me por toda a eternidade,mas sim aprisionou a minha liberdade por uma certa temporariedade!Mas graças a ele,eu encontrei de fato a minha grande amada,depois de ti,Isaura,que se acaso não tivessem forjado o meu falecimento e cerceado-me a liberdade,seria eu para ser o teu cônjuge,mas agora vejo que encontrasses também a felicidade....Já estava tudo escrito.Assim estamos felizes!Isto é o que realmente interessa!Aleluia,Jesus!Aleluia!Glórias!Glórias!Glórias aos Céus!-ajoelha-se,agradecendo ao "Deus Maior".
E assim todos os presentes acabam por dá-lo uma salva de palmas,enquanto Isaura o abraça,como forma de aceitá-lo numa grandiosa e respeitosa amizade.
-É Leoncio,desta tú escapou!Quem sabes por tú não teres te tornado um assassino,de fato,Deus não te perdôou e absolveu-te de todos os teus pecados!E que agora te encontras lá perto do nosso Criador!...-lamenta uma esperançosa sinhá Estér,acreditando na hipótese da salvação de sua alma,com um véu negro sobre a cabeça,acaricíando a face do filho sob o caixão.
-É Estér,muito difícil,Leôncio estar agora lá no Céu!Porque não foi muito bom em vossa terrestre trajetória,mas como Deus é infinitamente bom,ele deve absolver até mesmo aqueles que pensávamos estarem de certa maneira condenados...-resigna-se o Comendador diante do corpo do filho.
-Amém-balbucía,fazendo o Sinal-da-Cruz,Isaura.
Enquanto isso,Rosa tem uma lembrança maldita...
-Estás vendo este vidrinho,Rosa?...-indagara-lhe,Leoncio.
-Tô,sim!Pra "qui servi amantí"?...-respondera-lhe o crápula,momentos antes da tragédia do casamento imposto à Isaura,que culminara com a libertação da cativa,o anúncio de vossa falência e o vosso aprisionamento no manicômio judiciário.
-Ah!É veneno,"amantí"!"Prá acabá" com a vida dela!-pensou,precipitadamente,Rosa.
-Pensou errado,Rosa!É veneno sim,mas não para riscá-la do livro dos viventes e sim para matar a beleza de Isaura,para sempre!-respondera-lhe Leoncio.
-"Qui" bom,"amantí"!Mas o que é isto?-indagou-o.
-É dioxina!Uma substância que servirá para deformar o rosto de Isaura!É só misturar um pouco deste pó na comida ou na bebida da vítima!É infalível!...-a explicara,ofertando-a um plano perfeito para revitimizar a pobre escrava.
-Eu já sei como vou "acabá" com Isaura!...-malignamente,balbucia.-Vou "vingá" Leoncio,e por mim também,já que ela não merecia tanta felicidade!"Qui" ódio!...-planeja,pérfida,cortando uma maçã ao meio com uma faca.
Leoncio é enterrado.Após seu enterro Álvaro devolve aos pais do crápula tudo aquilo que lhe tomara por trâmites legais.Eles agradecem-no,bastante.
-Álvaro,vós merce é um santo!Mereces o "Céu" e toda a boa sorte de felicidade deste Universo!Muito obrigada!-agradece-lhe sinhá Estér,ajoelhada aos vossos pés.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA"-O GRANDE FINAL-PARTE 1:
A grande cantora de fados portugueses Amália Rodrigues está a cantar um clássico do fado lusitano,a música "Casa da Mariquinhas" no palco do teatro de arena do domicílio de Doña Sol,para um público seleto em mais um sarau,quando acontece um fenômeno mais-do-que espetacular:"A Chuva de Meteoritos",como se várias estrelas caíssem do "Céu da Espanha",enchendo a noite de "raríssima beleza visual".
-Meu Deus!Que formidabilíssimo!!!-suspira Isaura,saltando os olhos de admiração,como se visse algo inverossímil.
Até que no mesmo céu apareça-o desenhado um "Escorpião de Estrelas".
-É a "Constelação do Signo de Escorpião",avisando-nos de uma profunda transformação!Sejam elas fatídicas ou auspiciosas!Só Deus sabe...-explica-lhes Doña Sol,sabedoura dos recados astrais.
Assim que dá-se a sua interpretação,surgem Leoncio,Rosa e a milícia espanhola,para prender Isaura.
-Vós mercês estão presos!-anuncia-os o crápula,referíndo-se ao casal Isaura e Álvaro,ao mesmo tempo que ouvem-se os estrondosos "7 Trovões" no "Céu" sob ares noturnos.
Ambos são acorrentados e para a presiganga assim levados.Ambos recolhidos em celas diferentes do navio-presídio.O tempo passa muito rápido,como se "atravessassem o mapa".Isaura e todos já estão no Brasil.Álvaro é penalizado a pagar uma multa por desrespeito à Justiça,ao ajudá-la empreender a sua quinta fuga.E aguardar um novo julgamento,que decidirá se ele será ou não expulso do país.Algo pleiteado pelo crápula,que achou por "bem" ingressar com este pedido em esfera judicíal,pára que se Álvaro,se acaso for ao exílio condenado,seja para sempre de Isaura,separado.
Quanto à Isaura,Leoncio volta à decisão de deixá-la enclausurada em seu próprio quarto na casa-grande do engenho,a "Fazenda Santa Genoveva".Desta maneira,Isaura vive a sua solitária e sacrificada gestação.Condenada novamente à prisão domicíliar e também afastada do grande amado.Como também a ser penalizada com a triste notícia do afastamento de vosso pai e a "tia-madrasta",vendidos pelo algoz para um barão escravocrata residente em longínquas e desconhecidas terras.E como se não bastasse, mais uma ruim novidade:ela é obrigada a enxugar ovos caipiras da granja do engenho,12 horas por dia.Pega-os mergulhados n'água em grande tonel de madeira,e um a um vai enxugando-os munida de algum guardanapo,trocando-o por outro,à medida em que o que está sendo usado encontra-se molhado.Colocando os ovos enxugados em uma cesta de palha.Trabalho punitivo criado pelo cérebro maligno da própria e invejosa Rosa,sugerido a Leoncio,para que o mesmo castigasse Isaura e assim a ocupasse,para que a mesma não voltasse a ter "ares de princesa preguiçosa e desocupada"!
Só que ao decorrer dos meses Leoncio vai desperdiçando quantias vultosas do patrimônio de vosso pai,desperdiçando principalmente com mulheres de lupanar ou "pônas",bebidas,jogatinas e farras.Como consequência vê-se completamente endividado,pois para completar sua tragédia financeira tem prejuízos com o tráfico negreiro,por naufragar dois navios de sua frota,repleto de escravos,oriundos da África e como se não bastasse,sua lavoura açucareira ser atingida por pragas.
Não havendo outra saída pede empréstimos exorbitantes ao banco,hipotecando todos os vossos bens.É aí que o banqueiro português Antônio Calvário de Santiago,amigo de um amigo de Álvaro avisa-o,que por sua vez,avisa ao amado de Isaura.Sem perder tempo,Álvaro faz o pagamento completo das dívidas do inimigo,e automaticamente apodera-se,em benefício próprio,por direito,de tudo aquilo que já lhe pertenceu.Só que por enquanto Álvaro empreende todas estas ações em segredo.Esperando para "dar o bote" fatal em ocasião oportuna.
É quando ao saír do banco,após pagar todas as dívidas do adversário,tomar os bens do mesmo,decide empreender uma visita aos amigos Henrique,Virgi Santa e sinhá Vera.
-Álvaro!Estávamos saindo exatamente para encontrarmos contigo!Pois desta vez Leoncio foi tenebroso demais!...-o diz,Vera,abrindo a porta,para visitá-lo,quando o mesmo já estava ali para lhes visitar e o segredo os contar.
-Meu Deus!O que fôra?Nao diga-me que Leoncio atentou contra a vida de Isaura?!-adentra a casa,Álvaro,sobressaltado.
-Não para tanto!Acalme-se,Álvaro!Sente-se!-o pede encarecidamente,Vera.-Virgi Santa vá buscar o chá de camomila para Álvaro se acalmar...-a solicita.
-O que foi sinhôra Vera?!Afinal o que desta vez Isaura sofreu?!Conte-me,por obséquio!-a indaga Álvaro,visivelmente desnorteado.
-Acalme-se Álvaro!Acalme-se!Não desnorteie-se tanto!Serei-lhe concisa no conto!Simplesmente Leoncio decidiu anular por conta própria o casamento entre Belchior e Isaura e a obrigá-la em um futuro sarau a anunciar-se como a sua nova mulher!A sua mais nova mulher!...conta-lhe,concisamente,Vera.
-Que canalha!Pústula miserável!Mas asseguro-lhes que este cruel constrangimento não acontecerá!Muito pelo contrário!Eu é quem o farei passar por uma cruel humilhação!-garante.-Aqui está a prova!...-revela-lhes,amostrando-os um documento comprobatório de que comprou as dívidas de Leoncio,e assim é o novo dono de tudo o que ele tem.
-Nossa Senhora!É inacreditável,mas já era de se esperar!Quanto castigo!Melhor impossível!...-diz sinhá Vera espantada e ao mesmo tempo admirada,dando uma pausa olhando fixamente para a parede,até que recobre o olhar,voltando a mexer com as pálpebras.-É Leoncio chafurdando-se na própria lama do pecado!Matando a própria riqueza para entregar-se de bandeja!...-concluí sinhá Vera,munida do documento de Álvaro,após analisar minuciosamente o seu teor.
-Muito bem executado!Meus parabéns Álvaro!Então é assim que vós pretende vingar-se?!Tomando tudo do canalha para o condená-lo à bancarrota!Chafurdá-lo na lama da miséria!Mais-do-que-perfeitamente tramado!Ele merece e como o merece!...-elogia-o,Henrique,ao ler o teor do papel.
-É "inhô"!"Demôrô",mas "ú castigú chegô"!-diz,Virgi Santa.
E vai chegar...É "11 de Maio de 1888".Dia do "fatídico" sarau para Leoncio e o mais redentor da vida inteira de Isaura.O crápula adentra o salão de sua casa na Côrte,anuncíando o início do "Baile das Mascarilhas",acompanhado de Isaura,que está mais linda do que nunca,trajando um belíssimo vestido vermelho de gala,cuja mascarilha que adorna-lhe o rosto é côr de prata.
-Senhoras e senhores!Apresentear-lhe-eis nesta pontual ocasião a minha mais nova sinhôra!Eí-la aqui!-aponta-lhe com a mão,objetivando apresentá-la.
-Páre Leoncio!-e Isaura retira a mascarilha,chorando,segurando-a com uma das mãos.-Desculpem pela infâmia que este senhor encontra-se a agir para com vós mercês!Visto que eu estou sendo vítima da mais constrangível fatalidade moral e socíal,sentindo-me vilipendiada como ser humano,escravizada no sentido mais peculíar do âmago de minha'lma!-protesta.-Pois não sou mulher deste homem,nem o serei jamais!...-desabafa corajosamente na frente de todos os convidados,revelando-os tamanha aflição que espinha-lhe o espírito,afrontando a Leoncio,consequentemente.
-Cala-te Isaura!Cala-te Isaura!O que estás fazendo Isaura?!-a pega fortemente pelos braços,pondo-se a balançá-la,exigindo.-Peça perdão aos convidados,redima-se e diga-lhes que és a minha mais nova mulher,Isaura!Eu ordeno-te!Obedeça-me!Agora!-a ordena,constrangendo-a.
-Jamais ser infâme e arbitrário!Jamais!Eu nunca serei tua!Nem vestida,nem nua!-volta a protestar.
-Já que não o queres jamais ser a minha mulher!Serás eternamente a minha escrava!Desgraçada!-prepara-se para dar-lhe um tapa,quando surge alguém para pegá-lo fortemente em seu pulso.É Álvaro.
-Desgraçada é a vossa covardia,seu abutre!-o olha com fúria,impedindo-o que esbofeteie Isaura,empurrando-o com violência,fazendo com que Leoncio caía sobre o assoalho.
-Maldito intrometido!Vou cobrí-lo de pancadas!-e levanta-se com fúria,preparado para espancar o inimigo.
-Nao vais não!Páre aonde está Leoncio,ou eu atiro!-surge sinhá Vera,munida de uma arma,ameaçando rebentar-lhe o crânio.
-Então terás que atirar porque eu não vou parar!-desafia-lhe o crápula,fazendo com que sinhá Vera dê-lhe um tiro no braço,na frente de todos os convidados.
-Eu o falei Leoncio!Vós mercê não obedeceu-me,e agora recolha-se às tristes e dolorosas insignificâncias de vossas inconsequências!Seu pústula!Envergonhando-me diante de toda a sociedade!Expondo Isaura a tamanha ridicularidade!Seu inútil!É isto que serás agora!Pois perdestes tudo o que tú tens!Não tens mais nenhum dos teus bens!Agora és um nada!...-o desabafa,olhando-o com raiva,cujos olhos estão cheios de lágrimas.-Ouvistes?!Um nada!Um nada!Um nada!-bate no chão com um dos pés,como que se o estivesse esmagando,espezinhando-o,pulverizando-o.
-É isto mesmo senhor LeoncioAlmeida Prado de Guianazes!Antes que venha acusá-la de louca,é bem surreal o que a sinhôra Vera vos fala!Eu paguei todas as vossas dívidas!E tudo o que era seu agora é meu!Acabou o pesadelo de Isaura!Seu crápula!-anuncia-lhe Álvaro,mostrando-lhe o documento de arrêsto que apreende todos os seus bens por decisão judicial,e os transfere para sí.
-Maldito embargo!Dê-me aqui!-toma a arma rapidamente da mão de Vera,a empurra e mirando a arma em direção a Álvaro,mas surpreendentemente na sequência,mirando-a para a sua própria cabeça,anuncía.
-Agora eu vou me matar!-e quando está prestes a apertar o gatilho,surge Rosa por trás dele,impedindo-o do suicídio,quebrando-lhe um vaso de porcelana na cabeça,fazendo-o desmaíar e levando sinhá Vera a uma triste conclusão.
-Ah!Meu Deus!Definitivamente Leoncio ficou louco!Levem-no para o manicômio!Agora!-concluí racionalmente sinhá Vera,ordenando ao feitor Cipriano que o leve para a carruagem.
-Meu Deus!Que formidabilíssimo!!!-suspira Isaura,saltando os olhos de admiração,como se visse algo inverossímil.
Até que no mesmo céu apareça-o desenhado um "Escorpião de Estrelas".
-É a "Constelação do Signo de Escorpião",avisando-nos de uma profunda transformação!Sejam elas fatídicas ou auspiciosas!Só Deus sabe...-explica-lhes Doña Sol,sabedoura dos recados astrais.
Assim que dá-se a sua interpretação,surgem Leoncio,Rosa e a milícia espanhola,para prender Isaura.
-Vós mercês estão presos!-anuncia-os o crápula,referíndo-se ao casal Isaura e Álvaro,ao mesmo tempo que ouvem-se os estrondosos "7 Trovões" no "Céu" sob ares noturnos.
Ambos são acorrentados e para a presiganga assim levados.Ambos recolhidos em celas diferentes do navio-presídio.O tempo passa muito rápido,como se "atravessassem o mapa".Isaura e todos já estão no Brasil.Álvaro é penalizado a pagar uma multa por desrespeito à Justiça,ao ajudá-la empreender a sua quinta fuga.E aguardar um novo julgamento,que decidirá se ele será ou não expulso do país.Algo pleiteado pelo crápula,que achou por "bem" ingressar com este pedido em esfera judicíal,pára que se Álvaro,se acaso for ao exílio condenado,seja para sempre de Isaura,separado.
Quanto à Isaura,Leoncio volta à decisão de deixá-la enclausurada em seu próprio quarto na casa-grande do engenho,a "Fazenda Santa Genoveva".Desta maneira,Isaura vive a sua solitária e sacrificada gestação.Condenada novamente à prisão domicíliar e também afastada do grande amado.Como também a ser penalizada com a triste notícia do afastamento de vosso pai e a "tia-madrasta",vendidos pelo algoz para um barão escravocrata residente em longínquas e desconhecidas terras.E como se não bastasse, mais uma ruim novidade:ela é obrigada a enxugar ovos caipiras da granja do engenho,12 horas por dia.Pega-os mergulhados n'água em grande tonel de madeira,e um a um vai enxugando-os munida de algum guardanapo,trocando-o por outro,à medida em que o que está sendo usado encontra-se molhado.Colocando os ovos enxugados em uma cesta de palha.Trabalho punitivo criado pelo cérebro maligno da própria e invejosa Rosa,sugerido a Leoncio,para que o mesmo castigasse Isaura e assim a ocupasse,para que a mesma não voltasse a ter "ares de princesa preguiçosa e desocupada"!
Só que ao decorrer dos meses Leoncio vai desperdiçando quantias vultosas do patrimônio de vosso pai,desperdiçando principalmente com mulheres de lupanar ou "pônas",bebidas,jogatinas e farras.Como consequência vê-se completamente endividado,pois para completar sua tragédia financeira tem prejuízos com o tráfico negreiro,por naufragar dois navios de sua frota,repleto de escravos,oriundos da África e como se não bastasse,sua lavoura açucareira ser atingida por pragas.
Não havendo outra saída pede empréstimos exorbitantes ao banco,hipotecando todos os vossos bens.É aí que o banqueiro português Antônio Calvário de Santiago,amigo de um amigo de Álvaro avisa-o,que por sua vez,avisa ao amado de Isaura.Sem perder tempo,Álvaro faz o pagamento completo das dívidas do inimigo,e automaticamente apodera-se,em benefício próprio,por direito,de tudo aquilo que já lhe pertenceu.Só que por enquanto Álvaro empreende todas estas ações em segredo.Esperando para "dar o bote" fatal em ocasião oportuna.
É quando ao saír do banco,após pagar todas as dívidas do adversário,tomar os bens do mesmo,decide empreender uma visita aos amigos Henrique,Virgi Santa e sinhá Vera.
-Álvaro!Estávamos saindo exatamente para encontrarmos contigo!Pois desta vez Leoncio foi tenebroso demais!...-o diz,Vera,abrindo a porta,para visitá-lo,quando o mesmo já estava ali para lhes visitar e o segredo os contar.
-Meu Deus!O que fôra?Nao diga-me que Leoncio atentou contra a vida de Isaura?!-adentra a casa,Álvaro,sobressaltado.
-Não para tanto!Acalme-se,Álvaro!Sente-se!-o pede encarecidamente,Vera.-Virgi Santa vá buscar o chá de camomila para Álvaro se acalmar...-a solicita.
-O que foi sinhôra Vera?!Afinal o que desta vez Isaura sofreu?!Conte-me,por obséquio!-a indaga Álvaro,visivelmente desnorteado.
-Acalme-se Álvaro!Acalme-se!Não desnorteie-se tanto!Serei-lhe concisa no conto!Simplesmente Leoncio decidiu anular por conta própria o casamento entre Belchior e Isaura e a obrigá-la em um futuro sarau a anunciar-se como a sua nova mulher!A sua mais nova mulher!...conta-lhe,concisamente,Vera.
-Que canalha!Pústula miserável!Mas asseguro-lhes que este cruel constrangimento não acontecerá!Muito pelo contrário!Eu é quem o farei passar por uma cruel humilhação!-garante.-Aqui está a prova!...-revela-lhes,amostrando-os um documento comprobatório de que comprou as dívidas de Leoncio,e assim é o novo dono de tudo o que ele tem.
-Nossa Senhora!É inacreditável,mas já era de se esperar!Quanto castigo!Melhor impossível!...-diz sinhá Vera espantada e ao mesmo tempo admirada,dando uma pausa olhando fixamente para a parede,até que recobre o olhar,voltando a mexer com as pálpebras.-É Leoncio chafurdando-se na própria lama do pecado!Matando a própria riqueza para entregar-se de bandeja!...-concluí sinhá Vera,munida do documento de Álvaro,após analisar minuciosamente o seu teor.
-Muito bem executado!Meus parabéns Álvaro!Então é assim que vós pretende vingar-se?!Tomando tudo do canalha para o condená-lo à bancarrota!Chafurdá-lo na lama da miséria!Mais-do-que-perfeitamente tramado!Ele merece e como o merece!...-elogia-o,Henrique,ao ler o teor do papel.
-É "inhô"!"Demôrô",mas "ú castigú chegô"!-diz,Virgi Santa.
E vai chegar...É "11 de Maio de 1888".Dia do "fatídico" sarau para Leoncio e o mais redentor da vida inteira de Isaura.O crápula adentra o salão de sua casa na Côrte,anuncíando o início do "Baile das Mascarilhas",acompanhado de Isaura,que está mais linda do que nunca,trajando um belíssimo vestido vermelho de gala,cuja mascarilha que adorna-lhe o rosto é côr de prata.
-Senhoras e senhores!Apresentear-lhe-eis nesta pontual ocasião a minha mais nova sinhôra!Eí-la aqui!-aponta-lhe com a mão,objetivando apresentá-la.
-Páre Leoncio!-e Isaura retira a mascarilha,chorando,segurando-a com uma das mãos.-Desculpem pela infâmia que este senhor encontra-se a agir para com vós mercês!Visto que eu estou sendo vítima da mais constrangível fatalidade moral e socíal,sentindo-me vilipendiada como ser humano,escravizada no sentido mais peculíar do âmago de minha'lma!-protesta.-Pois não sou mulher deste homem,nem o serei jamais!...-desabafa corajosamente na frente de todos os convidados,revelando-os tamanha aflição que espinha-lhe o espírito,afrontando a Leoncio,consequentemente.
-Cala-te Isaura!Cala-te Isaura!O que estás fazendo Isaura?!-a pega fortemente pelos braços,pondo-se a balançá-la,exigindo.-Peça perdão aos convidados,redima-se e diga-lhes que és a minha mais nova mulher,Isaura!Eu ordeno-te!Obedeça-me!Agora!-a ordena,constrangendo-a.
-Jamais ser infâme e arbitrário!Jamais!Eu nunca serei tua!Nem vestida,nem nua!-volta a protestar.
-Já que não o queres jamais ser a minha mulher!Serás eternamente a minha escrava!Desgraçada!-prepara-se para dar-lhe um tapa,quando surge alguém para pegá-lo fortemente em seu pulso.É Álvaro.
-Desgraçada é a vossa covardia,seu abutre!-o olha com fúria,impedindo-o que esbofeteie Isaura,empurrando-o com violência,fazendo com que Leoncio caía sobre o assoalho.
-Maldito intrometido!Vou cobrí-lo de pancadas!-e levanta-se com fúria,preparado para espancar o inimigo.
-Nao vais não!Páre aonde está Leoncio,ou eu atiro!-surge sinhá Vera,munida de uma arma,ameaçando rebentar-lhe o crânio.
-Então terás que atirar porque eu não vou parar!-desafia-lhe o crápula,fazendo com que sinhá Vera dê-lhe um tiro no braço,na frente de todos os convidados.
-Eu o falei Leoncio!Vós mercê não obedeceu-me,e agora recolha-se às tristes e dolorosas insignificâncias de vossas inconsequências!Seu pústula!Envergonhando-me diante de toda a sociedade!Expondo Isaura a tamanha ridicularidade!Seu inútil!É isto que serás agora!Pois perdestes tudo o que tú tens!Não tens mais nenhum dos teus bens!Agora és um nada!...-o desabafa,olhando-o com raiva,cujos olhos estão cheios de lágrimas.-Ouvistes?!Um nada!Um nada!Um nada!-bate no chão com um dos pés,como que se o estivesse esmagando,espezinhando-o,pulverizando-o.
-É isto mesmo senhor LeoncioAlmeida Prado de Guianazes!Antes que venha acusá-la de louca,é bem surreal o que a sinhôra Vera vos fala!Eu paguei todas as vossas dívidas!E tudo o que era seu agora é meu!Acabou o pesadelo de Isaura!Seu crápula!-anuncia-lhe Álvaro,mostrando-lhe o documento de arrêsto que apreende todos os seus bens por decisão judicial,e os transfere para sí.
-Maldito embargo!Dê-me aqui!-toma a arma rapidamente da mão de Vera,a empurra e mirando a arma em direção a Álvaro,mas surpreendentemente na sequência,mirando-a para a sua própria cabeça,anuncía.
-Agora eu vou me matar!-e quando está prestes a apertar o gatilho,surge Rosa por trás dele,impedindo-o do suicídio,quebrando-lhe um vaso de porcelana na cabeça,fazendo-o desmaíar e levando sinhá Vera a uma triste conclusão.
-Ah!Meu Deus!Definitivamente Leoncio ficou louco!Levem-no para o manicômio!Agora!-concluí racionalmente sinhá Vera,ordenando ao feitor Cipriano que o leve para a carruagem.
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA"-CAPÍTULO 35:
Como não pode vitimizar Isaura aos vossos castigos,Leoncio os imputa ao pai da cativa,Seu Jocelino,e a "tia-madrasta" dela,Maria José,que no julgamento foram sentenciados a serem por Leoncio escravizados,trabalhando doze horas por dia no engenho,como cortadores de cana.Expostos a sol,frio e chuva.E sob a condição de assenzalados.
Furioso,Leoncio,o destino dos dois,implacavelmente decidiu,revelando a Rosa no gabinete.
-Eu já fechei o negócio!Vendi Jocelino e Maria José para outro barão,lá do Paraná!Amanhã ele virá os buscar!Separando-a dos pais é a melhor forma de castigar a petulância de Isaura,por ter evadido-se pela quinta vez da fazenda!Agora além de lutar pela própria liberdade,algo que enquanto for vivo nunca a vou dar,Isaura terá de arduamente batalhar pára poder aos pais,os reencontrar!Só assim,sob o meu jugo,com mãos-de-ferro,ela aprenderá a me respeitar!-fala o vilão,com ar ditatorial,como se fosse o "Hitler do século 19".
Até que alguém bata na porta.A mucama Ieda Neuza vai atender.É sinhá Altônia,acompanhada da irmã Adélia e da preceptora Glória.Vieram visitar a Leoncio,que prontamente avisado por Ieda comparece à sala,para certificar-se do que elas pretendem com esta visita.
-Boas-noites,sinhôritas!-as cumprimenta,levantando o chapéu,e com a outra segura o charuto.
-Boas noites senhor Leoncio!-desejam-lhe ao mesmo tempo as três.
-Que ventos trazem-nas aqui?Acaso vieram visitar-nos,a mim,a mamãe e ao papai?-indaga-lhes,Leoncio.
-Também...-retruca-lhe,Altônia.
-Sim!Se é também porque há outro motivo,decerto...-Leoncio,observa.
-Exatamente!Serei objetiva...Estamos aqui para visitá-los,mas também por outros dois motivos:primeiramente se vós mercê deixa-nos pernoitarmos em vossa fazenda,e o outro é se pode-nos fazer empréstimo de alguma mucama tua,para fazer vigilância de nossa casa,já que viajaremos à "Côrte Bahiana",para matarmos as saudades da terra e também para visitarmos o túmulo de minha genitora,sepultada em cemitério da Bahia...-explica-lhe Altônia em resposta.
-Afirmativo!Pedidos concedidos!Isto não me será difícil!Muito pelo contrário,mas queira eu a perguntar-lhes:por quanto tempo vós mercês irão ausentar-se?-aceita-lhes favorecer,e ao final,as indagar.
-Por algumas semanas...mais precisamente por três,aliás por quatro,o que equivalería a um mes...-responde-no agora Adélia.
-Sem mais delongas!Concordado!Amanhã à mesa do café,as comunicarei,quem a vossa casa vigiará!-depõe.-Por obséquio Rosa,levem-nas aos vossos aposentos!-a ordena.
-Sejam sempre muito bem-vindas e estejam sempre bem à vontade!A casa é vossa...Com licença,e que tenham boas-noites de repousos...-as deseja,sempre envolto em uma bruma de bastante educação para com elas.
-Vocês viram!Leoncio pode até ser terrível contra a escrava Isaura,mas conosco sempre comportou-se da forma mais formidável!Que educação esmerada!...-elogia-o,Glória.
-É concordável!Para Isaura ele deve ser como um demônio,mas para nós é como se fosse,e age como um anjo,e dos mais bondosos e educados!...-completa,Adélia.
As três então dormem juntas no mesmo aposento.Cada qual em uma cama no quarto de hóspedes.Até que algo estranho venha a acontecer,e a Leoncio favorecer...
Simplesmente Rosa flagra a "sinhá bastarda" perambulando pela sala,quando antes,dormindo ao lado do amante,ouviu o barulho de um vaso espatifar-se ao chão.Altônia que o esbarrou.É nesta oportunidade que chama Leoncio para observá-la.
-Se eu morresse hoje não sabería deste detalhe!Que Altônia,minha irmã bastarda,é sonâmbula!...-descobre,surpreso.-Perfeito!Isto deu-me uma idéia!Leve-a com delicadeza para o meu gabinete...-e assim,Rosa,o procede.
Ele a faz escrever uma carta sob estado de sonambulismo,ao ditá-la,para que a mesma seja destinada à sua amiga de Portugal,Adelaide,perguntando-a por escrito o paradeiro de Álvaro e Isaura,e cuja resposta guardará segredo ou sigilo absolutíssimo.
Como Altônia,a preceptora Glória e a irmã Adélia empreendem a viagem de regresso à Bahia,com fins saudosos e ou a fim de matar as saudades de vossa terra e fazer uma espécie de turismo póstumo,Leoncio empresta Rosa para tomar conta da vivenda delas na Côrte,durante a ausência das mesmas.É exatamente aí que acontece o golpe de misericórdia,resultante do plano mais-do-que-perfeito para a descoberta,já que é Rosa quem recebe a carta-resposta,advinda de Portugal e a entrega ao amante,que envolto sob uma "alegria" sombria,comemora.
-Empreender-se-à,"pôna" de minha alcôva,mais uma captura auspiciosa para com Isaura...que estará nesta gaiola como esta gata!...-e põe a felina Mirica engaiolada,após pegá-la,fazendo-a miar bastante,soltando-a em seguida.
Enquanto isto em solo espanhol,Isaura dá um novo espetáculo,ao tocar sua harpa,enquanto Doña Sol canta uma música,com as seguintes letras abaixo.
-Dominique!Nique!Nique!Sempre alegre esperando,alguém que possa amar!O seu príncipe encantado,seu eterno namorado,que não cansa de esperar!Dominique tem um sonho e alguém pode realizar!Há de vir um cavalheiro que a conduza para o altar!Dominique!Nique!Nique!Sempre triste a chorar o amor que se acabou!O seu príncipe encantado!Seu eterno namorado!Que se foi e não voltou!-encerrando rapidamente a canção,sob fortes aplausos,enquanto as cortinas fecham-se sobre elas.
E assim,ao mesmo tempo do espetáculo,entre ventos fortes e pesada tempestade,o navio-presídio ou a presiganga em que Leoncio está,desta vez acompanhado de Rosa,atravessam,sob estas turbulências,em alto-mar,rumo à nação espanhola,pára efetuar a quinta recaptura desta outra história criada para outra escrava Isaura.
Furioso,Leoncio,o destino dos dois,implacavelmente decidiu,revelando a Rosa no gabinete.
-Eu já fechei o negócio!Vendi Jocelino e Maria José para outro barão,lá do Paraná!Amanhã ele virá os buscar!Separando-a dos pais é a melhor forma de castigar a petulância de Isaura,por ter evadido-se pela quinta vez da fazenda!Agora além de lutar pela própria liberdade,algo que enquanto for vivo nunca a vou dar,Isaura terá de arduamente batalhar pára poder aos pais,os reencontrar!Só assim,sob o meu jugo,com mãos-de-ferro,ela aprenderá a me respeitar!-fala o vilão,com ar ditatorial,como se fosse o "Hitler do século 19".
Até que alguém bata na porta.A mucama Ieda Neuza vai atender.É sinhá Altônia,acompanhada da irmã Adélia e da preceptora Glória.Vieram visitar a Leoncio,que prontamente avisado por Ieda comparece à sala,para certificar-se do que elas pretendem com esta visita.
-Boas-noites,sinhôritas!-as cumprimenta,levantando o chapéu,e com a outra segura o charuto.
-Boas noites senhor Leoncio!-desejam-lhe ao mesmo tempo as três.
-Que ventos trazem-nas aqui?Acaso vieram visitar-nos,a mim,a mamãe e ao papai?-indaga-lhes,Leoncio.
-Também...-retruca-lhe,Altônia.
-Sim!Se é também porque há outro motivo,decerto...-Leoncio,observa.
-Exatamente!Serei objetiva...Estamos aqui para visitá-los,mas também por outros dois motivos:primeiramente se vós mercê deixa-nos pernoitarmos em vossa fazenda,e o outro é se pode-nos fazer empréstimo de alguma mucama tua,para fazer vigilância de nossa casa,já que viajaremos à "Côrte Bahiana",para matarmos as saudades da terra e também para visitarmos o túmulo de minha genitora,sepultada em cemitério da Bahia...-explica-lhe Altônia em resposta.
-Afirmativo!Pedidos concedidos!Isto não me será difícil!Muito pelo contrário,mas queira eu a perguntar-lhes:por quanto tempo vós mercês irão ausentar-se?-aceita-lhes favorecer,e ao final,as indagar.
-Por algumas semanas...mais precisamente por três,aliás por quatro,o que equivalería a um mes...-responde-no agora Adélia.
-Sem mais delongas!Concordado!Amanhã à mesa do café,as comunicarei,quem a vossa casa vigiará!-depõe.-Por obséquio Rosa,levem-nas aos vossos aposentos!-a ordena.
-Sejam sempre muito bem-vindas e estejam sempre bem à vontade!A casa é vossa...Com licença,e que tenham boas-noites de repousos...-as deseja,sempre envolto em uma bruma de bastante educação para com elas.
-Vocês viram!Leoncio pode até ser terrível contra a escrava Isaura,mas conosco sempre comportou-se da forma mais formidável!Que educação esmerada!...-elogia-o,Glória.
-É concordável!Para Isaura ele deve ser como um demônio,mas para nós é como se fosse,e age como um anjo,e dos mais bondosos e educados!...-completa,Adélia.
As três então dormem juntas no mesmo aposento.Cada qual em uma cama no quarto de hóspedes.Até que algo estranho venha a acontecer,e a Leoncio favorecer...
Simplesmente Rosa flagra a "sinhá bastarda" perambulando pela sala,quando antes,dormindo ao lado do amante,ouviu o barulho de um vaso espatifar-se ao chão.Altônia que o esbarrou.É nesta oportunidade que chama Leoncio para observá-la.
-Se eu morresse hoje não sabería deste detalhe!Que Altônia,minha irmã bastarda,é sonâmbula!...-descobre,surpreso.-Perfeito!Isto deu-me uma idéia!Leve-a com delicadeza para o meu gabinete...-e assim,Rosa,o procede.
Ele a faz escrever uma carta sob estado de sonambulismo,ao ditá-la,para que a mesma seja destinada à sua amiga de Portugal,Adelaide,perguntando-a por escrito o paradeiro de Álvaro e Isaura,e cuja resposta guardará segredo ou sigilo absolutíssimo.
Como Altônia,a preceptora Glória e a irmã Adélia empreendem a viagem de regresso à Bahia,com fins saudosos e ou a fim de matar as saudades de vossa terra e fazer uma espécie de turismo póstumo,Leoncio empresta Rosa para tomar conta da vivenda delas na Côrte,durante a ausência das mesmas.É exatamente aí que acontece o golpe de misericórdia,resultante do plano mais-do-que-perfeito para a descoberta,já que é Rosa quem recebe a carta-resposta,advinda de Portugal e a entrega ao amante,que envolto sob uma "alegria" sombria,comemora.
-Empreender-se-à,"pôna" de minha alcôva,mais uma captura auspiciosa para com Isaura...que estará nesta gaiola como esta gata!...-e põe a felina Mirica engaiolada,após pegá-la,fazendo-a miar bastante,soltando-a em seguida.
Enquanto isto em solo espanhol,Isaura dá um novo espetáculo,ao tocar sua harpa,enquanto Doña Sol canta uma música,com as seguintes letras abaixo.
-Dominique!Nique!Nique!Sempre alegre esperando,alguém que possa amar!O seu príncipe encantado,seu eterno namorado,que não cansa de esperar!Dominique tem um sonho e alguém pode realizar!Há de vir um cavalheiro que a conduza para o altar!Dominique!Nique!Nique!Sempre triste a chorar o amor que se acabou!O seu príncipe encantado!Seu eterno namorado!Que se foi e não voltou!-encerrando rapidamente a canção,sob fortes aplausos,enquanto as cortinas fecham-se sobre elas.
E assim,ao mesmo tempo do espetáculo,entre ventos fortes e pesada tempestade,o navio-presídio ou a presiganga em que Leoncio está,desta vez acompanhado de Rosa,atravessam,sob estas turbulências,em alto-mar,rumo à nação espanhola,pára efetuar a quinta recaptura desta outra história criada para outra escrava Isaura.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA-CAPÍTULO 34:"
Nem mesmo com o casamento de Isaura,imposto à ela,pela Justiça a favor de seu senhor escravocrata,este não decide alforriá-la.
-Só liberto-a quando a mim te entregares!-teima Leoncio a comunicá-la,mas ela resiste bravamente,claro.
Como Belchior foi comprado por Leoncio,pára na frente do juiz ser um marido de fachada,este é um jogo sórdido do crápula para castigá-la,fazendo-a esposa de um pobre homem horrendo em sua aparência,e ao mesmo tempo tentar obrigá-la a entregá-lo seu corpo.
Mas,logo,logo,acontece uma virada.Pois Álvaro e sinhá Vera confabulam um jeito de viabilizar a quinta fuga da escrava.Simplesmente sinhá Vera paga a escrava Irací para esta fazer uma poção calmante e dá-la para Leoncio e fazê-lo dormir profundamente,tanto quanto o feitor e os capatazes,após misturá-la a um insuspeitável e delicioso suco de maracujá da colina.
Porém a escrava tem um infarto no fogão e morre.
-Eu mesma farei um enterro digno para com a minha escrava!Ela passará pelos mesmos rituaís funerários dos brancos!-dita sinhá Vera,dizendo que fará isto na fazenda "Santa Elizabeth".
Leoncio consente-a,mesmo ignorando a atitude da mulher.
-Sim Isaura pode até ír,porém devidamente acompanhada e vigiada pelo meu feitor!-exige o vilão.
-Concordado!Se assim o meu marido quer assim sua esposa o fará!-aceita a sua imposição.
A mudança das circunstâncias só facilitarão os planos de Vera em conluío com Álvaro.Já na fazenda,no quarto de sua casa-grande,sinhá Vera tem a idéia,mesmo que muito absurda,geníal.
-Se vós mercê quer ficar livre daqui,terá de fugir,fingindo-se de morta,dentro do caixão!-a revela,Vera.
Isaura mesmo muito assustada,aceita.
-Eu o farei,mas o que não faria para saír daquela pressão infernal?!Mas como devo proceder,sinhá?-a indaga,Isaura.
-É simples!O corpo de Irací ficará em cima de minha cama,coberto por um lençol,trancado neste quarto,enquanto os dois escravos,o Chico e o Malafati carregam o caixão com vós mercê,como se fosse a Irací!O resto deixe por minha conta,que tudo será muito fácil...Fique tranquila!Vai dar tudo certo!...-a tranquiliza a baronesa,engenhosa.Isaura,mesmo que temerosa,mas ao mesmo tempo confiante em Deus,concorda.
Quando sinhá Vera desce as escadas à frente do caixão com Isaura-carregado pelos dois escravos,que é quem sabem de toda a ação de sua senhora,e lógico,nada falam,ela diz ao feitor Cipriano.
-Eu decidi Cipriano que não farei mais velório nenhum aqui na casa-grande,e sim velá-la na senzala,a pedido de meus escravos!-o mente,convincentemente.-Porém neste caixão de madeira nobre ela será sepultada no cemitério "Morada das Almas" ou "Santa Bárbara"...-continua a mentir.-Agora com vossa licença feitor,eu vos acompanharei!O senhor espere-me aqui,e Isaura como está com enxaqueca,decidiu não nos acompanhar!Deixe-a em meus aposentos e não vá importuná-la que ela já descerá!...-concluí,astuciosa.
Até que chegando na senzala,Isaura saí ofegante do caixão.
-A minha respiração já estava faltando!Mais um pouco estaría no Céu!...-confessa.
-Agora monte em meu cavalo e fuja Isaura que aqui está Álvaro...-e ele a aparece,pois já estava aguardando-a ansioso na senzala.
-A Irací morreu,mas eu dei outro jeito para fazer Isaura escapar,como podes verificar!Mais detalhes ela lhe contará!Agora apartai-vos daqui e não percam tempo!Felicidades para vós!-os oferece desejos auspiciosos,no que o casal beija-se,montam no cavalo e partem.
Os dois partem para a "Província de São Paulo",onde após deixar o cavalo que Vera os emprestou,na chácara de um amigo abolicionista,Silvestre,embarcam em um navio,rumo novamente à Europa,mas desta vez nao irão refugiar-se em Portugal e sim em nação espanhola.Isto mesmo.Estão destinados a pisar na Espanha,onde Álvaro poderá hospedar-se na casa do pai,que reencontrará o filho,agora casado,de coração,mesmo que a Justiça brasileira tenha vosso matrimônio extinguido ou anulado.Detalhe:Isaura encontra-se com um véu negro encobrindo-lhe o rosto que sinhá Vera a deu,para que dificultasse sua identificação.
Enquanto isso na fazenda "Santa Elizabeth",em "Campos dos Goytacazes",vendo que o caixão voltara carregado pelos escravos,o feitor não entendera nada,até que indagou e descubrira a verdade,que saíu da boca de sua própria patroa.
-A verdadeira defunta está aqui!-disse-lhe Vera,no que amostrou-lhe o corpo de Irací.-Aquela era a falsa...Isaura estava lá...Eu ajudei-a...a fugir!-revelara,corajosa.O feitor a ofendera.
-Como a baronesa é cínica!Tão mais cínica e fingida quanto uma meretriz!...-teve a audácia de xingá-la.
-Seu imundo!-deu-o um tapa.-Como ousas afrontar-me?!...Foras daqui,antes que eu lhe mate!...-o ameaçara com uma escopeta.
Ele retirou-se,enquanto ela gritara.
-Vá borra-botas desgraçado!Fuxicar para o patife de teu patrão!E diga-lhe que nem apareça aqui,porque nunca mais botarei os meus pés lá!E que esta foi a forma que encontrei para me vingar!Ajudar o passarinho da gaiola a se libertar!-bradou-lhe do alto da janela.
Leoncio soubera,ficara furiosíssimo,com o fato da própria esposa haver tramado contra ele,auxiliando na quinta e derradeira fuga da escrava,no que decidira.
-Mil vezes malditas!Ela e Isaura!Uma deixou de ser a minha esposa para tornar-se a minha adversária,e a outra não escapará de ser recapturada como uma escrava adúltera!...Ou pior:desta vez Isaura não escapará do chicote,no tronco,e de morrer na senzala!É isto mesmo:ela trabalhará duramente na lavoura como se fosse uma negra qualquer!Pois da primeira vez escapou!Da segunda escapou!Da terceira,idem!Da quarta,de novo!Mas da quinta já foi longe demais!Desta ela não escapará!-bradou furioso,no que dera uma chicotada na mesinha da sala,derrubando um vaso ao chão,quebrando-o em pedaços.
Enquanto isto,usufruíndo Álvaro e Isaura de agradabilíssima navegabilidade presente no navio rumo à Espanha,ela o confessa,envolvido pelos braços da amada,preocupada.
-Não posso disfarçar-lhe meu amado...Ó Álvaro,que o destino desta vez não permita que regressemos ao Brasil a bordo da presiganga,aquele maldito navio-presídio!Que Leoncio não nos ache,nunca mais!-despreende-se dos seus braços.-Eu rogo aos Céus!...-eleva as mãos para o Céu.
-Em nome de nossa felicidade ele não nos achará!...-Álvaro a tranquiliza,otimista,Isaura,dando-a um "beijo esperançoso".
Ao nascer-do-sol,após dias de viagem,eles desembarcam no porto espanhol.Dali partem em carruagem para a fictícia "Província Espanhola de Madrigalva",a poucos quilômetros do porto,onde residem o pai e a madrasta de Álvaro.São recebidos com festa.
-Viestes meu filho acompanhado de tanta beleza!-alegra-se com vossa presença.-Que encanto de mulher estás a te acompanhar!Seja bem-vinda "Madamoisèlle" Isaura!Minha nora amada!-a cumprimenta,sorridente,Ary,beijando-lhe a mão.
-Encantada senhor Ary!Muitíssimo obrigada!Minhas satisfações!-agradece-o também,sorrindo emocionada.
-Boas chegadas ao meu enteado e a vossa amada!Trago-lhes festas!-estoura uma garrafa de champagne a madrasta Iñes,oferecendo-lhes a bebida,surpreendendo a Isaura,por saber falar fluentemente o português.
-Nossa,que surpresa!Eu não sabia que vós mercê sabia falar tão bem o português!Confesso-me,repito,surpreendida...-a confessa,Isaura.
-Muito obrigada,Isaura!Sinto-me pelo vosso elogio,bastante lisonjeada,mas é que apesar de ser poliglota,tenho predilecção pela língua portuguesa,afinal não foi à toa que casei-me com um brasileiro,e além do mais,minha mãe,uma soprano espanhola,casara-se com meu pai,um exímio pianista de Portugal,ambos artistas e já falecidos,dos quais herdei o dom para as artes!-oferece-lhe a síntese de sua biografia de vida famíliar.-Desta forma,detenho nacionalidade dupla,sou portuguesa e ao mesmo tempo espanhola,compreendestes?!Aliás,três,pois também considero-me brasileira de coração...-a diz,pegando no peito.
-Meu Deus,que lindo!-suspira Isaura,em elogios para com ela.
-Então vosso dom vem de berço...originário de uma linda história de amor entre um pianista português e uma soprano espanhola!Se permite-me a curiosidade,como chamavam-se os vossos pais?Que Deus os tenha na eterna glória...-a indaga,suavemente curiosa,Isaura.
-Sim!Permito-lhe sim!Minha madre chamava-se Maria Helena Madrecciato de Portiz,e o meu pai,Divino Eustáquio Di Mirano,fazendo jus ao vosso nome como um dos mais magníficos pianistas de vossa pátria lusitana!-a conta.-E antes que possas perguntar-me,como já hás de saber,aliás,apeteço-me a este detalhe,Álvaro,desculpe-me a gafe,já apresentou-me a vós...-apercebe-se,Iñes,de vossa falha.
-Desculpas gentilmente concedidas,sinhora Iñes!Álvaro já havia falado-me de vossa parte,inclusive,logo no primeiro encontro em cujo qual nos conhecemos...-a revela,docilmente,Isaura.
-Sim...sim...-a ouve,Iñes,tomando champagne.
-E do que falara mais sobre mim?...-a indaga,reinvidicando maiores detalhes.
-Que vossa senhoria exerce o ofício do tablado...-responde-a.
-Sim,e o teatro é mesmo aqui...Veja-o...- e a amostra pela janela o teatro de arena que mandou construír no jardim ao lado.-É por isto que o nome de meu teatro é:"La Casa de La Actriz",ou traduzindo-se para o bom português,"A Casa da Atriz"!-a revela.-Inclusive muitos turistas transitam por aqui para ver-me representar...-a revela maiores detalhes.
-Mais-que-perfeito,impossível!Eu estou muito admirada!-elogia-lhe Isaura.
-Obrigada!À noite darei-lhes ares de minha graça!Eu estou em cartaz com o monólogo "Confissões de uma mulher amada",no qual declamo vários poemas românticos e confesso o meu amor para a estátua de gesso que a minha personagem mandou fazer do homem amado,já que na vida real não tem a coragem de declará-lo...-explica-lhes o teor do espetáculo.
-Geníal!Artísticamente geníal!Teremos o maior prazer em apreciá-lo!Ao vosso espetáculo!...-assegura-lhe Isaura.
-Sim!E é mesmo esplendoroso!Deixando as falsas modéstias de lado!E já posso adiantar-lhes que é todo em espanhol o espetáculo!Espero que admirem e possam compreendê-lo!-anuncía.
Rapidamente a tarde vira noite.Quando se ve Isaura,Álvaro,seu pai,Ary e muitos convidados estão a contemplar mais uma notável expressão de arte teatral de Doña Sol Di Luján,o pseudônimo artístico de Iñes,que expõe a sua peça de teatro em idioma espanhol.No fim é bastante aplaudida por vossa platéia.
-Bravo!Bravo!-a elogía,Isaura,aplaudindo-a entusiasmada,claramente emocionada.
-Mas também tú Isaura,estrelarás o teu espetáculo!Tragam a harpa!Eu sei que no toque deste instrumento és esmerada!Por isso,para nosso deleite,venha tocá-la!-a ordena suavemente e delicadamente,surpreendendo-a,visivelmente.
Enquanto Isaura explana também os seus dons artísticos para uma seleta platéia na Espanha,deixando-os extasiados,no Brasil Leoncio gasta abundantemente com orgias,acompanhado de prostitutas,as quais mandou trazer de Portugal,especialmente para satisfazerem-no em seus desejos libidinosos,funcionando como hóspedes sexuais,pagando-nas todos os traslados e inclusos despesas com compras e alimentação.Uma fortuna!Hospedando-nas na chácara da Côrte.Um acinte para Vera.
-Só assim posso vingar-me e Vera!...Esta intrépida degenerada!Maldita alcovitêira,por ter dado fuga à escrava!...-fala.
-E também da "Condessa Depravada",outra alcovitêira dos infernos!Agora não pago-lhe um vintém pelas suas mulheres de lupanar!Perdera um dos clientes mais assíduos e caros!...Prefiro as "pônas" portuguesas!Quem sabe assim ela aprenderá a não mais me afrontar!Ajudou a Isaura a fugir!Agora toma-te prejuízo e o meu desprezo!...-remói o seu rancor contra a esposa e a caftina de luxo,o crápula.
E ele nem imagina,que ao mesmo tempo,elas falam mal dele.
-Não arrependo-me nem um pouco!Pouco sobram-me resquícios de arrependimento!O certo sería o dizer:não sobrou um grão!Por isto tivera o maior prazer em proporcioná-la a sua quinta deserção!Aliás se me fosse possibilitado,eu até gostaria de fazer uma fuzarca em comemoração a este ato!...-confessa ao irmão,Henrique,sua satisfação em ajudar Isaura.
-Pois não sinto falta de nenhuma pataca daquele crápula!Pelo contrário!É menos um pé nefasto a dar pisada em minha casa!Deixem Leoncio desfrutar de suas "pônas" portuguesas e de outras vindas de outras províncias do país!Isto não me é de suma importância!E sim que enquanto ele saí,outros entram!Assim não faze-me falta!Como se vê a casa está cheia,e ninguém lembra-se de Leoncio Almeida!...E aliás,ainda digo-lhes mais!Eu jamais me arrependerei e até faria de novo,se o fosse absolutamente necessário:o de dar uma nova fuga à escrava!...E tive a maior satisfação,naquela ocasião,em auxiliá-la,ao dar-lhe abrigo em meu mais nobre palacete na "Província do Pará"!Repito:faria de novo,faria de novo e faria de novo!...-confessa à sua mucama "Nhá-Sí","Madamme Simone Bertolli",abanando-se ao seu leque com uma mão,e empunhando uma taça de ouro encravada com diamantes e esmeraldas com outra bebendo o vosso champagne.
Conclusão:desde o tal episódio Leoncio não comparecera mais à "Casa-Grande dos Prazeres",cortando definitivamente o vínculo-presencíal que tinha para com o estabelecimento do meretrício.
Desta forma Leoncio vai desperdiçando vultosas quantias de dinheiro do patrimônio de vosso pai,gastando principalmente com mulheres,bebidas,jogatinas e farras.Como franca consequência logo verificar-se-à o crápula completamente chafurdado na "lama de dívidas",ou seriíssimamente endividado.
-Só liberto-a quando a mim te entregares!-teima Leoncio a comunicá-la,mas ela resiste bravamente,claro.
Como Belchior foi comprado por Leoncio,pára na frente do juiz ser um marido de fachada,este é um jogo sórdido do crápula para castigá-la,fazendo-a esposa de um pobre homem horrendo em sua aparência,e ao mesmo tempo tentar obrigá-la a entregá-lo seu corpo.
Mas,logo,logo,acontece uma virada.Pois Álvaro e sinhá Vera confabulam um jeito de viabilizar a quinta fuga da escrava.Simplesmente sinhá Vera paga a escrava Irací para esta fazer uma poção calmante e dá-la para Leoncio e fazê-lo dormir profundamente,tanto quanto o feitor e os capatazes,após misturá-la a um insuspeitável e delicioso suco de maracujá da colina.
Porém a escrava tem um infarto no fogão e morre.
-Eu mesma farei um enterro digno para com a minha escrava!Ela passará pelos mesmos rituaís funerários dos brancos!-dita sinhá Vera,dizendo que fará isto na fazenda "Santa Elizabeth".
Leoncio consente-a,mesmo ignorando a atitude da mulher.
-Sim Isaura pode até ír,porém devidamente acompanhada e vigiada pelo meu feitor!-exige o vilão.
-Concordado!Se assim o meu marido quer assim sua esposa o fará!-aceita a sua imposição.
A mudança das circunstâncias só facilitarão os planos de Vera em conluío com Álvaro.Já na fazenda,no quarto de sua casa-grande,sinhá Vera tem a idéia,mesmo que muito absurda,geníal.
-Se vós mercê quer ficar livre daqui,terá de fugir,fingindo-se de morta,dentro do caixão!-a revela,Vera.
Isaura mesmo muito assustada,aceita.
-Eu o farei,mas o que não faria para saír daquela pressão infernal?!Mas como devo proceder,sinhá?-a indaga,Isaura.
-É simples!O corpo de Irací ficará em cima de minha cama,coberto por um lençol,trancado neste quarto,enquanto os dois escravos,o Chico e o Malafati carregam o caixão com vós mercê,como se fosse a Irací!O resto deixe por minha conta,que tudo será muito fácil...Fique tranquila!Vai dar tudo certo!...-a tranquiliza a baronesa,engenhosa.Isaura,mesmo que temerosa,mas ao mesmo tempo confiante em Deus,concorda.
Quando sinhá Vera desce as escadas à frente do caixão com Isaura-carregado pelos dois escravos,que é quem sabem de toda a ação de sua senhora,e lógico,nada falam,ela diz ao feitor Cipriano.
-Eu decidi Cipriano que não farei mais velório nenhum aqui na casa-grande,e sim velá-la na senzala,a pedido de meus escravos!-o mente,convincentemente.-Porém neste caixão de madeira nobre ela será sepultada no cemitério "Morada das Almas" ou "Santa Bárbara"...-continua a mentir.-Agora com vossa licença feitor,eu vos acompanharei!O senhor espere-me aqui,e Isaura como está com enxaqueca,decidiu não nos acompanhar!Deixe-a em meus aposentos e não vá importuná-la que ela já descerá!...-concluí,astuciosa.
Até que chegando na senzala,Isaura saí ofegante do caixão.
-A minha respiração já estava faltando!Mais um pouco estaría no Céu!...-confessa.
-Agora monte em meu cavalo e fuja Isaura que aqui está Álvaro...-e ele a aparece,pois já estava aguardando-a ansioso na senzala.
-A Irací morreu,mas eu dei outro jeito para fazer Isaura escapar,como podes verificar!Mais detalhes ela lhe contará!Agora apartai-vos daqui e não percam tempo!Felicidades para vós!-os oferece desejos auspiciosos,no que o casal beija-se,montam no cavalo e partem.
Os dois partem para a "Província de São Paulo",onde após deixar o cavalo que Vera os emprestou,na chácara de um amigo abolicionista,Silvestre,embarcam em um navio,rumo novamente à Europa,mas desta vez nao irão refugiar-se em Portugal e sim em nação espanhola.Isto mesmo.Estão destinados a pisar na Espanha,onde Álvaro poderá hospedar-se na casa do pai,que reencontrará o filho,agora casado,de coração,mesmo que a Justiça brasileira tenha vosso matrimônio extinguido ou anulado.Detalhe:Isaura encontra-se com um véu negro encobrindo-lhe o rosto que sinhá Vera a deu,para que dificultasse sua identificação.
Enquanto isso na fazenda "Santa Elizabeth",em "Campos dos Goytacazes",vendo que o caixão voltara carregado pelos escravos,o feitor não entendera nada,até que indagou e descubrira a verdade,que saíu da boca de sua própria patroa.
-A verdadeira defunta está aqui!-disse-lhe Vera,no que amostrou-lhe o corpo de Irací.-Aquela era a falsa...Isaura estava lá...Eu ajudei-a...a fugir!-revelara,corajosa.O feitor a ofendera.
-Como a baronesa é cínica!Tão mais cínica e fingida quanto uma meretriz!...-teve a audácia de xingá-la.
-Seu imundo!-deu-o um tapa.-Como ousas afrontar-me?!...Foras daqui,antes que eu lhe mate!...-o ameaçara com uma escopeta.
Ele retirou-se,enquanto ela gritara.
-Vá borra-botas desgraçado!Fuxicar para o patife de teu patrão!E diga-lhe que nem apareça aqui,porque nunca mais botarei os meus pés lá!E que esta foi a forma que encontrei para me vingar!Ajudar o passarinho da gaiola a se libertar!-bradou-lhe do alto da janela.
Leoncio soubera,ficara furiosíssimo,com o fato da própria esposa haver tramado contra ele,auxiliando na quinta e derradeira fuga da escrava,no que decidira.
-Mil vezes malditas!Ela e Isaura!Uma deixou de ser a minha esposa para tornar-se a minha adversária,e a outra não escapará de ser recapturada como uma escrava adúltera!...Ou pior:desta vez Isaura não escapará do chicote,no tronco,e de morrer na senzala!É isto mesmo:ela trabalhará duramente na lavoura como se fosse uma negra qualquer!Pois da primeira vez escapou!Da segunda escapou!Da terceira,idem!Da quarta,de novo!Mas da quinta já foi longe demais!Desta ela não escapará!-bradou furioso,no que dera uma chicotada na mesinha da sala,derrubando um vaso ao chão,quebrando-o em pedaços.
Enquanto isto,usufruíndo Álvaro e Isaura de agradabilíssima navegabilidade presente no navio rumo à Espanha,ela o confessa,envolvido pelos braços da amada,preocupada.
-Não posso disfarçar-lhe meu amado...Ó Álvaro,que o destino desta vez não permita que regressemos ao Brasil a bordo da presiganga,aquele maldito navio-presídio!Que Leoncio não nos ache,nunca mais!-despreende-se dos seus braços.-Eu rogo aos Céus!...-eleva as mãos para o Céu.
-Em nome de nossa felicidade ele não nos achará!...-Álvaro a tranquiliza,otimista,Isaura,dando-a um "beijo esperançoso".
Ao nascer-do-sol,após dias de viagem,eles desembarcam no porto espanhol.Dali partem em carruagem para a fictícia "Província Espanhola de Madrigalva",a poucos quilômetros do porto,onde residem o pai e a madrasta de Álvaro.São recebidos com festa.
-Viestes meu filho acompanhado de tanta beleza!-alegra-se com vossa presença.-Que encanto de mulher estás a te acompanhar!Seja bem-vinda "Madamoisèlle" Isaura!Minha nora amada!-a cumprimenta,sorridente,Ary,beijando-lhe a mão.
-Encantada senhor Ary!Muitíssimo obrigada!Minhas satisfações!-agradece-o também,sorrindo emocionada.
-Boas chegadas ao meu enteado e a vossa amada!Trago-lhes festas!-estoura uma garrafa de champagne a madrasta Iñes,oferecendo-lhes a bebida,surpreendendo a Isaura,por saber falar fluentemente o português.
-Nossa,que surpresa!Eu não sabia que vós mercê sabia falar tão bem o português!Confesso-me,repito,surpreendida...-a confessa,Isaura.
-Muito obrigada,Isaura!Sinto-me pelo vosso elogio,bastante lisonjeada,mas é que apesar de ser poliglota,tenho predilecção pela língua portuguesa,afinal não foi à toa que casei-me com um brasileiro,e além do mais,minha mãe,uma soprano espanhola,casara-se com meu pai,um exímio pianista de Portugal,ambos artistas e já falecidos,dos quais herdei o dom para as artes!-oferece-lhe a síntese de sua biografia de vida famíliar.-Desta forma,detenho nacionalidade dupla,sou portuguesa e ao mesmo tempo espanhola,compreendestes?!Aliás,três,pois também considero-me brasileira de coração...-a diz,pegando no peito.
-Meu Deus,que lindo!-suspira Isaura,em elogios para com ela.
-Então vosso dom vem de berço...originário de uma linda história de amor entre um pianista português e uma soprano espanhola!Se permite-me a curiosidade,como chamavam-se os vossos pais?Que Deus os tenha na eterna glória...-a indaga,suavemente curiosa,Isaura.
-Sim!Permito-lhe sim!Minha madre chamava-se Maria Helena Madrecciato de Portiz,e o meu pai,Divino Eustáquio Di Mirano,fazendo jus ao vosso nome como um dos mais magníficos pianistas de vossa pátria lusitana!-a conta.-E antes que possas perguntar-me,como já hás de saber,aliás,apeteço-me a este detalhe,Álvaro,desculpe-me a gafe,já apresentou-me a vós...-apercebe-se,Iñes,de vossa falha.
-Desculpas gentilmente concedidas,sinhora Iñes!Álvaro já havia falado-me de vossa parte,inclusive,logo no primeiro encontro em cujo qual nos conhecemos...-a revela,docilmente,Isaura.
-Sim...sim...-a ouve,Iñes,tomando champagne.
-E do que falara mais sobre mim?...-a indaga,reinvidicando maiores detalhes.
-Que vossa senhoria exerce o ofício do tablado...-responde-a.
-Sim,e o teatro é mesmo aqui...Veja-o...- e a amostra pela janela o teatro de arena que mandou construír no jardim ao lado.-É por isto que o nome de meu teatro é:"La Casa de La Actriz",ou traduzindo-se para o bom português,"A Casa da Atriz"!-a revela.-Inclusive muitos turistas transitam por aqui para ver-me representar...-a revela maiores detalhes.
-Mais-que-perfeito,impossível!Eu estou muito admirada!-elogia-lhe Isaura.
-Obrigada!À noite darei-lhes ares de minha graça!Eu estou em cartaz com o monólogo "Confissões de uma mulher amada",no qual declamo vários poemas românticos e confesso o meu amor para a estátua de gesso que a minha personagem mandou fazer do homem amado,já que na vida real não tem a coragem de declará-lo...-explica-lhes o teor do espetáculo.
-Geníal!Artísticamente geníal!Teremos o maior prazer em apreciá-lo!Ao vosso espetáculo!...-assegura-lhe Isaura.
-Sim!E é mesmo esplendoroso!Deixando as falsas modéstias de lado!E já posso adiantar-lhes que é todo em espanhol o espetáculo!Espero que admirem e possam compreendê-lo!-anuncía.
Rapidamente a tarde vira noite.Quando se ve Isaura,Álvaro,seu pai,Ary e muitos convidados estão a contemplar mais uma notável expressão de arte teatral de Doña Sol Di Luján,o pseudônimo artístico de Iñes,que expõe a sua peça de teatro em idioma espanhol.No fim é bastante aplaudida por vossa platéia.
-Bravo!Bravo!-a elogía,Isaura,aplaudindo-a entusiasmada,claramente emocionada.
-Mas também tú Isaura,estrelarás o teu espetáculo!Tragam a harpa!Eu sei que no toque deste instrumento és esmerada!Por isso,para nosso deleite,venha tocá-la!-a ordena suavemente e delicadamente,surpreendendo-a,visivelmente.
Enquanto Isaura explana também os seus dons artísticos para uma seleta platéia na Espanha,deixando-os extasiados,no Brasil Leoncio gasta abundantemente com orgias,acompanhado de prostitutas,as quais mandou trazer de Portugal,especialmente para satisfazerem-no em seus desejos libidinosos,funcionando como hóspedes sexuais,pagando-nas todos os traslados e inclusos despesas com compras e alimentação.Uma fortuna!Hospedando-nas na chácara da Côrte.Um acinte para Vera.
-Só assim posso vingar-me e Vera!...Esta intrépida degenerada!Maldita alcovitêira,por ter dado fuga à escrava!...-fala.
-E também da "Condessa Depravada",outra alcovitêira dos infernos!Agora não pago-lhe um vintém pelas suas mulheres de lupanar!Perdera um dos clientes mais assíduos e caros!...Prefiro as "pônas" portuguesas!Quem sabe assim ela aprenderá a não mais me afrontar!Ajudou a Isaura a fugir!Agora toma-te prejuízo e o meu desprezo!...-remói o seu rancor contra a esposa e a caftina de luxo,o crápula.
E ele nem imagina,que ao mesmo tempo,elas falam mal dele.
-Não arrependo-me nem um pouco!Pouco sobram-me resquícios de arrependimento!O certo sería o dizer:não sobrou um grão!Por isto tivera o maior prazer em proporcioná-la a sua quinta deserção!Aliás se me fosse possibilitado,eu até gostaria de fazer uma fuzarca em comemoração a este ato!...-confessa ao irmão,Henrique,sua satisfação em ajudar Isaura.
-Pois não sinto falta de nenhuma pataca daquele crápula!Pelo contrário!É menos um pé nefasto a dar pisada em minha casa!Deixem Leoncio desfrutar de suas "pônas" portuguesas e de outras vindas de outras províncias do país!Isto não me é de suma importância!E sim que enquanto ele saí,outros entram!Assim não faze-me falta!Como se vê a casa está cheia,e ninguém lembra-se de Leoncio Almeida!...E aliás,ainda digo-lhes mais!Eu jamais me arrependerei e até faria de novo,se o fosse absolutamente necessário:o de dar uma nova fuga à escrava!...E tive a maior satisfação,naquela ocasião,em auxiliá-la,ao dar-lhe abrigo em meu mais nobre palacete na "Província do Pará"!Repito:faria de novo,faria de novo e faria de novo!...-confessa à sua mucama "Nhá-Sí","Madamme Simone Bertolli",abanando-se ao seu leque com uma mão,e empunhando uma taça de ouro encravada com diamantes e esmeraldas com outra bebendo o vosso champagne.
Conclusão:desde o tal episódio Leoncio não comparecera mais à "Casa-Grande dos Prazeres",cortando definitivamente o vínculo-presencíal que tinha para com o estabelecimento do meretrício.
Desta forma Leoncio vai desperdiçando vultosas quantias de dinheiro do patrimônio de vosso pai,gastando principalmente com mulheres,bebidas,jogatinas e farras.Como franca consequência logo verificar-se-à o crápula completamente chafurdado na "lama de dívidas",ou seriíssimamente endividado.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA"-CAPÍTULO 33:
Isaura é presa.Álvaro,Seu Jocelino,André e Maria José também,abordados por milicianos no quarto de hóspedes.Leoncio é obrigado a regressar imediatamente ao Brasil,novamente com os seus prisioneiros.No entanto,apesar de toda esta circunstância escabrosa,Altônia e Adelaide abraçam-se,chorando.Uma diz para a outra.
-Adelaide,que fatalidade!-a diz,Altônia.
-Ah,Altônia!Quanta infâmia!Isaura não merecia isto!O que há de errado em uma pessoa de excelente carácter que só busca a felicidade?!-questiona,imparcialíssima.-Não há nada de errado,absolutamente nada!Pelo contrário!Ela só está a fugir de uma triste sina da vida,deplorável e arcaica para com os direitos humanos!...-opina,Adelaide.
-Sim,minha amicíssima!É verdade!Absolutamente vergonhoso!A minha nação é o único país do mundo a manter a escravidão!Isto é torpe demais!...-acrescenta Altônia e a concorda.
Desta maneira,o "Barão de Aguinava" e a filha Adelaide,somente são condenados a pagar uma multa por terem abrigado uma escrava foragida.Altônia pede-os mil perdões,pois jamais imaginaría trazer consigo o algoz de Isaura.
-Se eu soubesse que tú virias de supetão acompanhada deste infâme do teu irmão,com convicção,Isaura seria avisada,teria fugido e não sería recapturada!-a diz o "Barão",dando baforadas em seu cachimbo de ouro,sentado na cadeira de balanço,enquanto escutam um fado português na vitrola.
-E se eu soubesse que Isaura estivesse aqui,jamais teria trazido Leoncio!Teria guardado segredo!Mas porque Adelaide,nao me contastes?!-a indaga,Altônia.
-Não contei-te,não vás pensar que foi por falta de confiabilidade!E sim pelo facto de que a carta poderia ter sido extraviada,ou por alguma outra imprevisível circunstância Isaura ter sido vitimizada...-justifica.-Mas nada valeu!Aconteceu o que tinha de acontecer,e não podemos mudar isto,jamais!...-responde-a,Adelaide,resignada.
-Mas é!Não deu outra!Tinha de ser assim...Infelizmente assim o foi,e nada poderemos modificar...Só nos resta lamentar e rezar para que Isaura possa finalmente a felicidade encontrar...-concluí,também conformada,Altônia,fazendo o "Sinal-da-Cruz".
E o vento leva o tempo,o mesmo passa.Quando se vê Álvaro é beneficiado novamente por um "Habeas-Corpus",no Brasil,podendo aguardar o seu julgamento em liberdade,mesmo sendo um reincidente.Pelo mesmo sistema,Seu Jocelino e Maria José são beneficiados,auxiliados por Álvaro que financiou-lhes suportes jurídicos..Daqui a uma semana todos serão julgados por terem ajudado na fuga da escrava e a acompanhado.André é assenzalado e condenado a trabalhar na lavoura.
Só que o golpe de misericórdia mesmo é quando Leoncio,agora separado de sinhá Vera,que abandona o lar,voltando para a casa do irmão,Henrique,requerer à Justiça que julgue Isaura,decidindo se vão absolvê-la ou condená-la ao casamento obrigado com o jardineiro corcunda,Belchior,pelo vilão pleiteado,alegando que ela casou-lhe muitos prejuízos materíais e emocionais,ora impetrados por suas quatro fugas consecutivas.
-Pensando melhor a melhor forma de pagar-me a indenizaçao é casar-se comigo!-dita o crápula,sob sorriso malicioso,decidindo que até o dia do julgamento de Isaura,a enclausura em seu quarto de luxo,dando-lhe tudo de bom e do melhor,porém privando-a da liberdade,a essência de qualquer ser humano.
-Muito pior do que estar aqui enclausurada é estar longe de meu grande amor e de meus pais e a proximidade da sentença catastrófica que certamente a "In-Justiça" no julgamento irá imputar-me,só pelo fato de querer usufruír de minha liberdade!Eu sinto...Eu sinto que um destino infeliz a mim,ali será sentenciado!-profetiza.-Não permita oh Deus e todas as 11.000 Virgens!Não permitam esse dia,que sería o mais infeliz para mim!-implora.-Preferiría que tirassem-me a vida e levar-me para o "Céu" do que com esse homem(referíndo-se a Leoncio) casar,como ele agora,vive a me ameaçar!Sería o mesmo que casar-me com um demônio,em cenário infernal!Eu desconjuro!-diz ela,ajoelhada diante do oratório.-Mesmo porque não o amo,nunca o amei e jamais o amarei!Muito pelo contrário:só consigo desprezá-lo,odiá-lo!É como se não existisse para mim!...-confessa,chorando.
É aí que Leoncio muda de idéia...Com a chegada de sinhá Vera.
-Não poderá processar-me por abandono domicíliar,pois acabo de voltar,o de retomar o meu lugar neste lar!...-chega,altiva,e com ares de guerreira,segurando um chicote.-O espetáculo acabou Leoncio!Nunca com a Isaura hás de casar,a não ser que a morte possa nos separar!...-o fala,dando uma chicotada no assoalho.-Se és um leão do mal eu posso domá-lo!Nem que eu tenha de arrancar a minha própria pele e oferecê-lo num prato!...-termina de afrontá-lo,com cabeça erguida.
-Agora dê-me a chave do quarto,antes que eu mesma dou-te uma surra!-o ameaça.-Não desafie-me,pois sabes do que sou capaz!...-o intimida,a corajosa sinhá.
Até que ela ao abrir a porta,tome uma surpresa inesquecívelmente desagradável:Isaura está amarrada ao tronco que Leoncio mandou construír especialmente para ela no seu quarto.Um ato absurdamente reprovável.
-Meu Deus!Quanta truculência,maldito!-o fala,com ódio,ao mesmo tempo,negativamente surpreendida..-Seu ignóbil,cruel e imoral!Até que ponto tú chegastes?!Eu nunca vi isso em toda a minha vida,como eu estou vendo agora!-espanta-se,indignada.-Gênio do mal!Mandar edificar um tronco em plenos aposentos nossos de luxo da casa-grande para castigar uma pobre mulher!Isto é torpe demais!-o dá o primeiro tapa.-É inaceitável demais!-o dá o segundo tabefe.-É inadmissível demais!-o desfere o terceiro.-É covarde demais!-dá-lhe o quarto.-Seu biltre!-e termina-lhe por dá-lo o último tapa.Assim foram cinco tapas totalizados no rosto cínico de Leoncio,após Vera,como uma feiticeira,te-lo hipnotizado com o olhar e com um estalar de dedos,após esbofeteá-lo,fazê-lo tornar a sí.-E ainda obrigá-la a encher-se de jóias,mesmo vestida de escrava!Que horror!Que horror!Alto lá,que vós mercê já vai ver o que eu vou fazer!-avisa-o,revoltada.
Quando se vê,após livrar-se do chicote,sinhá Vera traz nas mãos uma picareta e um facão.
-Não Leoncio,eu não vou te matar!Mesmo porque não valería a pena jogar a minha alma no inferno por vós!Mas a Isaura eu mesma faço questão de a libertar!-e corta as cordas com o facão.-E enquanto a isto,eu vou demolí-lo e é pra já,pois aqui não é definitivamente o seu lugar!-e desfere várias picaretadas no tronco feito com areia e cimento.
O ódio faz com que sinhá Vera tome por demolir o objeto.
-Agora eu faço questão que Rosa possa estes entulhos carregar!-decide,ordenando a escrava-amante do marido que faça a limpeza completa no quarto.
Como é de praxe,Isaura devolve o colar de diamantes,as pulseiras de esmeraldas com os anéis de ouro para sinhá Vera e que Leoncio obrigou-a usar,amarrada ao tronco edificado no quarto,como se estivesse cumprindo pena como uma escrava de luxo,chegando a dar-lhe frutas finas na boca,e até obrigando-a tomar champagne na taça de ouro e a comer caviar,dizendo-a.
-És a minha escrava-rainha!...-chegou a intitulá-la.
Sinhá Vera pede a Isaura que retire do corpo as vestes de escrava,e volte a vestír-se como uma sinházinha para que torne-se cuidadora durante vinte e quatro horas de Comendador Almeida e sinhá Estér,que encontram-se entrevados numa cama,incapacitados,revezando-se como acompanhante do casal com a escrava Iraci.Podendo,inclusive,voltar a gozar de seus passeios matinais junto a Virgi Santa.Detalhe:sempre acompanhadas do feitor Cipriano,mandado por Leoncio para vigiá-las e assim evitar uma quarta fuga da escrava.
O tempo passa rápido.O julgamento de Isaura,Seu Jocelino,Maria José e Álvaro-no qual todos aguardaram-no em liberdade-chega o dia de ser consumado.O primeiro a ser julgado é Álvaro,que logo é sentenciado.
-Nao poderei condená-lo à prisão...No entanto imputo-lhe ao vosso casamento com a escrava Isaura a anulação!Pela lei eu decreto o fim do casamento de vocês!-sentencia o juiz,batendo o martelo.-E também condeno-o a indenizar o senhor Leoncio de Almeida Prado de Guaianazes,por 50 contos de réis pelo crime de lesa-patrimônio,pelo fato de ter fugido com a vossa escrava!E tê-lo assim causado prejuízos,tanto morais,quanto materiais!...-o comunica.
Agora vêm a sentença de Seu Jocelino e Maria José.
-Vós mercês também cometeram o crime de lesa-patrimônio,por também ajudarem e estar em companhia de fuga da escrava!Assim como não podem pagá-lo com patacas,podem pagá-lo com trabalho,muito trabalho!Declaro-lhes assim como novos escravos da lavoura açucareira da "Fazenda Santa Genoveva"!-os imputa a pena,enchendo os olhos de Isaura,do próprio Álvaro e dos próprios Seu Jocelino e Maria José,de lágrimas.
-Eu protesto,Vossa Excelência!Este monstro é quem deveria ser julgado e sentenciado!-diz,Álvaro.
-Protesto negado!Não foi o senhor Leoncio quem roubou vossa escrava e sim vós mercês os autores do fato!Assim mantenha-se calado,se não quizer que o mande prendê-lo por desobediência!-o ameaça.-Aliás,para isto evitar vou obrigá-lo a se retirar!...-decide,o juíz.
Desta forma Álvaro é retirado da sala do plenário.Como era de se esperar antes que o juiz profira a sentença de Isaura,sinhá Vera decide manifestar-se em favor da amiga.
-Vosso árbitro magistrado!Dê-me a liberdade de falar!...
-Sim,sinhôra!Manifestação concedida!Pode falar!-permite-a.
-Eu faço jus ao que fôra momentos antes protestado!Fazendo-lhe outros acréscimos!O querelante é o meu marido!E eu mesma por isto posso testemunhar,que ele é o algoz dela,e não ela a algoz dele,como está sendo equívocadamente interpretado!Isaura é sobretudo a vítima e ele próprio o carrasco!Desta maneira,sob forma concisa,não tendo-lhe como vos provar as minhas palavras,e sim através de testemunhas,todos sabem que Isaura é somente uma escrava em busca da felicidade,propicíada pela vossa liberdade!E liberdade esta que Leoncio não quer dá-la porque ela não o aceita como ele a deseja!Por isto vosso juíz,peço-lhe com toda a humildade de uma serva indignada com tamanha brutalidade de meu marido em negá-la a liberdade,que a sentença justíssima sería a de absolvê-la,obrigar a Leoncio dar-lhe a carta de alforria e ainda obrigá-lo a indenizá-la por tantas humilhações e ofensas,promovidos por seus constantes e torpes assédios para com ela!...-suplica-lhe ajoelhada.
Só que o juiz comporta-se indiferente às sugestões e denúncias dela,retirando-se para ter um particular com Leoncio.
-O meritíssimo há de convir que Vera está revoltada pela fato da amiga,a quem afeiçoou-se bastante,por estar sendo julgada!Mas isto não importa!Não interessa-me!Só são meras palavras,arremessadas ao vento e nada mais!Mas enfim,como havíamos combinado,o senhor meritíssimo também há de convir que Vera é com quem diante de Deus e da Madre Santa Igreja,matrimoniei-me!E segundo consta terei que obedecer à prerrogativa epíscopal de "até que a morte nos separe!"...Enfim,diante da sua decisão,de regressar ao nosso lar,já sei com quem Isaura deverá se casar!Aguarde-me e daqui a trinta minutos,trago-lhe o sortudo!...-o pede,retirando-se até a sua chácara,na "Côrte" para buscar a Belchior,o corcunda que será o marido por imposição de Isaura.
-Senhoras e senhores!Apresento-lhes um breve intervalo de trinta minutos...-os anuncía.-Queiram por obséquio,ao aguardar o cerne deste julgamento...-retira-se por um momento.
O julgamento recomeça.Leoncio quer causar grande surpresa,escondendo a Belchior em um manto negro.O Juiz sentencia,ao mesmo tempo que uma chuva torrencíal caí sobre a Côrte fluminense.
-Escrava Isaura eu vos sentencio,como forma de indenizares os prejuízos praticados contra o seu senhor Leoncio de Almeida Prado de Guaianazes,causados pelas quatro fugas da cativa,a casar-se com o jardineiro Belchior Beato da Silva Ramos!-a anuncía,ao mesmo tempo que Leoncio retira o manto negro que encobre Belchior,e também quando consuma-se o desmaio de Isaura,amparada pelo futuro marido.
-Adelaide,que fatalidade!-a diz,Altônia.
-Ah,Altônia!Quanta infâmia!Isaura não merecia isto!O que há de errado em uma pessoa de excelente carácter que só busca a felicidade?!-questiona,imparcialíssima.-Não há nada de errado,absolutamente nada!Pelo contrário!Ela só está a fugir de uma triste sina da vida,deplorável e arcaica para com os direitos humanos!...-opina,Adelaide.
-Sim,minha amicíssima!É verdade!Absolutamente vergonhoso!A minha nação é o único país do mundo a manter a escravidão!Isto é torpe demais!...-acrescenta Altônia e a concorda.
Desta maneira,o "Barão de Aguinava" e a filha Adelaide,somente são condenados a pagar uma multa por terem abrigado uma escrava foragida.Altônia pede-os mil perdões,pois jamais imaginaría trazer consigo o algoz de Isaura.
-Se eu soubesse que tú virias de supetão acompanhada deste infâme do teu irmão,com convicção,Isaura seria avisada,teria fugido e não sería recapturada!-a diz o "Barão",dando baforadas em seu cachimbo de ouro,sentado na cadeira de balanço,enquanto escutam um fado português na vitrola.
-E se eu soubesse que Isaura estivesse aqui,jamais teria trazido Leoncio!Teria guardado segredo!Mas porque Adelaide,nao me contastes?!-a indaga,Altônia.
-Não contei-te,não vás pensar que foi por falta de confiabilidade!E sim pelo facto de que a carta poderia ter sido extraviada,ou por alguma outra imprevisível circunstância Isaura ter sido vitimizada...-justifica.-Mas nada valeu!Aconteceu o que tinha de acontecer,e não podemos mudar isto,jamais!...-responde-a,Adelaide,resignada.
-Mas é!Não deu outra!Tinha de ser assim...Infelizmente assim o foi,e nada poderemos modificar...Só nos resta lamentar e rezar para que Isaura possa finalmente a felicidade encontrar...-concluí,também conformada,Altônia,fazendo o "Sinal-da-Cruz".
E o vento leva o tempo,o mesmo passa.Quando se vê Álvaro é beneficiado novamente por um "Habeas-Corpus",no Brasil,podendo aguardar o seu julgamento em liberdade,mesmo sendo um reincidente.Pelo mesmo sistema,Seu Jocelino e Maria José são beneficiados,auxiliados por Álvaro que financiou-lhes suportes jurídicos..Daqui a uma semana todos serão julgados por terem ajudado na fuga da escrava e a acompanhado.André é assenzalado e condenado a trabalhar na lavoura.
Só que o golpe de misericórdia mesmo é quando Leoncio,agora separado de sinhá Vera,que abandona o lar,voltando para a casa do irmão,Henrique,requerer à Justiça que julgue Isaura,decidindo se vão absolvê-la ou condená-la ao casamento obrigado com o jardineiro corcunda,Belchior,pelo vilão pleiteado,alegando que ela casou-lhe muitos prejuízos materíais e emocionais,ora impetrados por suas quatro fugas consecutivas.
-Pensando melhor a melhor forma de pagar-me a indenizaçao é casar-se comigo!-dita o crápula,sob sorriso malicioso,decidindo que até o dia do julgamento de Isaura,a enclausura em seu quarto de luxo,dando-lhe tudo de bom e do melhor,porém privando-a da liberdade,a essência de qualquer ser humano.
-Muito pior do que estar aqui enclausurada é estar longe de meu grande amor e de meus pais e a proximidade da sentença catastrófica que certamente a "In-Justiça" no julgamento irá imputar-me,só pelo fato de querer usufruír de minha liberdade!Eu sinto...Eu sinto que um destino infeliz a mim,ali será sentenciado!-profetiza.-Não permita oh Deus e todas as 11.000 Virgens!Não permitam esse dia,que sería o mais infeliz para mim!-implora.-Preferiría que tirassem-me a vida e levar-me para o "Céu" do que com esse homem(referíndo-se a Leoncio) casar,como ele agora,vive a me ameaçar!Sería o mesmo que casar-me com um demônio,em cenário infernal!Eu desconjuro!-diz ela,ajoelhada diante do oratório.-Mesmo porque não o amo,nunca o amei e jamais o amarei!Muito pelo contrário:só consigo desprezá-lo,odiá-lo!É como se não existisse para mim!...-confessa,chorando.
É aí que Leoncio muda de idéia...Com a chegada de sinhá Vera.
-Não poderá processar-me por abandono domicíliar,pois acabo de voltar,o de retomar o meu lugar neste lar!...-chega,altiva,e com ares de guerreira,segurando um chicote.-O espetáculo acabou Leoncio!Nunca com a Isaura hás de casar,a não ser que a morte possa nos separar!...-o fala,dando uma chicotada no assoalho.-Se és um leão do mal eu posso domá-lo!Nem que eu tenha de arrancar a minha própria pele e oferecê-lo num prato!...-termina de afrontá-lo,com cabeça erguida.
-Agora dê-me a chave do quarto,antes que eu mesma dou-te uma surra!-o ameaça.-Não desafie-me,pois sabes do que sou capaz!...-o intimida,a corajosa sinhá.
Até que ela ao abrir a porta,tome uma surpresa inesquecívelmente desagradável:Isaura está amarrada ao tronco que Leoncio mandou construír especialmente para ela no seu quarto.Um ato absurdamente reprovável.
-Meu Deus!Quanta truculência,maldito!-o fala,com ódio,ao mesmo tempo,negativamente surpreendida..-Seu ignóbil,cruel e imoral!Até que ponto tú chegastes?!Eu nunca vi isso em toda a minha vida,como eu estou vendo agora!-espanta-se,indignada.-Gênio do mal!Mandar edificar um tronco em plenos aposentos nossos de luxo da casa-grande para castigar uma pobre mulher!Isto é torpe demais!-o dá o primeiro tapa.-É inaceitável demais!-o dá o segundo tabefe.-É inadmissível demais!-o desfere o terceiro.-É covarde demais!-dá-lhe o quarto.-Seu biltre!-e termina-lhe por dá-lo o último tapa.Assim foram cinco tapas totalizados no rosto cínico de Leoncio,após Vera,como uma feiticeira,te-lo hipnotizado com o olhar e com um estalar de dedos,após esbofeteá-lo,fazê-lo tornar a sí.-E ainda obrigá-la a encher-se de jóias,mesmo vestida de escrava!Que horror!Que horror!Alto lá,que vós mercê já vai ver o que eu vou fazer!-avisa-o,revoltada.
Quando se vê,após livrar-se do chicote,sinhá Vera traz nas mãos uma picareta e um facão.
-Não Leoncio,eu não vou te matar!Mesmo porque não valería a pena jogar a minha alma no inferno por vós!Mas a Isaura eu mesma faço questão de a libertar!-e corta as cordas com o facão.-E enquanto a isto,eu vou demolí-lo e é pra já,pois aqui não é definitivamente o seu lugar!-e desfere várias picaretadas no tronco feito com areia e cimento.
O ódio faz com que sinhá Vera tome por demolir o objeto.
-Agora eu faço questão que Rosa possa estes entulhos carregar!-decide,ordenando a escrava-amante do marido que faça a limpeza completa no quarto.
Como é de praxe,Isaura devolve o colar de diamantes,as pulseiras de esmeraldas com os anéis de ouro para sinhá Vera e que Leoncio obrigou-a usar,amarrada ao tronco edificado no quarto,como se estivesse cumprindo pena como uma escrava de luxo,chegando a dar-lhe frutas finas na boca,e até obrigando-a tomar champagne na taça de ouro e a comer caviar,dizendo-a.
-És a minha escrava-rainha!...-chegou a intitulá-la.
Sinhá Vera pede a Isaura que retire do corpo as vestes de escrava,e volte a vestír-se como uma sinházinha para que torne-se cuidadora durante vinte e quatro horas de Comendador Almeida e sinhá Estér,que encontram-se entrevados numa cama,incapacitados,revezando-se como acompanhante do casal com a escrava Iraci.Podendo,inclusive,voltar a gozar de seus passeios matinais junto a Virgi Santa.Detalhe:sempre acompanhadas do feitor Cipriano,mandado por Leoncio para vigiá-las e assim evitar uma quarta fuga da escrava.
O tempo passa rápido.O julgamento de Isaura,Seu Jocelino,Maria José e Álvaro-no qual todos aguardaram-no em liberdade-chega o dia de ser consumado.O primeiro a ser julgado é Álvaro,que logo é sentenciado.
-Nao poderei condená-lo à prisão...No entanto imputo-lhe ao vosso casamento com a escrava Isaura a anulação!Pela lei eu decreto o fim do casamento de vocês!-sentencia o juiz,batendo o martelo.-E também condeno-o a indenizar o senhor Leoncio de Almeida Prado de Guaianazes,por 50 contos de réis pelo crime de lesa-patrimônio,pelo fato de ter fugido com a vossa escrava!E tê-lo assim causado prejuízos,tanto morais,quanto materiais!...-o comunica.
Agora vêm a sentença de Seu Jocelino e Maria José.
-Vós mercês também cometeram o crime de lesa-patrimônio,por também ajudarem e estar em companhia de fuga da escrava!Assim como não podem pagá-lo com patacas,podem pagá-lo com trabalho,muito trabalho!Declaro-lhes assim como novos escravos da lavoura açucareira da "Fazenda Santa Genoveva"!-os imputa a pena,enchendo os olhos de Isaura,do próprio Álvaro e dos próprios Seu Jocelino e Maria José,de lágrimas.
-Eu protesto,Vossa Excelência!Este monstro é quem deveria ser julgado e sentenciado!-diz,Álvaro.
-Protesto negado!Não foi o senhor Leoncio quem roubou vossa escrava e sim vós mercês os autores do fato!Assim mantenha-se calado,se não quizer que o mande prendê-lo por desobediência!-o ameaça.-Aliás,para isto evitar vou obrigá-lo a se retirar!...-decide,o juíz.
Desta forma Álvaro é retirado da sala do plenário.Como era de se esperar antes que o juiz profira a sentença de Isaura,sinhá Vera decide manifestar-se em favor da amiga.
-Vosso árbitro magistrado!Dê-me a liberdade de falar!...
-Sim,sinhôra!Manifestação concedida!Pode falar!-permite-a.
-Eu faço jus ao que fôra momentos antes protestado!Fazendo-lhe outros acréscimos!O querelante é o meu marido!E eu mesma por isto posso testemunhar,que ele é o algoz dela,e não ela a algoz dele,como está sendo equívocadamente interpretado!Isaura é sobretudo a vítima e ele próprio o carrasco!Desta maneira,sob forma concisa,não tendo-lhe como vos provar as minhas palavras,e sim através de testemunhas,todos sabem que Isaura é somente uma escrava em busca da felicidade,propicíada pela vossa liberdade!E liberdade esta que Leoncio não quer dá-la porque ela não o aceita como ele a deseja!Por isto vosso juíz,peço-lhe com toda a humildade de uma serva indignada com tamanha brutalidade de meu marido em negá-la a liberdade,que a sentença justíssima sería a de absolvê-la,obrigar a Leoncio dar-lhe a carta de alforria e ainda obrigá-lo a indenizá-la por tantas humilhações e ofensas,promovidos por seus constantes e torpes assédios para com ela!...-suplica-lhe ajoelhada.
Só que o juiz comporta-se indiferente às sugestões e denúncias dela,retirando-se para ter um particular com Leoncio.
-O meritíssimo há de convir que Vera está revoltada pela fato da amiga,a quem afeiçoou-se bastante,por estar sendo julgada!Mas isto não importa!Não interessa-me!Só são meras palavras,arremessadas ao vento e nada mais!Mas enfim,como havíamos combinado,o senhor meritíssimo também há de convir que Vera é com quem diante de Deus e da Madre Santa Igreja,matrimoniei-me!E segundo consta terei que obedecer à prerrogativa epíscopal de "até que a morte nos separe!"...Enfim,diante da sua decisão,de regressar ao nosso lar,já sei com quem Isaura deverá se casar!Aguarde-me e daqui a trinta minutos,trago-lhe o sortudo!...-o pede,retirando-se até a sua chácara,na "Côrte" para buscar a Belchior,o corcunda que será o marido por imposição de Isaura.
-Senhoras e senhores!Apresento-lhes um breve intervalo de trinta minutos...-os anuncía.-Queiram por obséquio,ao aguardar o cerne deste julgamento...-retira-se por um momento.
O julgamento recomeça.Leoncio quer causar grande surpresa,escondendo a Belchior em um manto negro.O Juiz sentencia,ao mesmo tempo que uma chuva torrencíal caí sobre a Côrte fluminense.
-Escrava Isaura eu vos sentencio,como forma de indenizares os prejuízos praticados contra o seu senhor Leoncio de Almeida Prado de Guaianazes,causados pelas quatro fugas da cativa,a casar-se com o jardineiro Belchior Beato da Silva Ramos!-a anuncía,ao mesmo tempo que Leoncio retira o manto negro que encobre Belchior,e também quando consuma-se o desmaio de Isaura,amparada pelo futuro marido.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
'UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA":CAPÍTULO 32:
Na sequência um sarau marcado por incidentes...
Viscondessa tira Leoncio para dançar,tascando-lhe novo ósculo na frente do público no salão,mostrando sua má reputaçao na frente de todos.Sinhá Vera derrama um balde de prata cheio com champagne e gêlo sobre os dois,retirando-se em companhia do irmão,Henrique,que claro,reprova bastante o ato do cunhado,levando-a para a chácara da família na Côrte.
-Eis o preço que paguei meu irmão,casando-me com um homem de moral chafurdada e devassa!-põe-se a lamentar.-Chafurdada estou eu na lama da amargura...Não por amá-lo e sim por envergonhar-me na frente de todos!...Flecha-me com um desrespeito vil e impiedoso,mas não dou-me por vencida!Se ele quer jogo,boas jogadas terá!Pois a uma ótima adversária ele se digladiará e não a derrotará!Biltre pústuloso e safado...-queixa-se,sinhá Vera,deitada,no sofá da sala,cuja cabeça encontra-se apoiada por cima da perna do irmão.
Aliás o retiro de sinhá Vera favorece as circunstâncias para a prática de um novo ato de adultério por parte do marido,pois assim que retira-se enfurecida,Leoncio e a Viscondessa sobem as escadas de mãos dadas para o andar superior da casa-grande da própria,onde em seus aposentos acontece o primeiro relacionamento íntimo entre o casal.
Agora Leoncio fala abraçado à Gilberta...
-Como aguardei por este momento!A amante rica,nova,viúva e ardorosa!Que todos queriam ter ao seu lado!Como sou privilegíado!Sinto-me um homem muito invejado!-comemora ele,enquanto brinda na cama com a Viscondessa,bebendo os dois champagne francês em taças de ouro.
Porém nem mesmo a amante desviará o vilão de sua vil obsessão:o de possuír Isaura,agora uma escrava grávida e casada com um rico e benevolente abolicionista,mesmo que pelas ingratas circunstâncias esteja dele,separada.
O tempo passa e Leoncio encontra-se deitado ao lado de Rosa,quando esta dá-lhe uma sórdida e absurda idéia,para castigar ainda mais a Isaura.
-"Purque vossuncê",meu, "amanti" não casa Isaura com "ú jardineirú"?!É,só assim tú castiga mais ela,aquela praga!...-o sugere.
Leoncio aprova a sugestão de imediato,fumando seu charuto.
-Boa idéia,Rosa!-a elogia,sórdido.-Só assim posso duramente castigá-la!Já que não pára de rejeitar-me!-concluí,como sempre,tomado pelo espírito sórdido.
Até que venha a tomar uma decisão:soltará Isaura,livrando-a do pesado grilhão de ferro,que com correntes aprisionam-na a uma pesada bola de aço,castigo este chamado de "Vira-Mundo",como consta no dicionário.
Para vigíar Isaura durante 24 horas,Leoncio contrata o escravo André,até então seu cochêiro.E como sem ninguém saber,ele é namorado de Virgi Santa,esta mantém contato com sinhá Vera,avisando-a da decisão de seu marido para com Isaura.Vera,por sua vez,avisa a Álvaro,que trata logo de escrever uma carta romântica para a amada entregue a Vera,que a entrega à Virgi Santa,que a dá para André entregar,sem ninguém saber,para Isaura a ler.
Desta maneira,por trás do "Bacurízêiro dos Sonhos",André,às escondidas,dá a carta para Isaura.Só que Rosa tinhosa os surpreende,quando o escravo deu à Isaura a carta que foi envíada por Álvaro,chegando na hora.Rosa quer tomar a carta à força da cativa e as duas brigam com puxões de cabelos e rolando-se pelo gramado.André segura Rosa.Surge Leoncio empunhado de sua arma,montado em seu cavalo.Ele vocifera:
-Eu ordeno que largue ela ou eu lhe mato escravo safado!-grita o vilão,apontando-lhe a arma.
-"Issú nhô-nhô"!"Êssi" escravo safado deu uma carta do "sinhô" Árvaro" para Isaura!Eu vi "purque" cheguei na hora e "nóis" até "briguêmú" porque eu queria lhe tomar a papelada para "ú nhô-nhô intregá"!...Mas ela "num mi" deu e nem "esse inxiridú quis deixá"!...-os delata,a escrava.
Do alto do cavalo,Leoncio exige que Isaura entregue à Rosa a carta se ela não quizer ír para o tronco viver novamente as 3 horas de agonia.Isaura fica paralisada,até que Rosa venha até a ela,rasga-lhe o vestido e tire a carta que estava escondida em sua mama.Isaura caí em cima dela,furiosa.
-Tú levas a carta,mas também a lição que dou-lhe agora!-e começa a agredír Rosa com tapas,após pegá-la pelos braços e derrubá-la sobre o gramado.
As duas voltam a rolar-se pelo terreiro,sob puxões de cabelos e arranhões.Isaura cospe-lhe na cara,dá-lhe uma violenta bofetada e rasga a carta em pedacinhos.Até que Rosa voe em seu pescoço querendo estrangulá-la,mas André livra Isaura de suas garras.
-Segure Rosa,escravo, senão quizer morrer!-ordena-lhe Leoncio,voltando a ameaçá-lo com a arma.
-Como castigo,Isaura,pelo recebimento às escondidas do bilhete,pelas mãos deste escravo safado,pela carta do maldito Álvaro e pela briga com Rosa,tú vais ter os dois pés amarrados por esta corda e serdes arrastada até a fazenda!Tú e este escravo!-decreta,tiranicamente,Leoncio,que enlaça as pernas de Isaura,para arrastá-la pela mata,obrigando André,ao mesmo castigo,sob a mira do revólver.
Rosa,debocha,enquanto arranca um pedaço de mato e o põe no ouvido direito,para limpá-lo.
-Bem feito!-e gargalha,ao mesmo tempo que aparecem urubús sobrevoando o "Céu" da fazenda.
Porém Leoncio só não contava com a reação do escravo André,que puxa violentamente a corda derrubando-o do cavalo.O clima esquenta.Leoncio quer pegar a arma,mas André toma-lhe a mesma e a joga para longe.Os dois brigam com socos,enquanto André lhe diz:
-Agora lhe quebro a cara "marditú"!-e o desfere vários socos em seu rosto,quebrando-lhe dois dentes.
Rosa quer pegar o revólver,mas Isaura a impede,desenlaçando-se e correndo atrás dela,amarrando-a com a corda,após laçá-la.Isaura é quem pega a arma,enquanto André rouba o cavalo de Leoncio,montando no mesmo e índo embora acompanhado de Isaura,pegando-a pelo caminho.É a quarta fuga da escrava.
Enquanto Leoncio está com o rosto todo ensanguentado e Rosa amarrada com a roupa toda rasgada e com os braços todos arranhados.
-Malditos sejam!Que eles caiam do cavalo!-roga-lhes Leoncio a praga com todo o ódio de sua alma.
O cavalo em que estão relincha,pára,e caí,pegando-nos a imprecação de males contra o casal.Mas nem tanto,pois ao riscar de um raio no "Céu",com nuvens negras descobrindo o "Sol" e com o aparecimento do "Arco-Íris" parecem,com os vossos aparecimentos,anular o mal.Pois o cavalo recupera-se logo,e recomeça a correr.
Quando se vê,André e Isaura estão na casa-grande da Côrte,de Henrique,onde encontram Álvaro.
-Isaura!Minha amada!-abraça-a,emocionada.
-Abraça-me muito forte,ó meu amor!Eu estou aqui de novo para lhe amar!-o fala.
-Agora não podemos perdermos tempo!Partam para Portugal!Amanhã eu partirei para lá!-comunica-os,dando-lhes 20 contos de réis,acompanhando-nos Seu Jocelino e a mulher,Maria José,novamente para território lusitano.Detalhe:Isaura e André embarcam disfarçados e com documentos falsos.Ela como uma freira,"Irmã Maria do Céu" e ele como o frei "Gilberto de Jesus".Só que desta vez mais uma estratégia geograficamente genial:ao invés de embarcarem no porto do Rio de Janeiro,todos embarcam no porto da "Província de São Paulo",após fugirem para a mesma.A intenção,claro,é dificultar as buscas impetradas por Leoncio,quando munido da fotografia de Isaura,ír perguntar no porto do Rio de Janeiro se alguém a víu embarcar em algum navio,a resposta será negativa,claro.Tudo bem planejado.Assim não chamarão suspeitas.
Rapidamente,todos encontram-se na Europa,no casario colonial do "Barão de Aguinava",uma província fictícia de Portugal.O nome dele é Francisco José,onde todos são bem recebidos,inclusive,presenteando os vossos hóspedes com buquês de rosas,e ofertando-lhes copos com leite e torradas,portuguêses.Ele é tio de Álvaro.
-Muito feliz estou eu em recebê-los aqui em minha chácara!-dá-lhe as "boas-vindas".
-Felizes muitíssimo estamos nós,por estarmos aqui convosco,desfrutando de vossa hospitalidade!-agradece-lhe Isaura,conhecendo a prima de Álvaro,sinhá Adelaide,uma lusitana abolicionista como o pai que compra escravos brancos e negros,os alforria e os contrata sob trabalhos remunerados,intítulando-os de empregados.
E Isaura personificará dupla identidade.Quando ela estiver passeando pelas ruas lisboêtas,de Lisboa,em companhia de Álvaro,estará disfarçada de freira,sob o pseudônimo de "Irmã Maria do Céu",como o trouxera do Brasil.E quando estiver no domicílio do "Barão de Aguinava" estará de sinhá Isaura,vestindo belíssimos vestidos lhes emprestado pela "prima de coração"(como a chama),Adelaide.
Desta maneira cenas belíssimas,bem "romancêscas" são protagonizadas pelo casal,sem beijos em público e sim com declamações recíprocas de poemas românticos,apresentando como cenários a "Torre de Belém" e até no "Jardim das Oliveiras",local divinosamente esplendoroso,no qual ocorre a aparição milagrosamente amorosa da "Nossa Senhora de Fátima",para abençoar o amor do casal,tal qual a "Virgem de Nazaré",aparecera em sonho de Isaura,na noite anterior,ambientado em "Santa Maria de Belém do Grão-Pará".
Já no Brasil Leoncio traça um plano implacável para quando recapturar Isaura em companhia de seus cúmplices Álvaro,André,Seu Jocelino e Maria José.
-Todos serão submetidos ao grande julgamento,por darem fuga à Isaura,e junto a ela serem condenados pelo crime de lesa-patrimônio,pois estão fazendo-me gastar fortunas com as recapturas da escrava!Contabilizando-me um prejuízo de mais de 40 contos de réis!...-queixa-se o patife,enquanto o escravo Malafati limpa as botinas de seu senhor com uma flanela e as encera com cêra de abelha.
Rosa está à sua frente,segurando uma bandeja de prata.
-"Ú nhô-nhô" tem mais é "qui castigá elis mesmú"!...-incentiva a maligna.
-Puxa-saco "dús diabú"!...-pensa Ieda Neuza,espanando os móveis da sala,ouvindo toda a conversa.
Mais tarde,na cama,Leoncio confessa à Rosa.
-A Justiça tornará escravos Jocelino e Maria José!E já te posso assegurar:vou vendê-los para uma fazenda bem distante deste acre,para a "Província do Paraná"!-a revela.-Só assim Isaura e os pais nunca hão de se reencontrar!É a pior maneira de a castigar:dando chibatadas em seu coração,que chorará de tanta tristeza pelo afastamento de vosso pai e de vossa tia-mãe!-concluí o vilão ultra-sórdido contando-lhe parte da punição.
O tempo passa...Leoncio descobre de forma surpreendente o paradeiro de Isaura.Há muito tempo sem escrever uma carta à amiga portuguesa Adelaide,Altônia,a irmã bastarda de Leoncio,escreve-lhe,contando as últimas novidades em torno do conhecimento de seu irmão bastardo e da mudança de endereço,em transferír-se da Côrte da Bahia para a do Rio de Janeiro.
-Meu Deus,que incrível coincidência!A minha amiga brasileira é irmã bastarda do Leoncio,o algoz de Isaura,como vós mercês podem constar nesta carta!-revela-lhes Adelaide à mesa do café,quando na frente dos vossos hóspedes põe-se a lêr o teor de tal carta,surpreendendo-os negativamente.
-Minha Nossa Senhora,e agora?!...-pergunta-lhe,temerosa,Isaura.
-E agora,que logicamente,não posso revelar-lhe nada em torno de vosso abrigo aqui no casario!Pois este segredo poderá vir à tona,dado cá que a vida tem lá de suas imprevisibilidades,algumas das vezes,implacáveis!...-responde-a Adelaide,tranquilizando Isaura e os demais,escrevendo na hora a resposta para Altônia.
-Muitíssimo obrigada pela vossa epístola,caríssima amiga brasileira!Aqui está tudo às mil maravilhas!Quando vieres a Portugal,sabes onde hospedar-se...Aqui serás sempre bem-vinda!Mas avises-me com certa antecedência,por carta,quando decidires nesta formidável terra visitar-me!Sem mais para o momento!Tenhas bons-dias sempre!Por obséquio!Adelaide.-escreve ao mesmo tempo em que lê aos presentes o teor da mensagem.
Passa-se o tempo necessário para chegar-se a carta-resposta ao Brasil.Como Altônia recebe-a no momento em que encontra-se a saír para visitar ao irmão,Leoncio, decide levá-la consigo para lê-la diante dele na "Fazenda Santa Genoveva".
-Ora,ora,minha cara irmã de "outras cestarias",por que não visitas vossa amiga além-mar?...-pergunta-lhe,sugeríndo-a tal passeio turístico.
-Ó parada,Leoncio!Bela sugestão!Mas queres que vá visitá-la assim de supetão,imprevistamente?!-dá-lhe outra pergunta,como resposta.
-E porque nao?!Decerto,hás de saber...Que as visitas mais supimpas são as de supetões!...-forma-lhe sua opinião,respondendo-a.
-Alto sim!Concordo-te meu irmão!E é por isto,sem deixar muitos dos tempos passar que amanhã mesmo embarcarei para lá!-decide,retirando-se uma das luvas de renda branca para uma das mãos coçar.
-Alto lá!E vás sem levar-me?!Claramente que não,pois ouso-lhe em acompanhar-te nesta bela viagem internacional...-a comunica.
...E o vento levou-nos rapidamente a território lusitano.Quando vemos uma rajada de vento abre abruptamente uma das janelas da sala de estar do casario do "Barão de Aguinava".Alguém bate na porta.Quem a abre é Isaura...
-Meu Deus!...-exclama ela,como que fulminada por uma flecha certeira em seu coração,quase desmaiando.
-Oh meu Deus,que nada!-levanta Leoncio malignamente as sombrancelhas.-Venha cá sua maldita escrava!-a diz Leoncio,pegando-a fortemente pelos braços,trazendo-a diante de seus olhos odiosos,enquanto que com a outra mão tapa-lhe a boca.
-Que coincidência afortunada,a mais auspiciosa de toda a minha vida!-elogia o destino,o crápula.-Andas Altônia!Vais buscar a milícia para prender a esta desertora!Andes!Nao percas tempo!-a ordena,no que para completar a sua muita boa sorte,mesmo em face de circunstâncias tão mesquinhas,a carruagem da milícia da "Província de Aguinava" passa.
Viscondessa tira Leoncio para dançar,tascando-lhe novo ósculo na frente do público no salão,mostrando sua má reputaçao na frente de todos.Sinhá Vera derrama um balde de prata cheio com champagne e gêlo sobre os dois,retirando-se em companhia do irmão,Henrique,que claro,reprova bastante o ato do cunhado,levando-a para a chácara da família na Côrte.
-Eis o preço que paguei meu irmão,casando-me com um homem de moral chafurdada e devassa!-põe-se a lamentar.-Chafurdada estou eu na lama da amargura...Não por amá-lo e sim por envergonhar-me na frente de todos!...Flecha-me com um desrespeito vil e impiedoso,mas não dou-me por vencida!Se ele quer jogo,boas jogadas terá!Pois a uma ótima adversária ele se digladiará e não a derrotará!Biltre pústuloso e safado...-queixa-se,sinhá Vera,deitada,no sofá da sala,cuja cabeça encontra-se apoiada por cima da perna do irmão.
Aliás o retiro de sinhá Vera favorece as circunstâncias para a prática de um novo ato de adultério por parte do marido,pois assim que retira-se enfurecida,Leoncio e a Viscondessa sobem as escadas de mãos dadas para o andar superior da casa-grande da própria,onde em seus aposentos acontece o primeiro relacionamento íntimo entre o casal.
Agora Leoncio fala abraçado à Gilberta...
-Como aguardei por este momento!A amante rica,nova,viúva e ardorosa!Que todos queriam ter ao seu lado!Como sou privilegíado!Sinto-me um homem muito invejado!-comemora ele,enquanto brinda na cama com a Viscondessa,bebendo os dois champagne francês em taças de ouro.
Porém nem mesmo a amante desviará o vilão de sua vil obsessão:o de possuír Isaura,agora uma escrava grávida e casada com um rico e benevolente abolicionista,mesmo que pelas ingratas circunstâncias esteja dele,separada.
O tempo passa e Leoncio encontra-se deitado ao lado de Rosa,quando esta dá-lhe uma sórdida e absurda idéia,para castigar ainda mais a Isaura.
-"Purque vossuncê",meu, "amanti" não casa Isaura com "ú jardineirú"?!É,só assim tú castiga mais ela,aquela praga!...-o sugere.
Leoncio aprova a sugestão de imediato,fumando seu charuto.
-Boa idéia,Rosa!-a elogia,sórdido.-Só assim posso duramente castigá-la!Já que não pára de rejeitar-me!-concluí,como sempre,tomado pelo espírito sórdido.
Até que venha a tomar uma decisão:soltará Isaura,livrando-a do pesado grilhão de ferro,que com correntes aprisionam-na a uma pesada bola de aço,castigo este chamado de "Vira-Mundo",como consta no dicionário.
Para vigíar Isaura durante 24 horas,Leoncio contrata o escravo André,até então seu cochêiro.E como sem ninguém saber,ele é namorado de Virgi Santa,esta mantém contato com sinhá Vera,avisando-a da decisão de seu marido para com Isaura.Vera,por sua vez,avisa a Álvaro,que trata logo de escrever uma carta romântica para a amada entregue a Vera,que a entrega à Virgi Santa,que a dá para André entregar,sem ninguém saber,para Isaura a ler.
Desta maneira,por trás do "Bacurízêiro dos Sonhos",André,às escondidas,dá a carta para Isaura.Só que Rosa tinhosa os surpreende,quando o escravo deu à Isaura a carta que foi envíada por Álvaro,chegando na hora.Rosa quer tomar a carta à força da cativa e as duas brigam com puxões de cabelos e rolando-se pelo gramado.André segura Rosa.Surge Leoncio empunhado de sua arma,montado em seu cavalo.Ele vocifera:
-Eu ordeno que largue ela ou eu lhe mato escravo safado!-grita o vilão,apontando-lhe a arma.
-"Issú nhô-nhô"!"Êssi" escravo safado deu uma carta do "sinhô" Árvaro" para Isaura!Eu vi "purque" cheguei na hora e "nóis" até "briguêmú" porque eu queria lhe tomar a papelada para "ú nhô-nhô intregá"!...Mas ela "num mi" deu e nem "esse inxiridú quis deixá"!...-os delata,a escrava.
Do alto do cavalo,Leoncio exige que Isaura entregue à Rosa a carta se ela não quizer ír para o tronco viver novamente as 3 horas de agonia.Isaura fica paralisada,até que Rosa venha até a ela,rasga-lhe o vestido e tire a carta que estava escondida em sua mama.Isaura caí em cima dela,furiosa.
-Tú levas a carta,mas também a lição que dou-lhe agora!-e começa a agredír Rosa com tapas,após pegá-la pelos braços e derrubá-la sobre o gramado.
As duas voltam a rolar-se pelo terreiro,sob puxões de cabelos e arranhões.Isaura cospe-lhe na cara,dá-lhe uma violenta bofetada e rasga a carta em pedacinhos.Até que Rosa voe em seu pescoço querendo estrangulá-la,mas André livra Isaura de suas garras.
-Segure Rosa,escravo, senão quizer morrer!-ordena-lhe Leoncio,voltando a ameaçá-lo com a arma.
-Como castigo,Isaura,pelo recebimento às escondidas do bilhete,pelas mãos deste escravo safado,pela carta do maldito Álvaro e pela briga com Rosa,tú vais ter os dois pés amarrados por esta corda e serdes arrastada até a fazenda!Tú e este escravo!-decreta,tiranicamente,Leoncio,que enlaça as pernas de Isaura,para arrastá-la pela mata,obrigando André,ao mesmo castigo,sob a mira do revólver.
Rosa,debocha,enquanto arranca um pedaço de mato e o põe no ouvido direito,para limpá-lo.
-Bem feito!-e gargalha,ao mesmo tempo que aparecem urubús sobrevoando o "Céu" da fazenda.
Porém Leoncio só não contava com a reação do escravo André,que puxa violentamente a corda derrubando-o do cavalo.O clima esquenta.Leoncio quer pegar a arma,mas André toma-lhe a mesma e a joga para longe.Os dois brigam com socos,enquanto André lhe diz:
-Agora lhe quebro a cara "marditú"!-e o desfere vários socos em seu rosto,quebrando-lhe dois dentes.
Rosa quer pegar o revólver,mas Isaura a impede,desenlaçando-se e correndo atrás dela,amarrando-a com a corda,após laçá-la.Isaura é quem pega a arma,enquanto André rouba o cavalo de Leoncio,montando no mesmo e índo embora acompanhado de Isaura,pegando-a pelo caminho.É a quarta fuga da escrava.
Enquanto Leoncio está com o rosto todo ensanguentado e Rosa amarrada com a roupa toda rasgada e com os braços todos arranhados.
-Malditos sejam!Que eles caiam do cavalo!-roga-lhes Leoncio a praga com todo o ódio de sua alma.
O cavalo em que estão relincha,pára,e caí,pegando-nos a imprecação de males contra o casal.Mas nem tanto,pois ao riscar de um raio no "Céu",com nuvens negras descobrindo o "Sol" e com o aparecimento do "Arco-Íris" parecem,com os vossos aparecimentos,anular o mal.Pois o cavalo recupera-se logo,e recomeça a correr.
Quando se vê,André e Isaura estão na casa-grande da Côrte,de Henrique,onde encontram Álvaro.
-Isaura!Minha amada!-abraça-a,emocionada.
-Abraça-me muito forte,ó meu amor!Eu estou aqui de novo para lhe amar!-o fala.
-Agora não podemos perdermos tempo!Partam para Portugal!Amanhã eu partirei para lá!-comunica-os,dando-lhes 20 contos de réis,acompanhando-nos Seu Jocelino e a mulher,Maria José,novamente para território lusitano.Detalhe:Isaura e André embarcam disfarçados e com documentos falsos.Ela como uma freira,"Irmã Maria do Céu" e ele como o frei "Gilberto de Jesus".Só que desta vez mais uma estratégia geograficamente genial:ao invés de embarcarem no porto do Rio de Janeiro,todos embarcam no porto da "Província de São Paulo",após fugirem para a mesma.A intenção,claro,é dificultar as buscas impetradas por Leoncio,quando munido da fotografia de Isaura,ír perguntar no porto do Rio de Janeiro se alguém a víu embarcar em algum navio,a resposta será negativa,claro.Tudo bem planejado.Assim não chamarão suspeitas.
Rapidamente,todos encontram-se na Europa,no casario colonial do "Barão de Aguinava",uma província fictícia de Portugal.O nome dele é Francisco José,onde todos são bem recebidos,inclusive,presenteando os vossos hóspedes com buquês de rosas,e ofertando-lhes copos com leite e torradas,portuguêses.Ele é tio de Álvaro.
-Muito feliz estou eu em recebê-los aqui em minha chácara!-dá-lhe as "boas-vindas".
-Felizes muitíssimo estamos nós,por estarmos aqui convosco,desfrutando de vossa hospitalidade!-agradece-lhe Isaura,conhecendo a prima de Álvaro,sinhá Adelaide,uma lusitana abolicionista como o pai que compra escravos brancos e negros,os alforria e os contrata sob trabalhos remunerados,intítulando-os de empregados.
E Isaura personificará dupla identidade.Quando ela estiver passeando pelas ruas lisboêtas,de Lisboa,em companhia de Álvaro,estará disfarçada de freira,sob o pseudônimo de "Irmã Maria do Céu",como o trouxera do Brasil.E quando estiver no domicílio do "Barão de Aguinava" estará de sinhá Isaura,vestindo belíssimos vestidos lhes emprestado pela "prima de coração"(como a chama),Adelaide.
Desta maneira cenas belíssimas,bem "romancêscas" são protagonizadas pelo casal,sem beijos em público e sim com declamações recíprocas de poemas românticos,apresentando como cenários a "Torre de Belém" e até no "Jardim das Oliveiras",local divinosamente esplendoroso,no qual ocorre a aparição milagrosamente amorosa da "Nossa Senhora de Fátima",para abençoar o amor do casal,tal qual a "Virgem de Nazaré",aparecera em sonho de Isaura,na noite anterior,ambientado em "Santa Maria de Belém do Grão-Pará".
Já no Brasil Leoncio traça um plano implacável para quando recapturar Isaura em companhia de seus cúmplices Álvaro,André,Seu Jocelino e Maria José.
-Todos serão submetidos ao grande julgamento,por darem fuga à Isaura,e junto a ela serem condenados pelo crime de lesa-patrimônio,pois estão fazendo-me gastar fortunas com as recapturas da escrava!Contabilizando-me um prejuízo de mais de 40 contos de réis!...-queixa-se o patife,enquanto o escravo Malafati limpa as botinas de seu senhor com uma flanela e as encera com cêra de abelha.
Rosa está à sua frente,segurando uma bandeja de prata.
-"Ú nhô-nhô" tem mais é "qui castigá elis mesmú"!...-incentiva a maligna.
-Puxa-saco "dús diabú"!...-pensa Ieda Neuza,espanando os móveis da sala,ouvindo toda a conversa.
Mais tarde,na cama,Leoncio confessa à Rosa.
-A Justiça tornará escravos Jocelino e Maria José!E já te posso assegurar:vou vendê-los para uma fazenda bem distante deste acre,para a "Província do Paraná"!-a revela.-Só assim Isaura e os pais nunca hão de se reencontrar!É a pior maneira de a castigar:dando chibatadas em seu coração,que chorará de tanta tristeza pelo afastamento de vosso pai e de vossa tia-mãe!-concluí o vilão ultra-sórdido contando-lhe parte da punição.
O tempo passa...Leoncio descobre de forma surpreendente o paradeiro de Isaura.Há muito tempo sem escrever uma carta à amiga portuguesa Adelaide,Altônia,a irmã bastarda de Leoncio,escreve-lhe,contando as últimas novidades em torno do conhecimento de seu irmão bastardo e da mudança de endereço,em transferír-se da Côrte da Bahia para a do Rio de Janeiro.
-Meu Deus,que incrível coincidência!A minha amiga brasileira é irmã bastarda do Leoncio,o algoz de Isaura,como vós mercês podem constar nesta carta!-revela-lhes Adelaide à mesa do café,quando na frente dos vossos hóspedes põe-se a lêr o teor de tal carta,surpreendendo-os negativamente.
-Minha Nossa Senhora,e agora?!...-pergunta-lhe,temerosa,Isaura.
-E agora,que logicamente,não posso revelar-lhe nada em torno de vosso abrigo aqui no casario!Pois este segredo poderá vir à tona,dado cá que a vida tem lá de suas imprevisibilidades,algumas das vezes,implacáveis!...-responde-a Adelaide,tranquilizando Isaura e os demais,escrevendo na hora a resposta para Altônia.
-Muitíssimo obrigada pela vossa epístola,caríssima amiga brasileira!Aqui está tudo às mil maravilhas!Quando vieres a Portugal,sabes onde hospedar-se...Aqui serás sempre bem-vinda!Mas avises-me com certa antecedência,por carta,quando decidires nesta formidável terra visitar-me!Sem mais para o momento!Tenhas bons-dias sempre!Por obséquio!Adelaide.-escreve ao mesmo tempo em que lê aos presentes o teor da mensagem.
Passa-se o tempo necessário para chegar-se a carta-resposta ao Brasil.Como Altônia recebe-a no momento em que encontra-se a saír para visitar ao irmão,Leoncio, decide levá-la consigo para lê-la diante dele na "Fazenda Santa Genoveva".
-Ora,ora,minha cara irmã de "outras cestarias",por que não visitas vossa amiga além-mar?...-pergunta-lhe,sugeríndo-a tal passeio turístico.
-Ó parada,Leoncio!Bela sugestão!Mas queres que vá visitá-la assim de supetão,imprevistamente?!-dá-lhe outra pergunta,como resposta.
-E porque nao?!Decerto,hás de saber...Que as visitas mais supimpas são as de supetões!...-forma-lhe sua opinião,respondendo-a.
-Alto sim!Concordo-te meu irmão!E é por isto,sem deixar muitos dos tempos passar que amanhã mesmo embarcarei para lá!-decide,retirando-se uma das luvas de renda branca para uma das mãos coçar.
-Alto lá!E vás sem levar-me?!Claramente que não,pois ouso-lhe em acompanhar-te nesta bela viagem internacional...-a comunica.
...E o vento levou-nos rapidamente a território lusitano.Quando vemos uma rajada de vento abre abruptamente uma das janelas da sala de estar do casario do "Barão de Aguinava".Alguém bate na porta.Quem a abre é Isaura...
-Meu Deus!...-exclama ela,como que fulminada por uma flecha certeira em seu coração,quase desmaiando.
-Oh meu Deus,que nada!-levanta Leoncio malignamente as sombrancelhas.-Venha cá sua maldita escrava!-a diz Leoncio,pegando-a fortemente pelos braços,trazendo-a diante de seus olhos odiosos,enquanto que com a outra mão tapa-lhe a boca.
-Que coincidência afortunada,a mais auspiciosa de toda a minha vida!-elogia o destino,o crápula.-Andas Altônia!Vais buscar a milícia para prender a esta desertora!Andes!Nao percas tempo!-a ordena,no que para completar a sua muita boa sorte,mesmo em face de circunstâncias tão mesquinhas,a carruagem da milícia da "Província de Aguinava" passa.
terça-feira, 25 de junho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA:CAPÍTULO 31:"
Com Isaura em solo europeu,o vosso pai,Seu Jocelino,como sempre fôra de praxe,sabe e sempre soube muito bem sobreviver,e a sustentar a mulher, Maria José,como mascate,vendendo mercadorias pelas ruas da Côrte do Rio de Janeiro.Como moram de favor na chácara de Henrique,recebem cartas com notícias de Isaura,provenientes de Portugal.
-Isaura está muitíssimo bem,lá!E as notícias não poderião ser das mais auspiciosas!-comemora,tomando um copo com água.-Logo,logo,ela estará me dando um neto,ou quem sabe uma neta!Maria José,Isaura está grávida!-a informa,sorridente e com lágrimas nos olhos.
No entanto,alguém ouve a conversa,atrás da porta entreaberta,do quarto da pensão em que estão Seu Jocelino e Maria José.Essa pessoa revela-se...
-Então ela "tá" em Portugal e "tá emprênhecida"...-diz a mulher.-"Nhô-nhô" precisa saber...-trama.
É assim que por obra desta mulher,uma escrava doméstica gananciosa,falsa e invejosa,Mirti,esta rouba a carta com o endereço de Isaura,em Portugal,após ter fingido-se de amiga de Seu Jocelino e Maria José,para entregá-la a Leoncio,que a contratou em segredo como espiã do casal na pensão que é de propriedade de Jataína,uma ex-prostituta e marafôna de luxo,já idosa,que foi quem contou ao crápula que eles estavam hospedados em sua casa.Assim deu algumas patacas para que Mirti,a mucama de Jataína, escutasse as conversas de ambos e o repassasse alguma informação importante em torno do paradeiro de Isaura.
Portanto,em troca de sua liberdade,Mirti vende a epístola roubada para Leoncio,comprando assim a sua carta de alforria,redigida e expedida pelas mãos de sua agora ex-proprietária,Jataína Gomes Bonifácio de Andrade.Após consumar a maldade,Mirti foge para a "Província do Amazonas",Manaus,para trabalhar como mucama especial da irmã de Jataína,a madame Clarisse Gomes Pontes Malcher,uma rica viúva de um riquíssimo "Barão da Borracha",Amazonense Pontes Malcher.
Quando se vê,Leoncio acompanhado da milícia portuguesa,prendem Isaura e Álvaro,em Portugal.Desta forma são levados de volta ao Brasil.Ao "Conde Della Torre",nada lhe afetará,pois como é muito rico,dispõe de imunidade,por ser nobre.Assim dá-se o término da terceira e,talvez,última fuga da escrava.
De volta à mortificadora realidade no Brasil,mais uma vez por força de seu poderio financeiro,Álvaro é solto por meio de um novo "Habeas-Corpus",impetrado pelo excelente advogado Castilhos França.Quanto que à Isaura,desta vez Leoncio aplica-lhe um outro castigo,não menos implacável:ela passa a viver como prisioneira em seu próprio quarto na casa-grande do engenho "Santa Genoveva",simplesmente acorrentada a uma pesadíssima bola de ferro.
-Crudelíssimo tú és Leoncio,aprisionando Isaura,como se Isaura fosse uma criminosa!Isto é torpe demais!-confessa-lhe sinhá Vera,sob afronta ao marido.
-Torpe é a petulância de Isaura,que já empreendeu três fugas consecutivas,uma atrás da outra,para afrontar-me,fazendo gastar-me patacas e réis,trazendo-me prejuízos abomináveis!-dá-lhe a resposta.-Mas darei um término definitivo à esta tormenta!Quem sabe com o "Vira-Mundo" Isaura aprenderá!-impõe com estas duras palavras o castigo da "Loura do Engenho".
-Porquê não é vós quem encontra-se prisioneiro a um pesado grilhão de ferro,ó pústula!...Por isto que estás a determinar!-continua a afrontá-lo.
-Então fique no lugar de Isaura,Vera e páre-me de me atormentar!-retira-se o crápula,batendo grosseiramente a porta.
Passam-se 24 horas.E uma nova personagem ultra-polêmica para esta época escravagista aporta em nossa história.É a viúva nova,afortunada e fogosa,a "Viscondessa de Alvirtre",Gilberta Antonieta de Algozôvar,que um ano após o casamento morreu de infarto.Eis a biografia dela:
"Portuguesa da fictícia "Província de Alvirtre",a Viscondessa,cujo nome completo é Gilberta Antonieta Algozôvar Di Escandinávia",após a viúvez,decide romper com o luto viajando para o Brasil,vindo em um navio negreiro abarrotado de escravos,brancos e morenos que em sua fazenda trabalharão-todos devidamente remunerados-e ao mesmo tempo trabalhando a peso do tronco e do chicote,pois resolve fixar morada em jurisdição brasileira.
A mão-de-obra de sua casa-grande é toda masculina,existindo só mucamos,cozinheiros ou escravos domésticos.
-Nao suporto mulheres!Porque nunca nenhuma simpatizou-me!-decreta.-São todas umas cobras que me vivem trocando de peles!-costuma generalizar,daí só preferir homens.
E é escandalosa.Costuma ír para a cama com os seus subalternos-os mais bonitos,escolhidos a dedo-os quais costuma alforriar.São os seus "ex-escravos amantes".
-Eu sempre fui tão ardorosa que matei o meu marido em nosso leito!Ele não conseguiu suportar tanto fogo em minhas entranhas!-confessa ao mucamo Julião,na cama,a morte do esposo,que teve um infarto enquanto com ela copulava,se relacionava."
Dá-se assim o breve resumo da biografia da "Vossa Viscondessa Despudorada",como ela mesma auto-define-se;
Dada as circunstâncias,Leoncio retira-se temporariamente da "Fazenda Santa Genoveva",índo para a sua casa,na Côrte.Sinhá Vera está a caminho para averiguá-lo.Até que ao dar umas baforadas em seu charuto,na janela,presencía uma cena,após descer as escadas e ficar baforando na calçada de sua casa.Simplesmente ao descer da carruagem,a "Viscondessa de Alvirtre" desmaia nos braços do vilão,que a leva carregada nos braços até o vosso quarto.Ela ao acordar,o beija à força,no momento em que Leoncio queria beijá-la desmaiada.Sinhá Vera os flagra,provocando uma grave altercação entre os presenciáveis.
-Quanto escândalo!O "Beijo da Traição" em minha própria cama!Em meus próprios aposentos!-e desfere um tapa em Leoncio,pára na sequência empurrar a Viscondessa da cama chão abaixo,dizendo-a:-Saía já daqui,sua rameira!-ataca-a,sedenta pelo ciúme.
-Rameira,não!Respeite-me,pois ostento o nobre título de "Viscondessa de Alvirtre",da "Côrte Portuguesa",sua baronesa imunda!-e também a desfere um tapa,no que sinhá Vera revida-a em seguida,xingando-a.
-Imunda é vós mercê,"Viscondessa da Safadeza"!...
Até que Leoncio ao tomar o lugar da mulher é quem acaba levando o tabefe.
-Párem com esta contenda,já!Eu vos ordeno!Por obséquio,sinhôra Viscondessa!Tome por retirar-se destes aposentos e ides para a vossa casa,como se não houvesse ocorrido nada,absolutamente nada...-Leoncio,a sugere.
-Tudo bem!Eu até que compreendo a fúria colossal de vossa mulher,porque se o meu marido fosse vivo e o houvesse flagrado beijando outra em nosso leito faria o mesmo!Dava-lhe na cara e fazia tudo o mais!...-confessa,retirando-se e abanando-se com o leque.
-Mil desculpas sinhôra Vera!-a pede,encarecidamente.
-Sim!Mas no próximo flagra meto-lhes o chicote em vossas caras!-diz,ela,corajosa,de cabeça erguida e nariz empinado,tanto quanto a outra.
-Dou-lhe razão,pois faria o mesmo dona baronesa!Mas tua ameaça não se fará necessária,pois asseguro-lhe com "Palavra de Quintão"(cria tal neologismo,cujo significado só ela sabe):isto não mais se repetirá!Mas antes de retirar-me,vós mercê e vosso marido,ainda não apresentaram-se...-os solicita com toda a diplomacia.
-Como vós preferir!Chamo-me Vera de Almeida,naturalizada aqui em "Campos dos Goytacazes"...Prazer...-dá-lhe a mão.
-E eu sinhôra Viscondessa,sou Leoncio Almeida Prado de Guaianazes!Tenha a nossa amizade ao vosso dispor...-apresenta-se o crápula,beijando-lhe uma das mãos,puxado pela calça,por Vera.
-Muito honrada estou,apesar das circunstâncias,perante vossas apresentações!E cá eu,a Viscondessa,chamo-me Gilberta Antonieta Algozôvar Di Escandinávia,e como sou recém-chegada na província,convido-lhe para o meu sarau de "Boas Chegadas",em meu engenho,a fazenda "Santa Sofia",lá em Campos.Portanto espero-lhes lá,amanhã, a partir das 19 horas.Por tudo minhas desculpas e meu muito obrigada!Passar-lhes bem!-retira-se,ela.
-Já sei que terei uma rival à minha altura...Baronesa Vera "Campos" de Almeida...-pensa a Viscondessa.
-Isaura está muitíssimo bem,lá!E as notícias não poderião ser das mais auspiciosas!-comemora,tomando um copo com água.-Logo,logo,ela estará me dando um neto,ou quem sabe uma neta!Maria José,Isaura está grávida!-a informa,sorridente e com lágrimas nos olhos.
No entanto,alguém ouve a conversa,atrás da porta entreaberta,do quarto da pensão em que estão Seu Jocelino e Maria José.Essa pessoa revela-se...
-Então ela "tá" em Portugal e "tá emprênhecida"...-diz a mulher.-"Nhô-nhô" precisa saber...-trama.
É assim que por obra desta mulher,uma escrava doméstica gananciosa,falsa e invejosa,Mirti,esta rouba a carta com o endereço de Isaura,em Portugal,após ter fingido-se de amiga de Seu Jocelino e Maria José,para entregá-la a Leoncio,que a contratou em segredo como espiã do casal na pensão que é de propriedade de Jataína,uma ex-prostituta e marafôna de luxo,já idosa,que foi quem contou ao crápula que eles estavam hospedados em sua casa.Assim deu algumas patacas para que Mirti,a mucama de Jataína, escutasse as conversas de ambos e o repassasse alguma informação importante em torno do paradeiro de Isaura.
Portanto,em troca de sua liberdade,Mirti vende a epístola roubada para Leoncio,comprando assim a sua carta de alforria,redigida e expedida pelas mãos de sua agora ex-proprietária,Jataína Gomes Bonifácio de Andrade.Após consumar a maldade,Mirti foge para a "Província do Amazonas",Manaus,para trabalhar como mucama especial da irmã de Jataína,a madame Clarisse Gomes Pontes Malcher,uma rica viúva de um riquíssimo "Barão da Borracha",Amazonense Pontes Malcher.
Quando se vê,Leoncio acompanhado da milícia portuguesa,prendem Isaura e Álvaro,em Portugal.Desta forma são levados de volta ao Brasil.Ao "Conde Della Torre",nada lhe afetará,pois como é muito rico,dispõe de imunidade,por ser nobre.Assim dá-se o término da terceira e,talvez,última fuga da escrava.
De volta à mortificadora realidade no Brasil,mais uma vez por força de seu poderio financeiro,Álvaro é solto por meio de um novo "Habeas-Corpus",impetrado pelo excelente advogado Castilhos França.Quanto que à Isaura,desta vez Leoncio aplica-lhe um outro castigo,não menos implacável:ela passa a viver como prisioneira em seu próprio quarto na casa-grande do engenho "Santa Genoveva",simplesmente acorrentada a uma pesadíssima bola de ferro.
-Crudelíssimo tú és Leoncio,aprisionando Isaura,como se Isaura fosse uma criminosa!Isto é torpe demais!-confessa-lhe sinhá Vera,sob afronta ao marido.
-Torpe é a petulância de Isaura,que já empreendeu três fugas consecutivas,uma atrás da outra,para afrontar-me,fazendo gastar-me patacas e réis,trazendo-me prejuízos abomináveis!-dá-lhe a resposta.-Mas darei um término definitivo à esta tormenta!Quem sabe com o "Vira-Mundo" Isaura aprenderá!-impõe com estas duras palavras o castigo da "Loura do Engenho".
-Porquê não é vós quem encontra-se prisioneiro a um pesado grilhão de ferro,ó pústula!...Por isto que estás a determinar!-continua a afrontá-lo.
-Então fique no lugar de Isaura,Vera e páre-me de me atormentar!-retira-se o crápula,batendo grosseiramente a porta.
Passam-se 24 horas.E uma nova personagem ultra-polêmica para esta época escravagista aporta em nossa história.É a viúva nova,afortunada e fogosa,a "Viscondessa de Alvirtre",Gilberta Antonieta de Algozôvar,que um ano após o casamento morreu de infarto.Eis a biografia dela:
"Portuguesa da fictícia "Província de Alvirtre",a Viscondessa,cujo nome completo é Gilberta Antonieta Algozôvar Di Escandinávia",após a viúvez,decide romper com o luto viajando para o Brasil,vindo em um navio negreiro abarrotado de escravos,brancos e morenos que em sua fazenda trabalharão-todos devidamente remunerados-e ao mesmo tempo trabalhando a peso do tronco e do chicote,pois resolve fixar morada em jurisdição brasileira.
A mão-de-obra de sua casa-grande é toda masculina,existindo só mucamos,cozinheiros ou escravos domésticos.
-Nao suporto mulheres!Porque nunca nenhuma simpatizou-me!-decreta.-São todas umas cobras que me vivem trocando de peles!-costuma generalizar,daí só preferir homens.
E é escandalosa.Costuma ír para a cama com os seus subalternos-os mais bonitos,escolhidos a dedo-os quais costuma alforriar.São os seus "ex-escravos amantes".
-Eu sempre fui tão ardorosa que matei o meu marido em nosso leito!Ele não conseguiu suportar tanto fogo em minhas entranhas!-confessa ao mucamo Julião,na cama,a morte do esposo,que teve um infarto enquanto com ela copulava,se relacionava."
Dá-se assim o breve resumo da biografia da "Vossa Viscondessa Despudorada",como ela mesma auto-define-se;
Dada as circunstâncias,Leoncio retira-se temporariamente da "Fazenda Santa Genoveva",índo para a sua casa,na Côrte.Sinhá Vera está a caminho para averiguá-lo.Até que ao dar umas baforadas em seu charuto,na janela,presencía uma cena,após descer as escadas e ficar baforando na calçada de sua casa.Simplesmente ao descer da carruagem,a "Viscondessa de Alvirtre" desmaia nos braços do vilão,que a leva carregada nos braços até o vosso quarto.Ela ao acordar,o beija à força,no momento em que Leoncio queria beijá-la desmaiada.Sinhá Vera os flagra,provocando uma grave altercação entre os presenciáveis.
-Quanto escândalo!O "Beijo da Traição" em minha própria cama!Em meus próprios aposentos!-e desfere um tapa em Leoncio,pára na sequência empurrar a Viscondessa da cama chão abaixo,dizendo-a:-Saía já daqui,sua rameira!-ataca-a,sedenta pelo ciúme.
-Rameira,não!Respeite-me,pois ostento o nobre título de "Viscondessa de Alvirtre",da "Côrte Portuguesa",sua baronesa imunda!-e também a desfere um tapa,no que sinhá Vera revida-a em seguida,xingando-a.
-Imunda é vós mercê,"Viscondessa da Safadeza"!...
Até que Leoncio ao tomar o lugar da mulher é quem acaba levando o tabefe.
-Párem com esta contenda,já!Eu vos ordeno!Por obséquio,sinhôra Viscondessa!Tome por retirar-se destes aposentos e ides para a vossa casa,como se não houvesse ocorrido nada,absolutamente nada...-Leoncio,a sugere.
-Tudo bem!Eu até que compreendo a fúria colossal de vossa mulher,porque se o meu marido fosse vivo e o houvesse flagrado beijando outra em nosso leito faria o mesmo!Dava-lhe na cara e fazia tudo o mais!...-confessa,retirando-se e abanando-se com o leque.
-Mil desculpas sinhôra Vera!-a pede,encarecidamente.
-Sim!Mas no próximo flagra meto-lhes o chicote em vossas caras!-diz,ela,corajosa,de cabeça erguida e nariz empinado,tanto quanto a outra.
-Dou-lhe razão,pois faria o mesmo dona baronesa!Mas tua ameaça não se fará necessária,pois asseguro-lhe com "Palavra de Quintão"(cria tal neologismo,cujo significado só ela sabe):isto não mais se repetirá!Mas antes de retirar-me,vós mercê e vosso marido,ainda não apresentaram-se...-os solicita com toda a diplomacia.
-Como vós preferir!Chamo-me Vera de Almeida,naturalizada aqui em "Campos dos Goytacazes"...Prazer...-dá-lhe a mão.
-E eu sinhôra Viscondessa,sou Leoncio Almeida Prado de Guaianazes!Tenha a nossa amizade ao vosso dispor...-apresenta-se o crápula,beijando-lhe uma das mãos,puxado pela calça,por Vera.
-Muito honrada estou,apesar das circunstâncias,perante vossas apresentações!E cá eu,a Viscondessa,chamo-me Gilberta Antonieta Algozôvar Di Escandinávia,e como sou recém-chegada na província,convido-lhe para o meu sarau de "Boas Chegadas",em meu engenho,a fazenda "Santa Sofia",lá em Campos.Portanto espero-lhes lá,amanhã, a partir das 19 horas.Por tudo minhas desculpas e meu muito obrigada!Passar-lhes bem!-retira-se,ela.
-Já sei que terei uma rival à minha altura...Baronesa Vera "Campos" de Almeida...-pensa a Viscondessa.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
'UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA":CAPÍTULO 30:
Como tudo que é bom dura pouco,o período de felicidade será interrompido.Um amigo de Leoncio,o barão de Igarassú,província de Pernambuco.Caramantino Rodrigues Alves,que está de passagem pelo Maranhão,que conhece Isaura e Álvaro,cuja pessoa não conhecem e não sabem que por ele são conhecidos,assim os reconhece,acabando por descobrir pelo jornal,os seus disfarces,olhando-os de um binóculo,no interior de sua carruagem,observando ao mesmo tempo fotos de ambos,publicadas em diversos jornais do Brasil,iniciativa impetrada por Leoncio,cuja manchete tem os seguintes dizeres:"Procura-se a escrava Isaura e o seu amásio,Álvaro".
-São os dois biltres disfarçados de ciganos!-descobre.
Como uma serpente segue-os de longe.Antes,porém de seu "bote" decisivo,é conveniente esclarecer que por sorte as únicas províncias que Leoncio nao mandou publicar as fotos de Isaura e Álvaro foram as do Maranhão,Amazonas e Pará,em cujos jornais destas praças optou pelas não-divulgaçoes,por achar que jamais Álvaro regressaría para lugares tão longínquos,uma vez que já havia fugido para o Pará,portanto não optaría em fugir para as províncias vizinhas.Lerdo engano.
Desta forma o casal Álvaro e Isaura,2 dias após o matrimônio e a lua-de-mel que culminou na primeira noite de amor entre os dois,são presos no antológico "Teatro Arthur Azevedo",na "Província de São Luís",no Maranhão,enquanto assistem a uma ópera,a montagem clássica do espetáculo "Bug Jargal",do lendário maestro paraense Gama Malcher.
Assim,ao término do panorama cênico espetacular,o homem ruim,o barão pernambucano,invade o palco,interrompe a salva de palmas do grande público para provocar o mais terrível dos constrangimentos contra Álvaro e Isaura.
-Senhores!Afastem-se desta mulher!-apontando-a.Prosseguindo...
-Ela não é senhora como as senhoras e sim uma foragida da senzala!Isto mesmo,esta mulher é uma escrava!-bombardeia a todos com tal revelação.-E este senhor que a acompanha é um abolicionista subversivo que também é foragido da "Justiça Fluminense" por ter apropriado-se indevidamente desta escrava,ajudando-a na fuga!-concluí o "espetáculo de puro constrangimento",o barão nordestino,ao mesmo tempo que a milícia maranhense aproxima-se de ambos e os comunica.-Os dois estão presos!-bradam os milicianos.
-Que opróbrio meu Deus!Quanta desgraça!-lamenta horrivelmente Isaura,desmaiando nos braços do marido.
Portanto,Isaura e Álvaro são novamente separados,voltando presos em um navio-presídio,transferidos para o Rio de Janeiro.Como Álvaro é rico,é solto por um conceituado advogado,Castilhos França,que expede o seu habeas-corpus em território fluminense,aguardando em liberdade o seu julgamento por ter ajudado na fuga da escrava.Detalhe: como o Comendador Almeida está inválido,pela lei folhetinesca desta estória,como Leoncio é o único filho varão,consequentemente passa a comandar todos os negócios de seu pai,havendo uma transferência automática de responsabilidades para ele,em função da invalidez do outro.É como se fosse lhe dado uma "Procuração Natural Obrigatória",por força das circunstâncias.Assim toma todas as decisões no lugar do pai,inclusive o de recapturar Isaura e a processar todos os envolvidos em sua fuga.A escrava passa-lhe a ser de sua alçada.
O que já era de se esperar,Isaura tem pior sorte:como prometido Leoncio a põe no tronco,amordaçada com um lençol branco,deixando-a sob os castigos dos três dias de agonia,deixando-a exposta ao frio,ao calor e a só pão e água.Olhando-a,diz:
-Tú não és mais pura,Isaura!Preferistes ser dele do que ser minha, sua ordinária!Cortastes o meu coração e a minha alma!Mas pagarás por ter submetido-me a este tirânico castigo sentimental!Pois se tú não queres me amar,obrigas-me a te odiar!...-chora,o crápula,de ódio e rancor,segurando um chicote.
Até que sinhá Estér tome as dores de Isaura.
-Leoncio,eu ordeno,eu exijo que termines estas torturas para com Isaura!-ordena,sob aborrecimento maternal.-Obedeças a mim que sou a tua mãe,senão eu mesma serei capaz de soltá-la!-o ameaça.
-Não,minha mãe,nao irei soltá-la!Por nada deste mundo!Nem que Deus e o "diabo" me pedissem,eu não os obedecería!Pois ninguém pode mandar-me!...-a afronta.
-Nem eu que te carreguei em meu ventre durante nove longos meses e dei-te à luz do mundo!-o questiona,balançando-o,ao pegá-lo fortemente pelos braços.
No ápice de tamanho aborrecimento,sinhá Estér passa mal,é acometida de um derrame cerebral e tal qual o marido,passa também a ficar em estado vegetativo.Não podendo andar,nem falar.Assim o crápula compra uma nova escrava doméstica que ajudará a cuidar de seus pais:é Iraci.Ela e Mãe Joana se revezarão nos cuidados para com os dois.Dando Ieda Neuza,também à sinhá Estér a milagrosa "Aguardente Alemã" ou a extraordinária "Tintura do Jalapão",trazidas da feira do "Vêr-Ô-Pêso",de "Santa Maria de Belém do Grão-Pará" por uma sinhá paraense,Luzia Malheiros Malcher Braga(irmã da sinhá Maria Êurita),que mora em "Campos dos Goytacazes",viúva de um barão fluminense.É ela quem dá os remédios para as mucamas de sua amiga acamada,para que as mesmas façam ela tomar.
-É muito eficaz!A "Aguardente Alemã" corta logo o derrame e a pessoa fica boa logo!Podem vós mercês confiar!...-recomenda Luzia,bondosa e solícita.
Enquanto isso sinhá Vera não pode fazer nada,a não ser acatar as ordens tiranas do marido,mesmo que o afronte várias vezes ao dia,chegando a fazer greve de sexo.
-Nao tocarás um dedo em meu corpo,enquanto não libertares Isaura daquele tronco horroroso,e digo-lhe mais:também enquanto não a alforriares!...-o impõe.
-Que seja feita vossa vontade,cara Vera,ou melhor dizendo à vossa contra-vontade!O que não fizeres comigo faço com as outras!Mulheres de lupanar é o que não faltam-me para saciar-me!...retira-se o crápula,ou melhor iría retirar-se,pois Vera é mais rápida e assim que Leoncio a dá as costas,quebra-lhe um vaso na cabeça,fazendo desmaiá-lo,pegando-lhe a chave das algemas que no tronco prendem as mãos de Isaura.
-Faço isto por minha sogra e por todos aqueles que amam Isaura!-diz inteligente e determinada,ao pegar a chave,e trancar Leoncio desmaiado no quarto,partindo para libertar Isaura do tronco,munida de um chicote,jogando-o fora e pegando um revólver.
-Saia Cipriano!Eu ordeno!Afaste-se de Isaura ou eu atiro,seu feitor bajulador e desgraçado!-o ameaça,xingando-o e mirando-o a arma.
Com uma mão aponta-lhe a arma e com a outra liberta Isaura,pedindo-a que monte em seu cavalo.
-Agora vamos,Isaura!Rumo à liberdade!-brada como uma guerreira e guardiã da escrava.
Quando se vê,já estão na Côrte.Vera entrega Isaura a Álvaro,dizendo-lhe.
-Está aqui a vossa esposa!O resto é com vós mercês!...-balbucia,Vera,com um largo sorriso nos lábios,pondo-se a galopar rapidamente em seu cavalo de volta à fazenda "Santa Genoveva" após a refrigerada sensação do dever cumprido.
Desta vez Isaura e Álvaro decidem empreender a terceira fuga,desta vez para o exterior,fugindo para Portugal,refugiando-se no castelo do "Conde Della Torre",um jovem viúvo fogoso,amigo do pai de Álvaro,Ary.
-Aqui jamais seremos encontrados,minha Isaura!Estamos além-mar!No outro lado do Atlântico!...-comemora Álvaro,bebendo vinho,enquanto Isaura come pão.
No Brasil Leoncio fica furioso porque pelas circunstâncias decidiu preservar o casamento,para não ser vítima de escândalo social,sendo obrigado a aceitar Vera,a "perdoá-la" por ter libertado a escrava.
-O fiz e não arrependo-me,nem arrependerei-me jamais!Porque sei que no "Dia do Juízo" Deus não há de me cobrar!...-sempre alega Vera,justificando seu ato nobre e intrépido.
Agora Álvaro e Isaura passeiam pela "Torre de Belém",em Lisboa,quando ela sente tonturas e desmaia nos braços do amado,que ao recobrar os sentidos...
-Beije-me Álvaro!Por semear em meu ventre o fruto do nosso amor maior...Estou grávida de ti,minha vida,meu amparo,meu herói...-o revela,em seu colo,beijando-se o casal,ao mesmo tempo que dá-se ao fundo o lindo pôr-do-sol.
-São os dois biltres disfarçados de ciganos!-descobre.
Como uma serpente segue-os de longe.Antes,porém de seu "bote" decisivo,é conveniente esclarecer que por sorte as únicas províncias que Leoncio nao mandou publicar as fotos de Isaura e Álvaro foram as do Maranhão,Amazonas e Pará,em cujos jornais destas praças optou pelas não-divulgaçoes,por achar que jamais Álvaro regressaría para lugares tão longínquos,uma vez que já havia fugido para o Pará,portanto não optaría em fugir para as províncias vizinhas.Lerdo engano.
Desta forma o casal Álvaro e Isaura,2 dias após o matrimônio e a lua-de-mel que culminou na primeira noite de amor entre os dois,são presos no antológico "Teatro Arthur Azevedo",na "Província de São Luís",no Maranhão,enquanto assistem a uma ópera,a montagem clássica do espetáculo "Bug Jargal",do lendário maestro paraense Gama Malcher.
Assim,ao término do panorama cênico espetacular,o homem ruim,o barão pernambucano,invade o palco,interrompe a salva de palmas do grande público para provocar o mais terrível dos constrangimentos contra Álvaro e Isaura.
-Senhores!Afastem-se desta mulher!-apontando-a.Prosseguindo...
-Ela não é senhora como as senhoras e sim uma foragida da senzala!Isto mesmo,esta mulher é uma escrava!-bombardeia a todos com tal revelação.-E este senhor que a acompanha é um abolicionista subversivo que também é foragido da "Justiça Fluminense" por ter apropriado-se indevidamente desta escrava,ajudando-a na fuga!-concluí o "espetáculo de puro constrangimento",o barão nordestino,ao mesmo tempo que a milícia maranhense aproxima-se de ambos e os comunica.-Os dois estão presos!-bradam os milicianos.
-Que opróbrio meu Deus!Quanta desgraça!-lamenta horrivelmente Isaura,desmaiando nos braços do marido.
Portanto,Isaura e Álvaro são novamente separados,voltando presos em um navio-presídio,transferidos para o Rio de Janeiro.Como Álvaro é rico,é solto por um conceituado advogado,Castilhos França,que expede o seu habeas-corpus em território fluminense,aguardando em liberdade o seu julgamento por ter ajudado na fuga da escrava.Detalhe: como o Comendador Almeida está inválido,pela lei folhetinesca desta estória,como Leoncio é o único filho varão,consequentemente passa a comandar todos os negócios de seu pai,havendo uma transferência automática de responsabilidades para ele,em função da invalidez do outro.É como se fosse lhe dado uma "Procuração Natural Obrigatória",por força das circunstâncias.Assim toma todas as decisões no lugar do pai,inclusive o de recapturar Isaura e a processar todos os envolvidos em sua fuga.A escrava passa-lhe a ser de sua alçada.
O que já era de se esperar,Isaura tem pior sorte:como prometido Leoncio a põe no tronco,amordaçada com um lençol branco,deixando-a sob os castigos dos três dias de agonia,deixando-a exposta ao frio,ao calor e a só pão e água.Olhando-a,diz:
-Tú não és mais pura,Isaura!Preferistes ser dele do que ser minha, sua ordinária!Cortastes o meu coração e a minha alma!Mas pagarás por ter submetido-me a este tirânico castigo sentimental!Pois se tú não queres me amar,obrigas-me a te odiar!...-chora,o crápula,de ódio e rancor,segurando um chicote.
Até que sinhá Estér tome as dores de Isaura.
-Leoncio,eu ordeno,eu exijo que termines estas torturas para com Isaura!-ordena,sob aborrecimento maternal.-Obedeças a mim que sou a tua mãe,senão eu mesma serei capaz de soltá-la!-o ameaça.
-Não,minha mãe,nao irei soltá-la!Por nada deste mundo!Nem que Deus e o "diabo" me pedissem,eu não os obedecería!Pois ninguém pode mandar-me!...-a afronta.
-Nem eu que te carreguei em meu ventre durante nove longos meses e dei-te à luz do mundo!-o questiona,balançando-o,ao pegá-lo fortemente pelos braços.
No ápice de tamanho aborrecimento,sinhá Estér passa mal,é acometida de um derrame cerebral e tal qual o marido,passa também a ficar em estado vegetativo.Não podendo andar,nem falar.Assim o crápula compra uma nova escrava doméstica que ajudará a cuidar de seus pais:é Iraci.Ela e Mãe Joana se revezarão nos cuidados para com os dois.Dando Ieda Neuza,também à sinhá Estér a milagrosa "Aguardente Alemã" ou a extraordinária "Tintura do Jalapão",trazidas da feira do "Vêr-Ô-Pêso",de "Santa Maria de Belém do Grão-Pará" por uma sinhá paraense,Luzia Malheiros Malcher Braga(irmã da sinhá Maria Êurita),que mora em "Campos dos Goytacazes",viúva de um barão fluminense.É ela quem dá os remédios para as mucamas de sua amiga acamada,para que as mesmas façam ela tomar.
-É muito eficaz!A "Aguardente Alemã" corta logo o derrame e a pessoa fica boa logo!Podem vós mercês confiar!...-recomenda Luzia,bondosa e solícita.
Enquanto isso sinhá Vera não pode fazer nada,a não ser acatar as ordens tiranas do marido,mesmo que o afronte várias vezes ao dia,chegando a fazer greve de sexo.
-Nao tocarás um dedo em meu corpo,enquanto não libertares Isaura daquele tronco horroroso,e digo-lhe mais:também enquanto não a alforriares!...-o impõe.
-Que seja feita vossa vontade,cara Vera,ou melhor dizendo à vossa contra-vontade!O que não fizeres comigo faço com as outras!Mulheres de lupanar é o que não faltam-me para saciar-me!...retira-se o crápula,ou melhor iría retirar-se,pois Vera é mais rápida e assim que Leoncio a dá as costas,quebra-lhe um vaso na cabeça,fazendo desmaiá-lo,pegando-lhe a chave das algemas que no tronco prendem as mãos de Isaura.
-Faço isto por minha sogra e por todos aqueles que amam Isaura!-diz inteligente e determinada,ao pegar a chave,e trancar Leoncio desmaiado no quarto,partindo para libertar Isaura do tronco,munida de um chicote,jogando-o fora e pegando um revólver.
-Saia Cipriano!Eu ordeno!Afaste-se de Isaura ou eu atiro,seu feitor bajulador e desgraçado!-o ameaça,xingando-o e mirando-o a arma.
Com uma mão aponta-lhe a arma e com a outra liberta Isaura,pedindo-a que monte em seu cavalo.
-Agora vamos,Isaura!Rumo à liberdade!-brada como uma guerreira e guardiã da escrava.
Quando se vê,já estão na Côrte.Vera entrega Isaura a Álvaro,dizendo-lhe.
-Está aqui a vossa esposa!O resto é com vós mercês!...-balbucia,Vera,com um largo sorriso nos lábios,pondo-se a galopar rapidamente em seu cavalo de volta à fazenda "Santa Genoveva" após a refrigerada sensação do dever cumprido.
Desta vez Isaura e Álvaro decidem empreender a terceira fuga,desta vez para o exterior,fugindo para Portugal,refugiando-se no castelo do "Conde Della Torre",um jovem viúvo fogoso,amigo do pai de Álvaro,Ary.
-Aqui jamais seremos encontrados,minha Isaura!Estamos além-mar!No outro lado do Atlântico!...-comemora Álvaro,bebendo vinho,enquanto Isaura come pão.
No Brasil Leoncio fica furioso porque pelas circunstâncias decidiu preservar o casamento,para não ser vítima de escândalo social,sendo obrigado a aceitar Vera,a "perdoá-la" por ter libertado a escrava.
-O fiz e não arrependo-me,nem arrependerei-me jamais!Porque sei que no "Dia do Juízo" Deus não há de me cobrar!...-sempre alega Vera,justificando seu ato nobre e intrépido.
Agora Álvaro e Isaura passeiam pela "Torre de Belém",em Lisboa,quando ela sente tonturas e desmaia nos braços do amado,que ao recobrar os sentidos...
-Beije-me Álvaro!Por semear em meu ventre o fruto do nosso amor maior...Estou grávida de ti,minha vida,meu amparo,meu herói...-o revela,em seu colo,beijando-se o casal,ao mesmo tempo que dá-se ao fundo o lindo pôr-do-sol.
'UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA:CAPÍTULO 29:"
Assim que empenha-se em lutar pelo amor de Isaura,Álvaro sabe que está mexendo em casa de marimbondos.Voltando a encontrar o sacripantas do Leoncio num mercado de escravos,Álvaro oferece até 400 contos de réis-a metade de sua herança pela compra da escrava.
-Então o amor pela escrava é assim tão intensificado que vós mercê é capaz de despojar-se da metade de vossa herança para alforriá-la!Quanta nobreza d'alma!-espanta-se Leoncio,destilando certa ironia.-Mas não vendo-a!Nem que vós mercê fizesse como São Francisco de Assis e me ofertasse todos os vossos bens,nem assim a venderia!Isaura é minha escrava vitalícia!Só será libertada diante de minha morte!-o comunica,rejeitando sua exorbitante proposta de compra o crápula,que dá umas baforadas num charuto.
-Espurco!Canalhocrata!Infâme!Biltre!Pulsilânime!Covarde!Crápula!Pústula!Vil!Patife!Sacripantas!Desgraçado!-rechea-o,Álvaro revoltado,a Leoncio,de xingamentos.
-Como ousas?!Como tens a coragem de tamanha audácia?!-o devolve,Leoncio.-Recheando-me com tantos predicados,sinto-me até lisonjeado...-ironiza-o e debocha.-Mas como ousas?!Como tens coragem de tamanha audácia?!-repete-lhe,agora,seriíssimo,o crápula.
-A mesma com que tenho de convidá-lo agora para um duelo pela liberdade de Isaura!-responde-o Álvaro,completando a teia do desafio entre os dois.
-Quanta coragem!Combinado!Amanhã então sob a hora marcada!Às 8 da manhã!Espero-o na "Rua das Almas",aquela mesma que fica por de trás do cemitério "Santa Bárbara",sendo que estarei acompanhado de Isaura e os vossos pais!Isto significa se conseguir me matar ganhará a liberdade da escrava!Isto eu faço questão!-avisa-o Leoncio,aceitando o desafio.-Então está fechado!Leve-me Isaura e as testemunhas que estarei lá!-concluí o intrépido Álvaro,olhando-o revoltado.
E é o que acontece.Eles encontram-se no cenário do duelo,que na melhor das hipóteses resultará em ferimentos graves,e na pior,em assassinato.O capitão-do-mato Mêriva conta os 10 segundos,para que caminhando de costas,após o mesmo virem de frente e desfiram os tiros.É o que ocorre.Os dois viram-se de frente,enquanto Isaura prostra-se ajoelhada no chão batido de terra,elevando seu crucifixo aos Céus,pedindo para que Deus não permita uma tragédia-e atiram-se ao mesmo tempo,sendo que um dos tiros desferidos por Leoncio atingem de raspão um dos braços de Álvaro,que por sua vez consegue atingír à altura do coração do inimigo,que caí.Aliás,só dois tiros foram pré-combinados para cada um.Os dois são socorridos e levados para um hospital,enquanto Isaura ao ver sangue desmaia.Os três são levados para a "Santa Casa dos Goytacazes".É nessa oportunidade que acontece a segunda fuga da escrava,pois em leitos de quartos ao lado,eles falam-se pelas janelas,decidindo pulá-las de madrugada e írem para o "Quilombo dos Cupuaçús"(nome de uma tribo índigena que habitava ali) e deste lugar fugir para um outro Estado,desta vez para a fazenda de um amigo em Minas Gerais.Leoncio,furioso,promete,com o chicote empunhando-lhe a mão direita.
-Desta vez levo para o tronco a filha de vós mercês!Aquela ingrata maldita!-profetiza a ameaça.-Mas podem ficar tranquilos que não a chicotearei,para sua pele de pêssego preservá-la,mas a deixarei três dias só a pão e água!Serão os três dias de agonia para Isaura!Debaixo de chuva,sol e sereno!-os comunica,a Seu Jocelino e Maria José,adiantando o grande sofrimento que a fará passar,após ter alta o crápula,ao ser dispensado do hospital.
Fugindo com Álvaro à cavalo para a Côrte do Rio de Janeiro,após os dois pularem as janelas do hospital,de madrugada,enquanto Leoncio dormia a peso de sedativos no quarto andar superior,eles nem imaginam o que vai acontecer.
-Desta vez passaremos um dia na fazenda do meu amigo em Minas Gerais,e na sequência íremos para muito mais longe novamente,não para o território paraense e sim para o vizinho deste:isto mesmo,fugiremos de navio para a "Província de São Luís do Maranhão"!-fala,surpreendendo-a demais,enquanto cavalgam no cavalo muito rápido que mais parece "alado".
-Virgem de Nazaré!Como vós meu amado,és um macrorrizo genial,que tem grandes raízes de amigos por todo o Brasil!Só assim conheço este belíssimo país!Esta gigantesca nação!-elogia-o Isaura,sorrindo,portanto entusiasmada.
-Sim amada Isaura!Abolicionistas e escravagistas só tem este ponto em comum:detemos raízes por todas estas jurisdições de nossa pátria!-compara,explanando-a brilhantemente.
Desta vez Isaura se travestirá de outra personagem em sua roupagem,passando-se por uma cigana,adotando o pseudônimo de Lucélia Akadí,aprendendo rapidamente dança flamenca e a manusear com habilidade dos seus dedos,as castanholas.Assim como Álvaro,que passa-se por um cigano,adotando o nome de Júlio Guerperrí.Ambos,portanto,ficam belíssimos como ciganos,perfeitamente caracterizados.Isaura principalmente,ainda mais que uma rosa vermelha adorna-lhe os lindos cabelos louros presos em um coque,onde encontra-se a flor enfiada.
Para passar o tempo ela vende rosas na praça em companhia de outras ciganas que lêem a sorte nas mãos de quem vai passando,inclusive da própria "Lucélia Akadí Isaura".
-Vós mercê é acompanhada ao mesmo tempo pela sina da tristeza,e pela da felicidade,que em companhia de vós,caminham lado a lado!-é certeira na leitura da linha de vossa mão.-Porém uma,ora te abandona,a outra te acompanha...Isto significa que tem vezes na sua vida que vós só tem momentos de felicidade,assim como em outras ocasiões,momentos de tristezas e perseguições!Mas não se intranquilize que no fim serás feliz,muito feliz!-a profetiza,auspiciosamente.-É a "Providência Divina" quem vejo te sorrir!...-concluí a vossa previsão a cigana em torno da interpretação da leitura das linhas de vossa mão,deixando-na muito surpreendida com as palavras por conhecer tão profundamente os sentimentos vitais de vossa existência.
Assim Isaura e Álvaro vivem momentos de muito romance,liberdade e felicidade,casando-se na beira de um rio,batizando seu casamento nas águas,celebrado pelo padre Grahim,que é muito amigo do médico abolicionista,Thomaz Edson,maranhense,filho de um brasileiro com uma britânica,já falecidos.Amicíssimo de Álvaro.O padre origina-se de Portugal,de passagem pela região meio-norte do Brasil,encantando-se com as belezas geograficamente maranhenses,aceitando o desafio de,sob absoluto sigilo,realizar esse matrimônio abençoado e testemunhado pela natureza,em território maranhense,no momento em que o "Arco-Íris" visita o Céu.
-A felicidade da realização de nossa união matrimonial não estava escrita pelas mãos de Deus para acontecer em território paraense,em território fluminense,nem tão pouco em território paulista,mas sim aqui em terras maranhenses!-diz Álvaro,beijando-a.
-Muito obrigada,meu Deus,Senhor daquilo que tudo pode!Muito obrigada por dar-me a dádiva!...Nunca pensei que seria feliz,justo aqui em lugar que nunca conheci,e que pensei nem existir!...Obrigadíssima meu Deus pela dádiva deste sonho!Oh terra abençoada!!!-agradece,chorando,e ao mesmo tempo sorrindo Isaura,beijando o chão da terra,após prostrar-se ajoelhada.É o máximo da humildade.
Enquanto muito longe,Leoncio roga pragas.
-Seja no lugar em que estiverem!Que alguma doença ou fatalidade,em suas vidas,lhes atravessem!Fugitivos malditos!-pragueja em voz alta no meio da sala,em sua chácara,na Côrte,até que Mãe Joana mentalize e diga diante da imagem de "Nosso Senhor Jesus Cristo Carregando Vossa Cruz".
-Praga nenhuma cairá na tenda de Isaura,e na de ninguém que por ela tenha afeição,porque mais-do-que Deus,ninguém!Ninguém!(bate o pé direito no assoalho) porque "Ele é o Maior",sempre!E o seguidor do "Anjo Mau",que nem essa peste do Leoncio!Cruz-Credo!(Benze-se pelo Sinal-da-Cruz)É muito menor!Porque um é altaneiro,"Rei do Céu" e o outro das "baixêza dús inferno"!-diz Mãe Joana,certeira nas palavras.
-Então o amor pela escrava é assim tão intensificado que vós mercê é capaz de despojar-se da metade de vossa herança para alforriá-la!Quanta nobreza d'alma!-espanta-se Leoncio,destilando certa ironia.-Mas não vendo-a!Nem que vós mercê fizesse como São Francisco de Assis e me ofertasse todos os vossos bens,nem assim a venderia!Isaura é minha escrava vitalícia!Só será libertada diante de minha morte!-o comunica,rejeitando sua exorbitante proposta de compra o crápula,que dá umas baforadas num charuto.
-Espurco!Canalhocrata!Infâme!Biltre!Pulsilânime!Covarde!Crápula!Pústula!Vil!Patife!Sacripantas!Desgraçado!-rechea-o,Álvaro revoltado,a Leoncio,de xingamentos.
-Como ousas?!Como tens a coragem de tamanha audácia?!-o devolve,Leoncio.-Recheando-me com tantos predicados,sinto-me até lisonjeado...-ironiza-o e debocha.-Mas como ousas?!Como tens coragem de tamanha audácia?!-repete-lhe,agora,seriíssimo,o crápula.
-A mesma com que tenho de convidá-lo agora para um duelo pela liberdade de Isaura!-responde-o Álvaro,completando a teia do desafio entre os dois.
-Quanta coragem!Combinado!Amanhã então sob a hora marcada!Às 8 da manhã!Espero-o na "Rua das Almas",aquela mesma que fica por de trás do cemitério "Santa Bárbara",sendo que estarei acompanhado de Isaura e os vossos pais!Isto significa se conseguir me matar ganhará a liberdade da escrava!Isto eu faço questão!-avisa-o Leoncio,aceitando o desafio.-Então está fechado!Leve-me Isaura e as testemunhas que estarei lá!-concluí o intrépido Álvaro,olhando-o revoltado.
E é o que acontece.Eles encontram-se no cenário do duelo,que na melhor das hipóteses resultará em ferimentos graves,e na pior,em assassinato.O capitão-do-mato Mêriva conta os 10 segundos,para que caminhando de costas,após o mesmo virem de frente e desfiram os tiros.É o que ocorre.Os dois viram-se de frente,enquanto Isaura prostra-se ajoelhada no chão batido de terra,elevando seu crucifixo aos Céus,pedindo para que Deus não permita uma tragédia-e atiram-se ao mesmo tempo,sendo que um dos tiros desferidos por Leoncio atingem de raspão um dos braços de Álvaro,que por sua vez consegue atingír à altura do coração do inimigo,que caí.Aliás,só dois tiros foram pré-combinados para cada um.Os dois são socorridos e levados para um hospital,enquanto Isaura ao ver sangue desmaia.Os três são levados para a "Santa Casa dos Goytacazes".É nessa oportunidade que acontece a segunda fuga da escrava,pois em leitos de quartos ao lado,eles falam-se pelas janelas,decidindo pulá-las de madrugada e írem para o "Quilombo dos Cupuaçús"(nome de uma tribo índigena que habitava ali) e deste lugar fugir para um outro Estado,desta vez para a fazenda de um amigo em Minas Gerais.Leoncio,furioso,promete,com o chicote empunhando-lhe a mão direita.
-Desta vez levo para o tronco a filha de vós mercês!Aquela ingrata maldita!-profetiza a ameaça.-Mas podem ficar tranquilos que não a chicotearei,para sua pele de pêssego preservá-la,mas a deixarei três dias só a pão e água!Serão os três dias de agonia para Isaura!Debaixo de chuva,sol e sereno!-os comunica,a Seu Jocelino e Maria José,adiantando o grande sofrimento que a fará passar,após ter alta o crápula,ao ser dispensado do hospital.
Fugindo com Álvaro à cavalo para a Côrte do Rio de Janeiro,após os dois pularem as janelas do hospital,de madrugada,enquanto Leoncio dormia a peso de sedativos no quarto andar superior,eles nem imaginam o que vai acontecer.
-Desta vez passaremos um dia na fazenda do meu amigo em Minas Gerais,e na sequência íremos para muito mais longe novamente,não para o território paraense e sim para o vizinho deste:isto mesmo,fugiremos de navio para a "Província de São Luís do Maranhão"!-fala,surpreendendo-a demais,enquanto cavalgam no cavalo muito rápido que mais parece "alado".
-Virgem de Nazaré!Como vós meu amado,és um macrorrizo genial,que tem grandes raízes de amigos por todo o Brasil!Só assim conheço este belíssimo país!Esta gigantesca nação!-elogia-o Isaura,sorrindo,portanto entusiasmada.
-Sim amada Isaura!Abolicionistas e escravagistas só tem este ponto em comum:detemos raízes por todas estas jurisdições de nossa pátria!-compara,explanando-a brilhantemente.
Desta vez Isaura se travestirá de outra personagem em sua roupagem,passando-se por uma cigana,adotando o pseudônimo de Lucélia Akadí,aprendendo rapidamente dança flamenca e a manusear com habilidade dos seus dedos,as castanholas.Assim como Álvaro,que passa-se por um cigano,adotando o nome de Júlio Guerperrí.Ambos,portanto,ficam belíssimos como ciganos,perfeitamente caracterizados.Isaura principalmente,ainda mais que uma rosa vermelha adorna-lhe os lindos cabelos louros presos em um coque,onde encontra-se a flor enfiada.
Para passar o tempo ela vende rosas na praça em companhia de outras ciganas que lêem a sorte nas mãos de quem vai passando,inclusive da própria "Lucélia Akadí Isaura".
-Vós mercê é acompanhada ao mesmo tempo pela sina da tristeza,e pela da felicidade,que em companhia de vós,caminham lado a lado!-é certeira na leitura da linha de vossa mão.-Porém uma,ora te abandona,a outra te acompanha...Isto significa que tem vezes na sua vida que vós só tem momentos de felicidade,assim como em outras ocasiões,momentos de tristezas e perseguições!Mas não se intranquilize que no fim serás feliz,muito feliz!-a profetiza,auspiciosamente.-É a "Providência Divina" quem vejo te sorrir!...-concluí a vossa previsão a cigana em torno da interpretação da leitura das linhas de vossa mão,deixando-na muito surpreendida com as palavras por conhecer tão profundamente os sentimentos vitais de vossa existência.
Assim Isaura e Álvaro vivem momentos de muito romance,liberdade e felicidade,casando-se na beira de um rio,batizando seu casamento nas águas,celebrado pelo padre Grahim,que é muito amigo do médico abolicionista,Thomaz Edson,maranhense,filho de um brasileiro com uma britânica,já falecidos.Amicíssimo de Álvaro.O padre origina-se de Portugal,de passagem pela região meio-norte do Brasil,encantando-se com as belezas geograficamente maranhenses,aceitando o desafio de,sob absoluto sigilo,realizar esse matrimônio abençoado e testemunhado pela natureza,em território maranhense,no momento em que o "Arco-Íris" visita o Céu.
-A felicidade da realização de nossa união matrimonial não estava escrita pelas mãos de Deus para acontecer em território paraense,em território fluminense,nem tão pouco em território paulista,mas sim aqui em terras maranhenses!-diz Álvaro,beijando-a.
-Muito obrigada,meu Deus,Senhor daquilo que tudo pode!Muito obrigada por dar-me a dádiva!...Nunca pensei que seria feliz,justo aqui em lugar que nunca conheci,e que pensei nem existir!...Obrigadíssima meu Deus pela dádiva deste sonho!Oh terra abençoada!!!-agradece,chorando,e ao mesmo tempo sorrindo Isaura,beijando o chão da terra,após prostrar-se ajoelhada.É o máximo da humildade.
Enquanto muito longe,Leoncio roga pragas.
-Seja no lugar em que estiverem!Que alguma doença ou fatalidade,em suas vidas,lhes atravessem!Fugitivos malditos!-pragueja em voz alta no meio da sala,em sua chácara,na Côrte,até que Mãe Joana mentalize e diga diante da imagem de "Nosso Senhor Jesus Cristo Carregando Vossa Cruz".
-Praga nenhuma cairá na tenda de Isaura,e na de ninguém que por ela tenha afeição,porque mais-do-que Deus,ninguém!Ninguém!(bate o pé direito no assoalho) porque "Ele é o Maior",sempre!E o seguidor do "Anjo Mau",que nem essa peste do Leoncio!Cruz-Credo!(Benze-se pelo Sinal-da-Cruz)É muito menor!Porque um é altaneiro,"Rei do Céu" e o outro das "baixêza dús inferno"!-diz Mãe Joana,certeira nas palavras.
domingo, 23 de junho de 2013
"UMA OUTRA ESCRAVA ISAURA:CAPÍTULO 28:"
No Rio de Janeiro,após o Comendador Almeida chegar de São Paulo,ao indagar sobre Leoncio para Estér,esta fala-lhe:
-Ele foi atrás de vós na "Província Paulista"...-responde-lhe,enquanto costura uma peça de roupa vermelha,balançando-se na cadeira de balanço do salão da casa-grande.-Tú não o encontrastes?...-responde-o com outra pergunta,Estér,agora parando de costurar para abanar-se com o seu leque.
-Ora,ora,Estér!Leoncio mentiu para vós mercê,pois nem sinal deste varão naquele lugar!..Nenhum traficante de escravos avisou-me de vossa presença!Aliás e se fosse,o que iría fazer por aquelas terras,se eu mesmo fechei grandes negócios naquele solo de poderosos?!...-explana-lhe e assegura-lhe o marido.
-A não ser que tenha partido atrás de Isaura...-pensa Estér com muito medo que Rosa contara para ele,o que escutou atrás da porta.
-O que pensas mulher?Virastes estátua?!...-pergunta-lhe,exclamativo,Almeida.
-Nada,Almeida!Nada!Aliás,pensei sim,que nosso filho possa estar em algum lugar deste mundo...-disfarça,ela.
-Claro,sim,Estér!Mas onde é o que não podemos adivinharmos,a não ser se a "Pai Tomás" ressuscitássemos!...-ironiza.
Uma ventania forte "corre" pela "Fazenda Santa Genoveva".
Em Belém,Leoncio traça um plano para capturar a Isaura.Do porto da "Província do Pará",apanha uma carruagem,hospedando-se em um hotel luxuoso no centro,próximo ao "Palacete Bolonha".Abrigando-se no quarto,fuma novo charuto e deitado em seu leito,profere sórdidas e premeditadas palavras.
-Então Isaura mandou uma epístola,aquela carta desta província para a fazenda de Henrique,o meu acôutador cunhado,avisando-o de seu casamento com um tal de Álvaro,a ser impedidamente oficializado na "Basílica de Nazaré",hoje,pela noite,como Rosa contou-me!...-recapitula.-Já sei!Ficarei à espreita,diante da igreja,escondido na carruagem,junto à milícia,esperando o momento exato para capturá-la e desmascará-la!-arquiteta o intento sórdido.-Ora,ora,Isaura!Eu terei o maior prazer em estragar vossa festa!...-revela seus planos,sob dinamismo abominável,o crápula.
E é exatamente na noite do casamento de ambos em que Isaura decide usar o seu outro nome, Elizabeth Francisca(temendo que o barão Paulo a houvesse denuncíado),que Leoncio adentrando a "Basílica de Nazaré",acompanhado da milícia e uma ordem de captura expedida pelo juiz da "Vara do Rio de Janeiro",entrando no exato momento em que o pároco pergunta se há alguém que impeça o casamento,o crápula manifesta-se:
-Eu impeço!Não vou calar-me!Porque vós não pode consumar um casamento de uma escrava fugida que tem um vaga-lume na altura do ombro direito!-rasga-lhe um pedaço do vestido nesse lado de seu corpo,amostrando sua marca de nascimento,dando prosseguimento à mais terrível humilhação em plena igreja.
-E que fugiu da região Sudeste do Brasil para uma região geográfica tão recôndita e longínqua como esta,"Província Amazônica",passando a viver sob constante falsidade ideológica,apropriando-se de um nome que não é o seu!-a desmascara,perante todos,fazendo com que Álvaro repudie tal ato,pois em plena "Casa de Deus",Isaura,em busca de sua felicidade,sofre um atentado.
-Isto é repudioso demais para com esta moça,seja ela Elizabeth ou Isaura,não importa!-toma-lhe a defesa o padre "Paraense",indignado com tal invasão infâme.
-Que eu completo!Vítima de tamanha fatalidade,padre!Pois este senhor recusa-se veementemente que a minha filha goze de sua felicidade,propiciada por vossa liberdade,que o cruel exige tomar-lhe!-aponta Seu Jocelino,em direção ao pústula,Leoncio.
-É isto senhor padre!É isto!Por misericórdia,não permita tamanha crueldade!Isaura não merece!-prostra-se Maria José,ajoelhando-se e suplicando ao pároco,beijando-lhe as mãos e chorando,desesperada.
-Merece,merece sim!Uma vez que a liberdade de Isaura é arbitrária,ilegal,visto que é uma escrava fugida e por isto que estou aqui para uma apreensão desta peça viva,cujo proprietário é o meu pai!Eis os documentos comprobatórios-amostra-os, o canalha.
Só resta a Isaura lamentar,submissa.
-Meu Deus,logo aqui em vossa morada,volto para a condição de escrava!Que fatalidade!-e desmaia,sendo levada nos braços do próprio Leoncio,após retirá-la dos braços de Álvaro,que é preso junto com Seu Jocelino e Maria José,após corajosamente admítir que sabia da condição de Isaura,e por isso resolveu ajudá-la na fuga,inclusive,ajudando-a na construção da farsa,fazendo-a passar-se por outra pessoa.
Sob estas circunstâncias voltam ao Rio de Janeiro.Todos são postos numa única cela do navio.Álvaro repetindo-a várias vezes que lutará pela libertação da amada.Assim desde o Pará,Leoncio desiste de vendê-la,mesmo diante de tanta insistência.Só que chegando ao Rio de Janeiro,uma surpresa:o Comendador Almeida esbofeteia Leoncio pela "pachôrra" de ter ido capturar Isaura sem tê-lo avisado,e como é amigo pessoal do pai de Álvaro,exige que o mesmo seja libertado,não prestando queixa contra ele.E como legalmente Isaura é sua escrava,desiste de mandar prender Simone Bertolli,já que é cliente assíduo da "Casa-Grande dos Prazeres".Estér também dá um tapa no filho.E Vera no marido.
Só que as circunstâncias favorecem Leoncio.Por tamanho aborrecimento,o Comendador Almeida é vítima de um derrame cerebral,passando a ficar em estado vegetativo.Só naão ficou mais grave,sucumbido até à morte,porque Ieda Neuza,sábia,deu-lhe um remédio homeopático ou natural eficacíssimo contra tal moléstia da cabeça.
-U nã!Pra "derrâmi",só aguardente alemã!É tiro e queda pra ela não "matá Comendadô"!"Pera" lá "qui" eu vou "buscá" o vidro dela,já,já,lá no meu armário,pra "metê" uma colherada na boca "dú sinhô"!...-prontificou-se a negra cheia de sabedoria popular.
E foi o que procedêra.Mais-do-que rápida colocou uma dose de "Aguardente Alemã" na colher e enfiou-a na boca do Comendador Almeida,salvando-o da morte.
-Esse é um santo remédio sinhá!"Qui" sinhá Maria Êurita,lá do Pará,me deu,quando ela veio pra cá!...-revelara a procedência geográfica do remédio natural.
Assim, a "Aguardente Alemã" minimizou os efeitos nocivos do derrame cerebral sobre o Comendador,evitando sua morte,mas não outras sequelas,como a de não conseguir andar,nem falar,obrigando-o a ficar permanentemente acamado.Assim o crápula fica livre para agir com tirania contra Isaura,mesmo que esta seja constantemente defendida combativamente pelas sinhás Estér e Vera,as guardiãs dela.Mas ele manda que Rosa coloque um sonífero forte no chá das duas.O efeito é de 24 horas.Leoncio então castiga Isaura a ficar 24 horas presa na senzala,o que arbitrariamente manda também prender Seu Jocelino e Maria José,juntos a ela.Rosa então avisa a Leoncio que Álvaro tem a petulância de estar na sua fazenda para visitar Isaura.Ambos discutem porque o sacripantas proibe de visitá-la,mas...
-Pensando bem!Pura tolice minha!Vós mercê pode sim adentrar!Terei o maior prazer em lhe receber!E não é ironia!Juro pela invalidez de meu pai!Mil desculpas se fui "mui" ríspido para com o senhor!Está decidido!Antes de írmos à "Casa-Grande",onde está Isaura,vamos à senzala,pois necessito falar com o meu feitor...-convida-o,mostrando ser um perfeito dissimulado.-Siga-me senhor,Álvaro...-o pede,cínico e dissimulado.
Eis que chegando lá,desce do cavalo e o convida a descer.
-Venha cá!Há algo para o senhor aprecíar!...-deixando Álvaro desconfiado.É então que adentrando-se à senzala,encontra Isaura de costas,que ao virar de frente,cabisbaixa,Leoncio o fala.
-Esta é a nova Isaura,a quem o senhor acaba de encontrar!Da condição de escrava de casa virou cativa de terra!Ou melhor dizendo...Para quem antes da fuga pegava um trabalho fácil,agora está condenada ao trabalho mais do que pesado:horrivelmente sacrificado!...-o comunica,com mentira,desdém e ironia.
-Então senhor Álvaro,se vós mercê querer continuar a visitar esta escrava assenzalada na senzala,não esqueça-se de que só deverá fazê-lo mediante ofício,comunicando-me a hora marcada!-o determina,enquanto nem Seu Jocelino,Maria José e Isaura não podem falar nada,já que encontram-se amordaçados.
E com uma arma,o ameaça.
-Agora vá!Vai te embora daqui!Antes que tú te tornes um finado!Acho que já fui bonzinho demais!...- o expulsa.
-Ele foi atrás de vós na "Província Paulista"...-responde-lhe,enquanto costura uma peça de roupa vermelha,balançando-se na cadeira de balanço do salão da casa-grande.-Tú não o encontrastes?...-responde-o com outra pergunta,Estér,agora parando de costurar para abanar-se com o seu leque.
-Ora,ora,Estér!Leoncio mentiu para vós mercê,pois nem sinal deste varão naquele lugar!..Nenhum traficante de escravos avisou-me de vossa presença!Aliás e se fosse,o que iría fazer por aquelas terras,se eu mesmo fechei grandes negócios naquele solo de poderosos?!...-explana-lhe e assegura-lhe o marido.
-A não ser que tenha partido atrás de Isaura...-pensa Estér com muito medo que Rosa contara para ele,o que escutou atrás da porta.
-O que pensas mulher?Virastes estátua?!...-pergunta-lhe,exclamativo,Almeida.
-Nada,Almeida!Nada!Aliás,pensei sim,que nosso filho possa estar em algum lugar deste mundo...-disfarça,ela.
-Claro,sim,Estér!Mas onde é o que não podemos adivinharmos,a não ser se a "Pai Tomás" ressuscitássemos!...-ironiza.
Uma ventania forte "corre" pela "Fazenda Santa Genoveva".
Em Belém,Leoncio traça um plano para capturar a Isaura.Do porto da "Província do Pará",apanha uma carruagem,hospedando-se em um hotel luxuoso no centro,próximo ao "Palacete Bolonha".Abrigando-se no quarto,fuma novo charuto e deitado em seu leito,profere sórdidas e premeditadas palavras.
-Então Isaura mandou uma epístola,aquela carta desta província para a fazenda de Henrique,o meu acôutador cunhado,avisando-o de seu casamento com um tal de Álvaro,a ser impedidamente oficializado na "Basílica de Nazaré",hoje,pela noite,como Rosa contou-me!...-recapitula.-Já sei!Ficarei à espreita,diante da igreja,escondido na carruagem,junto à milícia,esperando o momento exato para capturá-la e desmascará-la!-arquiteta o intento sórdido.-Ora,ora,Isaura!Eu terei o maior prazer em estragar vossa festa!...-revela seus planos,sob dinamismo abominável,o crápula.
E é exatamente na noite do casamento de ambos em que Isaura decide usar o seu outro nome, Elizabeth Francisca(temendo que o barão Paulo a houvesse denuncíado),que Leoncio adentrando a "Basílica de Nazaré",acompanhado da milícia e uma ordem de captura expedida pelo juiz da "Vara do Rio de Janeiro",entrando no exato momento em que o pároco pergunta se há alguém que impeça o casamento,o crápula manifesta-se:
-Eu impeço!Não vou calar-me!Porque vós não pode consumar um casamento de uma escrava fugida que tem um vaga-lume na altura do ombro direito!-rasga-lhe um pedaço do vestido nesse lado de seu corpo,amostrando sua marca de nascimento,dando prosseguimento à mais terrível humilhação em plena igreja.
-E que fugiu da região Sudeste do Brasil para uma região geográfica tão recôndita e longínqua como esta,"Província Amazônica",passando a viver sob constante falsidade ideológica,apropriando-se de um nome que não é o seu!-a desmascara,perante todos,fazendo com que Álvaro repudie tal ato,pois em plena "Casa de Deus",Isaura,em busca de sua felicidade,sofre um atentado.
-Isto é repudioso demais para com esta moça,seja ela Elizabeth ou Isaura,não importa!-toma-lhe a defesa o padre "Paraense",indignado com tal invasão infâme.
-Que eu completo!Vítima de tamanha fatalidade,padre!Pois este senhor recusa-se veementemente que a minha filha goze de sua felicidade,propiciada por vossa liberdade,que o cruel exige tomar-lhe!-aponta Seu Jocelino,em direção ao pústula,Leoncio.
-É isto senhor padre!É isto!Por misericórdia,não permita tamanha crueldade!Isaura não merece!-prostra-se Maria José,ajoelhando-se e suplicando ao pároco,beijando-lhe as mãos e chorando,desesperada.
-Merece,merece sim!Uma vez que a liberdade de Isaura é arbitrária,ilegal,visto que é uma escrava fugida e por isto que estou aqui para uma apreensão desta peça viva,cujo proprietário é o meu pai!Eis os documentos comprobatórios-amostra-os, o canalha.
Só resta a Isaura lamentar,submissa.
-Meu Deus,logo aqui em vossa morada,volto para a condição de escrava!Que fatalidade!-e desmaia,sendo levada nos braços do próprio Leoncio,após retirá-la dos braços de Álvaro,que é preso junto com Seu Jocelino e Maria José,após corajosamente admítir que sabia da condição de Isaura,e por isso resolveu ajudá-la na fuga,inclusive,ajudando-a na construção da farsa,fazendo-a passar-se por outra pessoa.
Sob estas circunstâncias voltam ao Rio de Janeiro.Todos são postos numa única cela do navio.Álvaro repetindo-a várias vezes que lutará pela libertação da amada.Assim desde o Pará,Leoncio desiste de vendê-la,mesmo diante de tanta insistência.Só que chegando ao Rio de Janeiro,uma surpresa:o Comendador Almeida esbofeteia Leoncio pela "pachôrra" de ter ido capturar Isaura sem tê-lo avisado,e como é amigo pessoal do pai de Álvaro,exige que o mesmo seja libertado,não prestando queixa contra ele.E como legalmente Isaura é sua escrava,desiste de mandar prender Simone Bertolli,já que é cliente assíduo da "Casa-Grande dos Prazeres".Estér também dá um tapa no filho.E Vera no marido.
Só que as circunstâncias favorecem Leoncio.Por tamanho aborrecimento,o Comendador Almeida é vítima de um derrame cerebral,passando a ficar em estado vegetativo.Só naão ficou mais grave,sucumbido até à morte,porque Ieda Neuza,sábia,deu-lhe um remédio homeopático ou natural eficacíssimo contra tal moléstia da cabeça.
-U nã!Pra "derrâmi",só aguardente alemã!É tiro e queda pra ela não "matá Comendadô"!"Pera" lá "qui" eu vou "buscá" o vidro dela,já,já,lá no meu armário,pra "metê" uma colherada na boca "dú sinhô"!...-prontificou-se a negra cheia de sabedoria popular.
E foi o que procedêra.Mais-do-que rápida colocou uma dose de "Aguardente Alemã" na colher e enfiou-a na boca do Comendador Almeida,salvando-o da morte.
-Esse é um santo remédio sinhá!"Qui" sinhá Maria Êurita,lá do Pará,me deu,quando ela veio pra cá!...-revelara a procedência geográfica do remédio natural.
Assim, a "Aguardente Alemã" minimizou os efeitos nocivos do derrame cerebral sobre o Comendador,evitando sua morte,mas não outras sequelas,como a de não conseguir andar,nem falar,obrigando-o a ficar permanentemente acamado.Assim o crápula fica livre para agir com tirania contra Isaura,mesmo que esta seja constantemente defendida combativamente pelas sinhás Estér e Vera,as guardiãs dela.Mas ele manda que Rosa coloque um sonífero forte no chá das duas.O efeito é de 24 horas.Leoncio então castiga Isaura a ficar 24 horas presa na senzala,o que arbitrariamente manda também prender Seu Jocelino e Maria José,juntos a ela.Rosa então avisa a Leoncio que Álvaro tem a petulância de estar na sua fazenda para visitar Isaura.Ambos discutem porque o sacripantas proibe de visitá-la,mas...
-Pensando bem!Pura tolice minha!Vós mercê pode sim adentrar!Terei o maior prazer em lhe receber!E não é ironia!Juro pela invalidez de meu pai!Mil desculpas se fui "mui" ríspido para com o senhor!Está decidido!Antes de írmos à "Casa-Grande",onde está Isaura,vamos à senzala,pois necessito falar com o meu feitor...-convida-o,mostrando ser um perfeito dissimulado.-Siga-me senhor,Álvaro...-o pede,cínico e dissimulado.
Eis que chegando lá,desce do cavalo e o convida a descer.
-Venha cá!Há algo para o senhor aprecíar!...-deixando Álvaro desconfiado.É então que adentrando-se à senzala,encontra Isaura de costas,que ao virar de frente,cabisbaixa,Leoncio o fala.
-Esta é a nova Isaura,a quem o senhor acaba de encontrar!Da condição de escrava de casa virou cativa de terra!Ou melhor dizendo...Para quem antes da fuga pegava um trabalho fácil,agora está condenada ao trabalho mais do que pesado:horrivelmente sacrificado!...-o comunica,com mentira,desdém e ironia.
-Então senhor Álvaro,se vós mercê querer continuar a visitar esta escrava assenzalada na senzala,não esqueça-se de que só deverá fazê-lo mediante ofício,comunicando-me a hora marcada!-o determina,enquanto nem Seu Jocelino,Maria José e Isaura não podem falar nada,já que encontram-se amordaçados.
E com uma arma,o ameaça.
-Agora vá!Vai te embora daqui!Antes que tú te tornes um finado!Acho que já fui bonzinho demais!...- o expulsa.
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